Vale a pena entrar em IPOs (Inicial Public Offering)?

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Estamos no início de um ciclo de crescimento econômico. Na economia real esse ciclo se iniciou em 2017, quando naquele ano houve uma inversão de tendência no PIB (começou a ser positivo, depois de anos negativo). Na bolsa de valores esse ciclo já se iniciou desde 2016, com o impeachment. Lembrem-se que o mercado financeiro se antecipa à economia real.

Com a recuperação da economia, recupera-se o otimismo e, de carona, vem a temporada de IPOs (Inicial Publica Offering ou Oferta Pública de Ações). 

Do que se trata?

Quando uma empresa vende pela primeira vez as suas ações para o público em geral dizemos que ela está fazendo um IPO. Aqui existe um fato interessante: a maioria das pessoas acredita que comprando ações na bolsa, as estamos comprando da própria empresa. Não! Somente quanto compramos no IPO é que compramos ações diretamente da própria empresa. Quando compramos na Bolsa, estamos comprando ações de determina empresa, porém por vias de um terceiro. É por isso que o IPO é negociado no mercado primário (primeira venda); e a bolsa de valores é um mercado secundário (compra e venda entre terceiros).

Para os próximos anos o número de IPOs deve ser grande! Segundo Gilson Finkelsztain, presidente-executivo da B3, somente em 2019 deveremos ter cerca de 30 novas ofertas.

Fonte: dci.com.br / POR ALUISIO ALVES E PAULA LAIER / REUTERS •

Publicado em 29/08/18 às 17:03

Bom, que os IPOs estão vindo parece que está claro. Agora, ao investidor o que realmente interessa é: entrar em IPO é lucrativo?

Essa é a reposta que quero dar hoje à vocês.


Duas abordagens de investimento

Existem várias estratégias de investimento em IPOs. As mais comuns são:

1.      Comprar na emissão (na oferta) e vender no primeiro dia: nessa modalidade o investidor aposta que a avaliação do preço justo da empresa foi feita de forma errada pelos vendedores (donos da empresa), os quais estão vendendo abaixo da percepção de mercado.

2.      Comprar na emissão (oferta) e segurar por um prazo mais longo: nessa modalidade o investidor aposta que a empresa irá crescer e melhorar seus fundamentos com o passar do tempo.

Abaixo eu trarei dados que evidenciam os retornos utilizando-se essas duas estratégias.


De onde tirei tudo isso?

Não são muitos os estudos e os dados de IPOs no Brasil. Para responder se é rentável ou não participar de IPOs utilizei dois estudos:

1.      Monografia escrita por Luana Mello Helsinger, formanda de Economia da PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO, 2009. (para acessar o trabalho, clique aqui).

A autora analisou os 101 IPOs ocorridos entre 2004-2008 (ciclo de alta e crescimento econômico, parecido com o que vivemos hoje). Os dados de rentabilidade foram por mim tabulados em uma tabela de Excel.

2.      Dissertação de FERNANDO MATT BORGES MARTINS, mestrando de Economia da FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS, 2016. (para acessar o trabalho, clique aqui).

O autor analisou 152 IPOs ocorridos entre 2004-2015. Nesse período passamos pelo ciclo de alta das ações (de 2004 a 2008), por um bull trap (2009) e pelo início de ciclo de baixa que se estendeu de 2010 a 2016.


Resultados de 2004 a 2008

Retornos com a venda no primeiro dia:

Segundo os dados que constam no estudo citado (2009) e a tabela de Excel acima, a média de retorno para quem comprou na emissão e vendeu no primeiro dia foi de 6,36% por operação. Se fizéssemos isso com o Ibov nos mesmos dias, a média de rentabilidade seria de 0,27%. Ou seja, a estratégia de comprar e vender no primeiro dia deu bem certo. Com os dados dessa primeira análise eu fiz uma simulação de aplicação de 50 mil reais, em que em cada IPO eu fui colocando todo o capital acumulado.

No final dos 101 IPOs esses 50 mil teriam se transformado na incrível cifra de:                      

R$ 15.756.425,35!

Fiz uma segunda análise, ao excluir os 10 melhores IPOs do período (par ser um pouco mais pessimista). O resultado foi a média positiva de 3,92% por operação. Nesses mesmos dias, o Ibov deu a média de 0,25%. Se investíssemos 50 mil reais nessa série (sem os 10 primeiros colocados) teríamos feito a cifra de R$ 1.334.528,46.

(Para facilitar o cálculo, em ambas as simulações de 50 mil eu supus que não houve rateio em nenhuma delas, o que claramente não é verdade).

Retornos com a venda após 1 ano

Agora, se a gente utilizar a estratégia de comprar na emissão e vender após 1 (um) ano, os resultados não foram bons.

Na série inteira (101 IPOs) a média de retorno seria de 2,60% contra 17,91% do ibov.

Se excluirmos os 10 melhores IPOs, a media de retorno seria de -13,64% contra 16,09% do ibov.


Resultados de 2004 a 2015

Para checar os resultados obtidos na primeira análise, utilizemos o estudo (2016). Observem a tabela abaixo:

Fonte: página 30 (2016)

Vejam que dos 152 IPOs do período, tivemos a média de 4,28% de retorno por operação, para os investidores que venderam no primeiro dia (contra 0,07% do Ibov).

Esses dados comprovam o estudo de 2004-2008.

Agora, observem a outra tabela (abaixo):

Fonte: página 31 (2016)

Vejam como no período de forte crescimento cíclico da bolsa e de nossa economia, a média de retorno foi de 5,48%, ao passo que nos anos subsequentes à crise do subprime (2008), com a economia nos moldes da “Nova Matriz Macro Econômica) os retornos foram bem menores, de “apenas” 1,24%.

E se o investidor decidir segurar a longo prazo? No estudo (2009) vimos que após 1 ano, os retornos não são atraentes. E se segurarmos por 3 ou 5 anos?

Vejam:

Fonte: página 38 (2016)

Observem que ao segurar os papéis por 3 anos, o retorno seria de 18,56% por operação, contra 29,46% do ibovespa (não valeu a pena). E se segurar por 5 anos o retorno por papel seria de 37,97%, contra 29,92% do ibovespa (valeu a pena).


Conclusões

Me parece o seguinte:

1.       Vale muito à pena, segundo os estudos apresentados, comprar IPOs na emissão, e sair no primeiro dia. A média de retorno deverá ficar entre 3 e 6%. O que a prática mostra é que NÃO devemos escolher os IPOs e sim, entrar em todos. Não dá para saber a avaliação de preço do mercado, antes das ações abrirem para negociação.

2.       Não vale à pena segurar por prazos médios, como por 1 ano ou por 3 anos. A empiria mostra que os retornos ficam abaixo do ibovespa.

3.       Vale à pena segurar as ações por 5 anos ou mais: ao dar tempo ao tempo, as novas empresas (que não são as maiores da bolsa) crescem e geram retornos acima da média.

Então, dá pra fazer grana com IPO? A resposta é sim! Diante da estratégia correta!

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Grande abraço!

Denys

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