Valores, princípios e cidadania
Outro dia eu e minha família estávamos em uma pequena fila para os elevadores de um determinado shopping. Na nossa frente apenas um senhor e um casal jovem.
Ao ouvirmos o sinal da chegada de um dos elevadores, um grupo formado por 3 adolescentes e uma senhora passou apressadamente por todos nós e não teve dúvidas quanto a entrar no elevador na frente de todos, rindo descaradamente. Em seguida foram as pessoas da fila, o casal, o senhor seguidos pela minha filha e esposa. Eu e meu filho ficamos de fora. Sem problemas, subimos pelas escadas que davam acesso ao estacionamento.
É o mar de lama social com o conformismo daqueles que se sentem ultrajados
Há alguns anos, estávamos em um grande parque aqui no interior e eu e minha filha esperávamos pacientemente na fila para podermos entrar nos famosos carrinhos “bate-bate”. Depois de algum tempo esperando, com apenas algumas poucas pessoas esperando na nossa frente e próximos de entrar, um grupo deixou o brinquedo e um garotão quase do meu tamanho, ou seja, grandalhão, não teve dúvidas em dar a volta correndo e forçar a passagem empurrando todos que estavam na fila, inclusive pressionando crianças e mulheres contra a grade. O funcionário, sem se importar, simplesmente liberou a passagem para ele.
Por várias vezes fui ao supermercado e vi muitas confusões por causa da fila do caixa preferencial, na qual aqueles que não tinham motivo para estar lá, não aceitavam o pedido das funcionárias para que dessem preferência àqueles que tinham direito. Com minha esposa grávida, abdicamos do direito a essas filas para evitar as brigas e bate-bocas com gente sem a menor consciência.
O que sobra de experiências como estas é um sentimento de indignação com o desrespeito demonstrado sem a menor culpa ou remorso. Por incrível que pareça, esse tipo de comportamento está se tornando comum. Vemos todos os dias no cotidiano e o pior, já começamos acha-lo normal. O interessante é que ouço que está relacionado à gente pobre, ou com gente rica folgada, mas o fato é que é generalizado.
A verdade é que está relacionado com a falta de educação de berço, falta de limites e da visão de que somos parte de um coletivo. Até manadas têm mais ordem e direção do que nós, seres humanos. Vale tudo, pode tudo, inclusive desrespeitar os outros para satisfazer suas vontades e desejos.
Este cenário é mais crítico onde a educação formal é falha e não consegue suprir em parte a imensa deficiência da formação no lar. Aqueles conceitos básicos, as regras de convivência, o respeito pelo próximo, independente de quem seja, a cidadania.
Talvez por tudo isso nós não consigamos mais controlar a falta de caráter que permeia a nossa sociedade e que tem como sua expressão máxima a classe política. Aquela mesma, que se beneficia, corrompe e é corrompida, se aproveita do que é dos outros de maneira desavergonhada e com a conivência das instituições. É o mar de lama social com o conformismo daqueles que se sentem ultrajados.
Somos uma sociedade que está invertendo o papel de vítima e dando toda proteção e conforto aos marginais. Somos uma sociedade na qual vale a pena ser bandido.
Diretora de Expansão e Novos Negócios | Tecnologia
10 m👏👏
Diretor Lince - MICTMR
7 aMuito bom !!!!
DELL Data Center Solutions Sales, 2x VCP, vExpert
7 aSemana passada estava num shopping assistindo um teatro para crianças, todos sentados no chão. Quando acabou a peça, no agradecimento dos atores eles falaram: Formem uma fila aqui para tirar foto... Nossa, quase eu e meus filhos fomos pisoteados. Excelente reflexão Robinson Santiago!!!