Vamos falar de empregabilidade?
Em tempos de crise, onde os empregos definham, a palavra empregabilidade tem aparecido em um número muito grande de publicações. O tema parece ter despertado enorme interesse. No entanto, fora do meio acadêmico, o termo ainda é pouco conhecido e são poucas as pessoas que conseguem definir o que realmente seja empregabilidade.
José Augusto Minarelli, um dos primeiros autores no Brasil a tratar do assunto, afirma que a empregabilidade consiste na capacidade de dar-se emprego àquilo de que se tem conhecimento, o que se alcança estando conectado às novas tendências e necessidades do mercado de trabalho.
A ideia de desenvolver uma atividade profissional, ter uma carreira longe de uma empresa, ainda é bastante recente no Brasil. Foi a partir da abertura do mercado no governo Collor, quando se iniciou no país uma onda de fusões, aquisições, privatizações e falências, impulsionadas pela concorrência internacional, que se começou a repensar as relações de trabalho. As empresas perceberam que já não podiam garantir o “emprego para toda a vida” de seus funcionários, mesmo que estes lhe dessem sua lealdade, trabalhassem duro, “vestissem a camisa da empresa”.
Tanto quanto seus empregados, as empresas começaram a se preocupar com o que aconteceria a eles ao deixarem o antigo emprego. Houve uma mudança de paradigmas. Começou então, um processo de substituição do emprego pelo trabalho. Enquanto o emprego formal é minimizado, aumenta a quantidade de prestadores de serviços, trabalhadores autônomos e de micros, pequenos e médios empresários.
Seja como for, a empregabilidade apresenta-se hoje, como uma das poucas alternativas que ainda restam ao trabalhador em se tratando de obtenção de renda. E, a julgar pelas previsões dos estudiosos, aqueles que não estiverem preparados para enfrentar a dura realidade que está por vir, estarão fadados a viver à margem da sociedade.
Para a maioria das empresas, a questão da empregabilidade é ainda pouco conhecida. No caso dos profissionais, de uma maneira geral, também. No entanto, para esses a importância de falar sobre o assunto é maior, visto que são eles os maiores beneficiados com o desenvolvimento de programas de empregabilidade por parte das organizações.
Os programas de empregabilidade não se constituem numa solução definitiva para o problema do desemprego, mas podem representar uma alternativa que ajuda a minorar suas consequências, na medida em que, diretamente facilita o reemprego e indiretamente facilita a manutenção do emprego. Assim, tanto a empresa quanto o empregado são beneficiados por essa prática.