Vamos Juntos ??? O novo conceito de Liderança Intraempreendedora.

Vamos Juntos ??? O novo conceito de Liderança Intraempreendedora.

Como reunir pessoas com potencial intraempreendedor e alavancar o desenvolvimento de lideranças com esse perfil

 

Quando você passa a observar com olhos mais críticos a situação das lideranças nas organizações em especial no Brasil, percebe que mesmo com todas as teorias e metodologias de desenvolvimento de lideranças e gestão empresarial, as coisas na prática, salvo algumas exceções, continuam como se estivéssemos na primeira metade do século XX, embora todo o contexto sócio-econômico e cultural tenha mudado, o que de certa forma tende a explicar o atual apagão de líderes capazes de atuar nesse novo contexto do mundo dos negócios.

O que é preciso para reverter essa situação, é pensar em como alavancar essas lideranças, reunir pessoas com potencial de desenvolvimento do perfil intraempreendedor, as quais possam se transformar em agentes multiplicadores desse perfil e que consigam interagir de forma eficaz, colaborativa e democrática com seus liderados em sincronicidade com o atual contexto do mundo dos negócios.

Uma das coisas fundamentais que deve ser levada em consideração quando pensamos nessa nova liderança voltada ao coletivo, é promover o positivo, ou seja, pensar por onde podemos começar, considerando os recursos já disponíveis que as pessoas com potencial para liderar utilizam no exercício das suas funções, pois muitas vezes bons recursos existem, mas estão subutilizados por falta de uma tecnologia de integração de metodologias, que criem uma espécie de ponte do conhecimento, mesmo que na prática isto exija um processo de mudanças mais profundo.

Para conduzir um processo de desenvolvimento de liderança intraempreendedora, você precisa de um contexto, onde você perceba uma possibilidade de prosperidade, mas para isto é preciso criar os elementos ou agentes que juntos possam criar um novo ecossistema de gestão.

Esses agentes podem ser entendidos como etapas de um processo de mudanças como as cinco etapas que compartilho com você agora.

A primeira etapa refere-se à Possibilidade, a vontade e disposição em correr riscos, de ver uma oportunidade e começar a mobilizar os recursos para fazer com que aquilo aconteça. 

A segunda etapa refere-se a Começar Pequeno, porque nada num processo de reinvenção acontece já nascendo pronto, antes de mais nada é preciso aprender e assimilar os ensinamentos de cada novo desafio sem temer o novo. 

Muitos ainda consideram que começar pequeno desqualifica o processo de mudanças perante as exigências do dia a dia, mas no entanto é nesse processo de começar pequeno que reside a sabedoria para aprender com o caminhar, que na verdade se constitui em um protótipo, onde tanto o líder como os liderados vão aprender juntos nesse processo.

Essa sabedoria está em articular esses novos elementos e aprender junto com todas as pessoas desde os subordinados, gestores, fornecedores, decisores públicos, onde nesse aprendizado em conjunto existe um descobrir que vai muito além dessa relação entre os agentes envolvidos e é nisso que está a riqueza desse aprendizado.

A terceira etapa refere-se ao Modelo do Intraempreendedorismo propriamente dito, onde você vai desenvolvendo e aprimorando esse modelo, o que exige não só perfil arrojado para enfrentar os desafios que surgem no dia a dia, mas considerar fortemente um equilíbrio com as técnicas de planejamento, que alias é um aspecto desprezado por muitos gestores que focam apenas nos resultados imediatos, os quais por sua vez podem levar ao fracasso projetos intraempreendedores com alto potencial de sucesso.

A quarta etapa é constituída pelo Ecossistema da liderança, ou seja, é um conceito interessantíssimo no novo contexto do mundo dos negócios, onde você tem que identificar os pioneiros nesse processo novo de liderança intraempreendedora, dispostos a promover transformações, pois não adianta você investir em pessoas que querem permanecer onde estão, ou seja, querem permanecer no modelo velho. Você tem que apostar nas pessoas que realmente tem essa vontade de mudar e são destemidas.

A quinta etapa refere-se Nova Economia, propriamente dita, é como se fosse uma reinvenção da economia que como a "Fênix" renasce das cinzas, criando uma nova cultura, com uma nova liderança que é uma liderança do modelo de parceria e não de um modelo dominador.

Observando essas cinco etapas sob a ótica das pessoas envolvidas, no processo, partindo do desenvolvimento dos pioneiros, tanto do ponto de vista pessoal como profissional e das pessoas que se articulam nesse processo há uma primeira etapa que é essa descoberta de uma oportunidade, em seguida vem o experimentar o novo, para então intraempreender e chegar no ecossistema da liderança, onde o líder tem que fazer com que todos os aspectos convirjam para o objetivo desejado, e finalmente conquistar o ganho de escala, porque cada experiência traz consigo uma qualidade diferente, elas trazem uma perspectiva positiva, que embora possa parecer pequena é capaz de superar as forças opressoras oriundas dos sistemas antigos, que insistem em permanecer ativos.

Apesar dessas forças opostas, o que se percebe com iniciativas de mudanças pioneiras dentro dessa nova visão é de que muitas dessas experiências de sucesso estão contaminando pessoas de diferentes setores, mobilizando-as para novas ações que geram uma espécie de efeito catalizador para essa transformação, pois sem ela podemos perceber que as novas gerações poderão enfrentar dificuldades de gestão de proporções avassaladoras, ou seja, mudar deixa de  ser uma opção, para se tornar uma necessidade de sobrevivência.

O aspecto pratico resultante quando se coloca a mão na massa nesse processo de desenvolvimento dessa nova liderança e reinvenção organizacional, é o legado do aprendizado, de que não podemos queimar etapas, de tentar ir mais rápido do que o seu sistema organizacional permite, onde a percepção do próprio processo acaba definindo os passos a serem dados, como num provérbio africano que diz algo como: Se você quer ir sozinho você vai depressa, mas se você quer ir com um conjunto de pessoas você tem que ir sentindo quais os passos e a sequência do processo.

Essa percepção é um aprendizado muito grande, pois muitas vezes nós nos entusiasmamos pela ideia de ver resultados rápidos, mas muitas vezes estes são os resultados de uma expectativa que criamos em nossas mentes, ou de uma projeção que fizemos, mas que na realidade são uma projeção individual, mas quando você está num grupo de pessoas, todos esses processos de transformação de cada individualidade, requerem toda uma dinâmica que vai exigir que nós desenvolvamos habilidades como: Paciência, Compaixão, Capacidade de Escutar o outro, perceber o que está acontecendo e muitas vezes desenvolver a humildade.

Os resultados são consequência natural de um processo onde um conjunto de consciências das pessoas mudaram, enquanto na visão de processos de gestão mais antiquados, a visão está sempre ma cabeça de uma pessoa e as demais simplesmente as seguem, mas isto tem que ser transformado num processo em que nós vamos caminhar juntos e de que essa liderança é coletiva, nós temos que ir aparando as arestas e isso inevitavelmente leva um tempo.

O fato no contexto dos negócios atuais é de que nós temos uma urgência nesse sentido, precisamos fazer grandes transformações onde a qualidade do processo dessas transformações é o grande desafio, e o grande aprendizado nesse sentido é das lideranças, considerando inclusive as lideranças informais que constroem redes de influência dentro das organizações, e possuem uma grande importância nessa mudança de cultura para que de fato possamos ter agentes de mudança em todas os setores da organização, independentemente do nível hierárquico e isto é comprovadamente possível de realizar.

Outro aspecto importante a salientar, é que essas lideranças precisam desenvolver algumas características que garantam essa sustentabilidade, e isso envolve cuidar do empoderamento desas lideranças e para isto deve ser trabalhado individuo a indivíduo, mas para que estes indivíduos se sintam fazendo parte de uma nova sociedade, mais sustentável, é preciso encarar a liderança como um processo de desenvolvimento humano, ou seja, um ser humano pleno, é potencialmente um líder e portanto mesmo pequenas iniciativas de empoderamento, fazem parte de um processo mais amplo de desenvolvimento de lideranças.

Embora não possamos dizer que todo mundo que execute ações dentro de um processo de empoderamento seja um líder, podemos afirmar no entanto que essa pessoa possui potencial para atuar como agente de mudanças, e que está num processo de desenvolvimento da sua liderança.

Muitas vezes encontramos líderes situacionais, que exercem o papel de liderança na condução de alguma tarefa e portanto um agente de pequenas ações que por sua vez, também pode ser considerado como uma pessoa que está em processo de desenvolvimento da sua liderança.

Não podemos negar que a formação dos líderes é influenciada não só pela cultura nacional como também pela internacional, onde podemos perceber que no Brasil, tudo isso está em fase de transição, mas o grande problema é que as nossas organizações ainda estão estão em sua grande maioria no modelo do passado onde até existem algumas iniciativas de mudanças, mas os líderes nessas organizações ainda se sentem  pressionados a exercer o papel de líder que protege, que dirige, que aloca recursos, que muitas vezes controla em excesso, que muitas vezes age de forma paternalista, ou ainda pelo medo.

Em contrapartida, já temos no Brasil lideranças com outras características que são gestoras, são pessoas que querem verdadeiramente facilitar processos de mudança, que são mobilizadores de recursos e podemos verificar que as mudanças que vêem  acontecendo na gestão dessas organizações nas últimas duas décadas, tem propiciado a emergência desse novo perfil de liderança, como já acontece internacionalmente.

Embora ainda não consigamos perceber lideranças totalmente identificadas com esse novo modelo, podemos perceber que o mundo está em um processo de transição e provavelmente as novas gerações já tenham a expressão de novas lideranças, as quais possuem essa característica de serem facilitadores para a emergência de outros líderes, de maneira que possa haver essa liderança coletiva.

O grande desafio está em despertar nas pessoas o interesse por uma nova economia, pela sustentabilidade das lideranças e pela mudança de hábitos de gestão, ou seja, despertar nas pessoas coisas que talvez sejam importantes para elas, mas que elas não estão percebendo e como já mencionei nas etapas para desenvolvimento das lideranças devemos começar pelos pioneiros, começar com aquelas pessoas que já estão percebendo a oportunidade do novo estilo de gestão, porque dessa forma, vai começar a ser movido um processo que vai se espalhar de forma viral em uma espécie de rede de contatos, despertando um interesse coletivo pelas mudanças.

Mas para que essas iniciativas se consolidem é preciso que essas  aspirações encontrem um canal para que possam ser desenvolvidas e é na prática que encontramos diversos programas de mudanças, onde as pessoas podem se mobilizar , mesmo que por pequenas iniciativas, elas podem se articular posteriormente em uma rede maior para crescer e esse é um ponto fundamental dessa liderança com vocação para transformação com sustentabilidade, com foco na identificação de oportunidades e com interesses nas mudanças.

Toda essa visão de uma liderança mais transformadora e recrutamento dessas lideranças , via de regra encontram muita resistência à mudanças e envolvem disputas entre as linhas de gestão mais conservadoras com as progressistas.

Para finalizar eu convido em especial, você jovem a abraçar esse desafio, pois o Brasil precisa dessa mudança de postura e mentalidade para que possamos percorrer esses espaços ainda não explorados e cabe aos jovens, no que diz respeito a esse novo perfil de liderança, enfrentar e promover os processos de mudança, porque vão viver num mundo de acelerada transição e portanto os recursos utilizados pelas gerações anteriores serão insuficientes e então recomendo a você que quer se desenvolver como líder intraempreendedor, que não fique com as receitas do passado, não fique somente com as soluções fáceis e imediatistas, perceba que a época atual embora seja de crise momentânea é uma época de muitas oportunidades, pois temos muitos recursos. A questão está em como vamos utilizá-los de fato, para produzir um salto qualitativo a altura da nossa capacidade humana.

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