A verdadeira historia dos genéricos no Brasil (fio do bigode)
O trabalho de divulgação do conceito de medicamentos genéricos no país era uma tarefa muito bem planejada e coordenada. Após eu ter visitado alguns países e conhecido a realidade dos genéricos em cada região e setor da economia da SAÚDE, digo , farmácias, hospitais publicos e privados e estudado a estrutura organizacional de cada Ministério tive uma visão macro de como as coisas funcionavam e o que poderia me esperar no Brasil.
Concomitantemente o trabalho de ministrar 147 palestras pelo país, minha missão era conversar com planos de saúde, Santa Casa espalhadas pelo país, principalmente interior de SPaulo e nucleos de cooperativas de médicos.
Fiz cerca de 85 viagens só para o interior de SP, conhecendo a infraestrutura e conversando com lideres, associações de médicos, cooperativas empresariais e órgãos municipais de saúde.
Em cada contato o aprendizado era intenso inclusive aprendi muito sobre a cultura, tradições e forma de pensar do empresariado nacional. Vivencia e experiencia que levei para o dr Jamil Haddad e sua luta para regulamentar os medicamentos genéricos.
Uma coisa era certa . Como nosso país é conservador e como as classes dominantes impõem seu pensamento. A luta era grande.
Recebi mais de 90% de NÃO do que portas abertas.
Ninguém queria saber de medicamento a preço baixo, margem "pequena", volumes maiores e distribuição horizontal.
Mas se era para o bem da população. Parece que este argumento era tão inocente que quase fazíamos desistir. O projeto estava na rua é era preciso continuar afinal tínhamos na época mais de 100 pessoas entre publico interno e externo dependendo do sucesso do projeto.
Entretanto tivemos amigos fieis e que nos deram um enorme apoio entre eles o dr. Luiz carlos Monteiro , na época responsável pela Unimed em SP e atualmente presidente da E-Pharma. Homem de visão nos recebeu e a cada encontro mostrava-se mais entusiasmado pelo projeto. Nos apresentou a outros executivos da Unimed principalmente no interior de SP onde fizemos os medicamentos BASF GENERIX chegar aos hospitais daquela entidade.
Se vocês lerem cada pequena historia contada de forma resumida poderão ter uma visão de um plano de marketing e comercial muito elaborado nos mínimos detalhes que entretanto não fosse a paciência da cúpula tanto na Alemanha quanto no Brasil não teria decolado.
Muitas lições poderão tirar e conhecer com mais profundidade como o país reage as novidades e inovações.
Depois de 4 meses de viagens o programa medicamentos genéricos no interior de SP (Unimed ) e nas Santas Casas havia dado folego para acreditarmos.
Em muitos destes locais deixávamos caixas e caixas como "degustação" para provar e comprovar a qualidade e eficácia dos medicamentos.
Em todos os locais, entidades e empresariado cumpriram o que acordavam.
Naquele tempo falávamos que a credibilidade estava no "fio do bigode", ou seja, o que era falado era ratificado.
Bons tempos.
Aguardem mais histórias .
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5 aMuito bacana Mauro! Abraços!