Violência Psicológica entre Estudantes: O Papel da Escola e dos Pais
No cenário contemporâneo, a realidade de pais e mães trabalhando fora de casa tornou ainda mais desafiadora a tarefa de educar filhos e acompanhar seu desenvolvimento pedagógico, físico e psicológico. No entanto, com a colaboração entre pais e escola, é possível enfrentar esses desafios.
Infelizmente, atualmente, nos deparamos com tragédias envolvendo jovens que sofrem ou praticam bullying e outras formas de ameaça. Quando isso ocorre, é difícil apontar uma única causa, mas observamos uma série de declarações vazias que não consolam aqueles que perderam o que tinham de mais precioso. A escola frequentemente declara que estava atenta, que possui procedimentos claros e que o caso foi uma exceção. Por outro lado, os pais muitas vezes afirmam que nunca perceberam nada no comportamento de seus filhos que indicasse a possibilidade de atitudes extremas.
Hoje, compartilho uma situação real, em andamento, sem citar nomes dos envolvidos, mas mencionando o nome da escola Colégio Santa Maria SP. O objetivo é provocar a discussão e colher diferentes pontos de vista sobre o papel desempenhado até o momento pela escola, pelos pais do agressor e pelos pais da vítima.
O enredo é o seguinte: uma garota de 15 anos percebe que um colega de classe, também na mesma faixa etária, tem dificuldade em se integrar a um grupo de amigos. Ela decide acolhê-lo, e uma amizade nasce entre os dois. Com o tempo, o garoto desenvolve uma afeição maior pela garota e expressa o desejo de namorá-la. No entanto, ela deixa claro que o vê apenas como amigo e que seu foco está nos estudos.
A partir desse ponto, o garoto insiste repetidamente em algo além da amizade, deixando a garota pressionada e ameaçada. Por orientação dos pais, ela bloqueia suas redes sociais e pede que ele respeite sua decisão. No entanto, o garoto publica uma série de ameaças em suas redes sociais, no total mais de 20 postagens, com palavras de baixo calão ofendendo a honra da garota, pouparei o o leitor, mas uma pequena parcela listo a título de ilustração das ameaças:
“o que eu mais quero no mundo não é você, é transformar sua vida em um inferno”
“Te encontro de novo no inferno”
“... eu te odeio com todas as minhas forças...”
“vontade de te bater com tudo o que tenho de forças de tanto ódio...”
Em outra conversa com um colega em comum ele diz ter desenvolvido uma obsessão pela garota.
Vejamos as ações tomadas até o momento:
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Pais da vítima:
Pais do agressor:
Escola:
No desfecho deste artigo, questiono: as ações descritas são suficientes para evitar que um mal maior se concretize? Será que pais da vítima e do agressor poderiam ter ido além das cartas, buscando um diálogo direto? E a escola, está verdadeiramente preocupada com o bem-estar e segurança da aluna vítima da agressão?
Vivemos em uma sociedade que propaga o combate à violência contra a mulher, mas quando nos deparamos com casos reais, muitas vezes as instituições e pessoas respondem timidamente. As medidas descritas no caso em questão — suspensão do agressor por um dia, mudança de local da carteira e supervisão limitada — seriam suficientes diante da gravidade das ameaças?
O intuito aqui é compartilhar uma experiência que, felizmente, não se transformou em tragédia. No entanto, precisamos refletir: estamos preparados para enfrentar essas situações ou simplesmente esperamos pelo destino? Quando uma tragédia ocorrer, não podemos nos limitar a declarações vazias. É hora de agir com mais determinação, sensibilidade e responsabilidade, garantindo que nossas escolas sejam verdadeiros refúgios para todos os estudantes.
A garota, vítima, continua com problemas para dormir e assustada com toda a situação.