A virtude mais subestimada
Quando entrei na faculdade de comunicação em 1997, minha ideia era me tornar um diretor de arte em uma agência de propaganda e fazer carreira nessa área. Minhas inspirações eram Washington Olivetto e Nizan Guanaes. O plano deu certo por algum tempo e de fato me tornei diretor de arte na área, mas de repente apareceu algo que não estava no radar: a internet.
Acabei empreendendo na área, montei empresas, projetos e com o avanço
das redes sociais, aqui estou eu, trabalhando no mercado financeiro desde 2018 por conta de um perfil inspirado em um experimento com macacos 🙈.
Se eu contasse ao Marcelo de 1997 que ele estaria no mercado financeiro em 2024, ele me chamaria de maluco.
A vida de certa forma é assim em todas as áreas. Podemos fazer planos, tentar prever o futuro, mas a verdade é que não temos muito controle sobre novos fatos e acontecimentos que terão impacto em nossas vidas.
Outro fato que mudou muito daquela época para hoje foi o meu gosto pela leitura. Hoje dificilmente passo um dia sem ler ao menos 20 minutos.
Um dos livros que li esse ano foi “O Mesmo de Sempre” do Morgan Housel e o tema é exatamente esse, nossa impossibilidade de prever o futuro, inclusive no mercado financeiro.
O grande gap para a compreensão sobre previsões está em nosso comportamento. Nós, serem humanos esperamos certezas, sim ou não, preto ou branco, e o máximo que podemos calcular sobre o futuro são probabilidades. Se algo tinha 90% de chance de acontecer e não acontece, você errou!
Nesse sentido, para vivermos de forma mais confortável com o futuro, precisamos entender que:
1. Nunca teremos todas as informações disponíveis no mundo, o que temos é apenas uma parte que enxergamos.
2. O mundo não é previsível. Nem todas as informações podem ser resumidas em uma planilha, não podemos esquecer a grande complexidade do ser humano.
3. As pessoas tem formas de pensar distintas, o que é racional para uma, pode não ser racional para outra.
4. As narrativas tem muito poder, e elas sempre tiram as coisas dos eixos.
Ao mesmo tempo que parece impossível prever o futuro, quando olhamos para os comportamentos básicos dos seres humanos, eles são bastante previsíveis, e é nisso que devemos colocar a nossa atenção.
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O mundo funciona em ciclos previsível e controlados pelos comportamentos mais primitivos dos seres humanos: medo, raiva, felicidade...
Sabendo disso, a principal virtude que devemos cultivar ao longo da vida, e que curiosamente é uma das mais subestimadas é a PACIÊNCIA.
Tendemos a ignorar o poder dos juros compostos, seja aplicado ao conhecimento, às nossas relações, ou ao no dinheiro. Ser paciente é uma das maiores qualidade que podemos ter ao longo de nossas vidas, tanto para as relações pessoais quando para decisões de negócios.
Não estou dizendo que temos que aceitar tudo, ou, caso vejamos que algo está indo na direção errada, aceitar. Paciência não é isso. Paciência é entender que muitas coisas da vida levam tempo para se desenvolver, mas o resultado quase sempre é gratificante.
Então, ao longo dessas próximas semanas, exercite a sua paciência, busque entender qual o seu alvo lá na frente, e caso esteja na direção correta, apenas continue.
Se fiz descobertas valiosas, foi mais por ter paciência do que qualquer outro talento. - Isaac Newton
Lembre-se, o faixa-preta é um faixa-branca que não desistiu.
Até a próxima.
Marcelo Alemi, o MonkeyStocks.
Operador de equipamentos e instalações na Vale S/A com expertise em controle de processos industriais
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