Você precisa aprender a falar obrigado

O mercado profissional mostra-se cada vez mais dinâmico e apresenta constantes mudanças nos perfis de equipes, lideranças e no cérebro das organizações. Mas sabemos que toda riqueza não é gerada apenas com decisões, cálculos e análises. É a força do famigerado “chão de fábrica” que faz a diferença. Todas as riquezas e qualidades de uma organização saudável e próspera, passam pelas mãos da faxina, no porteiro, do ascensorista, do pedreiro, do encanador, da equipe de manutenção, da equipe de compras de materiais de trabalho, até chegar nas equipes de atendimento, prospecção, e por fim no sistema nervoso central da empresa, que são as pessoas que pensam, planejam e iniciam a execução para obter resultados.

Até os mais luxuosos hotéis, prédios, escritórios, equipamentos e inclusive o seu Iphone, em algum momento dependeu da pessoa mais simples e da base da pirâmide hierárquica da Apple. O Steve Jobs era um gênio, mas alguém teve que arregaçar as mangas operar máquinas, varrer chão, se queimar, perder horas com a família para fazer horas extras, para que seu império fosse erguido. E acho que com um parágrafo e meio, já possível compreender que por mais que você tenha as mais sofisticadas graduações, cursos, vivências e frequente as rodas mais requintadas de executivos, no fundo você é só um parafuso de uma engrenagem maior. Não menos importante, mas também não é mais importante, você tem um papel. E indo além das definições desta engrenagem, eu diria que o que mantem essa máquina funcionando plenamente é a constante manutenção dos parafusos, correntes, arroelas e porcas. As vezes peças são substituídas por desgaste, mas a questão é: o que gera este desgaste?

O cotidiano mostra muitas vezes deficiências técnicas que podem ser melhoradas e desenvolvidas. Mostra também, condições ambientais que podem ser ajustadas ou modificadas. Até a motivação que é algo que brota de dentro do funcionário, pode ser estimulada, trabalhada e desenvolvida com diversas ferramentas, gerando atitude. Mas nada é mais fértil em uma carreira, que receber um simples obrigado. Acredito que essa palavra pode modificar células, purificar ambientes nocivos, motivar, reestabelecer crises que todos nós atravessamos as vezes. Obrigado à menina da limpeza, obrigado ao ascensorista, obrigado por tudo, obrigado por nada. No fundo essa palavra pode dizer muitas coisas, mas reflete quase sempre em: “eu sei que sua intenção foi fazer o seu melhor e que bom que você fez isso, independente do resultado”. É estar dentro do espaço vital do outro reconhecendo a sua importância naquela fração de tempo. Obrigados constroem coisas, lubrificam engrenagens, dão força, graça e harmonia. O ser humano precisa ouvir, mas precisa aprender a falar com toda a franqueza e amor possível.

Muito obrigado por ler até o fim. Foi muito importante para mim.