Ascensão das Máquinas: I.A. e o Medo
O ano de 2023 será marcado com o ano da ascenção das Inteligências Artificiais Generativas. Isso porque o famoso ChatGPT operando desde o final de 2022, bateu todos os recordes de adesão e em pouco tempo já tem milhares de usuários espalhados pelo planeta, treinando a "máquina". Enquanto empresas e profissionais de diversas áreas correm para entender os seus comandos e como usá-la para aumentar seus ganhos e prosperarem, outros debatem a face apocalíptica deste assunto. Isso porque o próprio criador da OpenAi, Sam Altman, já se pronunciou a favor de uma regulamentação das I.A's. O criador agora discursa em favor de "barrar" a criatura. A ideia é ótima, mas vindo dele isso soa no mínimo estranho.
O Apocalipse Digital e o Medo do Novo
O temor é defendido por vários argumentos e, em sua maioria, parecem coerentes. Lembram de longe do enredo do filme O Exterminador do Futuro 2. O qual o objetivo da maquina viajante do tempo é salvar a vida de John Connor (o futuro líder da resistência humana em uma guerra contra as máquinas), da criação da empresa SkyNet. Empresa essa que tinha como objetivo tornar uma Inteligência Artificial totalmente consciente e autônoma, capaz de dizimar a raça humana.
Ao contrário do clássico, não temos John Connor, mas o medo da extinção é algo que frequenta o imaginário popular e a mídia desde sempre. Aliás, nos últimos anos, parece que boa parte dos movimentos humanos têm sido pautados pelo medo. Uma egrégora parece ter parado sobre a terra, transformando qualquer iniciativa extraordinária em algo ameaçador. Saindo do imaginário, o que torna esse medo no mínimo esquisito, é o seu criador se apresentar publicamente cheio de ressalvas.
Desde a invenção da pólvora, do motor movido a combustão, sempre olhamos ressabiados para o que é novo. Indo mais distante no tempo, lembram do famigerado episódio de Guerra dos Mundos, quando um falso ataque extraterrestre foi transmitido ao vivo por um programa de rádio em 1938, gerando pânico e mortes nos E.U.A. E o que dizer do buzz, gerado graças ao temor gerado pelo "Bug do Milênio", em 1999. E até "ontem" estávamos olhando desconfiados para o prenúncio do que a tecnologia 5G provocaria na comunidade internacional. Sempre esperamos por um armagedom, que nunca acontece. Que bom, né?
Não temos controle sobre as decisões tomadas dentro das grandes empresas, apenas sobre como usaremos as tecnologias. E cá entre nós, apesar do barulho todo, o tema Inteligências Artificiais é não é novo. Ao meu ver parece que existe um certo exagero em alguns pontos. Especialmente porque há I.A's. com tecnologia de ponta, operando em muito do que fazemos em nosso cotidiano. Os Chat Bots de atendimento podem ser um exemplo.
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A Realidade Atual e a Regulação
Gosto de prudência quando adotamos uso de novas ferramentas. Acredito que devemos reconhecer que as I.A.'s já fazem parte de boa parte das atividades tecnológicas. Grandes empresas as utilizam em seus fluxos e processos, em softwares, pesquisas e testes. Portanto, o surgimento das I.A.'s generativas não é uma novidade repentina, mas sim uma evolução natural nesse campo. É importante destacar que os verdadeiros desafios não residem nas I.A.'s conhecidas do público em geral, mas sim naqueles que podem se apropriar do desenvolvimento e treinamento dessas I.A.'s para criar aplicativos e softwares ocultos, os quais os impactos são desconhecidos por nós, "reles mortais".
A regulamentação das I.A.'s é um tema relevante e necessário, que precisa ser debatido a fundo. No entanto, devemos nos atentar aos reais desafios e garantir que o desenvolvimento tecnológico seja transparente e beneficie a sociedade como um todo. Se não melhora a vida das pessoas, não é inovador. Em um mundo em constante evolução, é importante lembrar que o medo do desconhecido pode obscurecer o nosso julgamento e nos impedir de aproveitar os avanços tecnológicos que podem trazer benefícios significativos.
Estabelecer diretrizes que garantam a transparência no desenvolvimento dessas tecnologias deve ser o centro de uma regulamentação. Devemos exigir que as empresas forneçam informações claras sobre como os algoritmos são treinados e quais dados são utilizados. Dessa forma, poderemos entender melhor como essas I.A.'s coletam, tratam e distribuem os dados.
Ficamos na esperança de que as I.A's sejam treinadas com horizonte para o bem comum, promoção da igualdade, da segurança e a proteção dos direitos humanos. Com tantas inteligências e habilidades humanas sendo treinadas, cabe a nós usuários procurar meios para evitar que essas tecnologias sejam exploradas para fins prejudiciais, como disseminação de desinformação, manipulação de opiniões ou violação da privacidade.