Você vive relações saudáveis? HUMANA Educação - Relato Flow

Há algumas semanas estava facilitando um workshop sobre introspecção para uma turma de 1º ano do Ensino Médio. Conversamos sobre os vários aspectos da vida e chegamos no tema relacionamentos. Este assunto é sempre enérgico e cheio de confusões e referências distorcidas!

Percebi que seria importante olhar para este tema com muito mais calma para manter a coerência da conversa e acabamos seguindo para outros temas ligados à introspecção.

No workshop seguinte da trilha, algumas semanas depois, resolvi fazer um dia só sobre relações saudáveis. E para descobrirmos o que são relações saudáveis, exploramos o que eram relações patológicas e/ou abusivas. 

Inicialmente, por conta do contexto que estamos inseridos, todos do grupo reduziram "relações" aos crushes ou namoros. Foi bem legal ver o grupo refletindo e construindo limites claros entre o que são relações saudáveis, o que é aceitável e o que não é.

Parte da conclusão deles foi:

“Uma relação é abusiva quando..

• Você sabe que aquela relação não te faz bem, mas você permanece nela por medo de não conseguir algo melhor; 
• O relacionamento faz você se afastar de você mesmo, dos amigos e da família;
• Você se sente controlado(a) e não pode vestir o que quiser ou emitir as próprias opiniões;
• Há violência (não só física ou sexual, mas também verbal, emocional);
• Você se sente ameaçado(a) e/ou obrigado(a) a fazer coisas que não gostaria de fazer; 
• Te faz chorar mais do que sorrir; 
• Coisas importantes são omitidas;
• Você está sempre com medo de tudo desmoronar de um dia para o outro;
• Você tem a sensação de injustiça, de que sempre se doa mais que o outro;
• Um lado tem tanto poder e influência que o outro lado se sente obrigado a fazer tudo o que é pedido;
• A mesma pessoa sempre tem que sair ganhando em cima da outra;
• …(entre outros)”

Até aí tudo estava sendo muito legal e importante para eles. 

Tudo se tornou ainda mais importante quando eles passaram a enxergar as relações não só como namoros e crushes, mas também como amizades e até mesmo nos trabalhos em grupo da escola. No fim, nos fizemos a pergunta: "Isso vale também para o trabalho?"

Deixo aqui pra vocês, meus amigos profissionais, essa mesma pergunta.

Esses mesmos princípios e limites das relações pessoais valem também para as relações profissionais? 

Essa é uma outra conversa. Mas, independente da resposta, acho incrível ver jovens se questionando profundamente, comprometidos com uma vida mais saudável e conscientes de que o autoconhecimento é um dos pilares para tal.

E eu tenho que confessar que quando tenho um workshop desses com eles, fico impactado com o presente e esperançoso com o futuro!

Torço para que a reflexão deles também te sirva! (: