Zona de Conforto - Será tão confortável assim?
Nós, seres humanos, tendemos a “viver no automático”, agir de forma conhecida, repetitiva, mesmo que os resultados das nossas ações não nos aproximem dos nossos objetivos. Mesmo que não nos ajudem a chegar onde queremos.
Vamos para o trabalho e voltamos para a nossa casa pelo mesmo caminho. Almoçamos nos mesmos lugares. Comemos a mesma comida. Passamos os finais de semana e nossas horas de lazer da mesma forma, com poucas variações. Semana após semana.
Chegamos ao trabalho diariamente e seguimos a mesma rotina. Dia após dia ocupamos a mesma mesa de trabalho. Na mesma sala. Arrumada (ou desarrumada) da mesma forma. Há anos. E a vida vai seguindo. Os mesmos problemas, tratados da mesma forma.
Muitos têm uma profissão ou um trabalho de que não gostam. Outros vivem relacionamentos que não fazem mais sentido em suas vidas. Mas a maioria acredita que “a vida é assim”. Que não há nada a ser feito. “Ruim com, pior sem. Afinal, nem é tão ruim assim...”.
Como é fantástica a mente humana! Rapidamente começa a organizar argumentos para justificar esse enorme espaço que nos é tão familiar, a que damos o nome de Zona de conforto.
Zona de conforto... será tão confortável assim?
Muito provavelmente você conhece alguém que, em algum momento da vida, foi obrigado por uma circunstância inesperada qualquer a “sair” da zona de conforto e descobriu uma força e poder internos que desconhecia possuir. Situações como uma separação, uma demissão, uma doença, fazem com que de uma hora para a outra, a pessoa ocupe e se veja num espaço totalmente novo e desconhecido. Certamente, sua vida foi radicalmente transformada.
O ser humano, quando não tem saída, é obrigado a se reinventar. E muitas vezes descobre que neste momento começa a sua história de sucesso e felicidade. Mas será mesmo preciso uma fatalidade, um problema, para nos jogar nesse espaço fértil deconstrução? Não. Podemos e devemos gerenciar a nossa própria vida e proporcionar a nós mesmos a oportunidade decrescimento e superação. O novo, o desconhecido, assustam num primeiro momento. Mas é nesse espaço, situado fora dazona de conforto, que se situa a nossa “Zona de Aprendizagem”.
Se vivo dia após dia fazendo as mesmas coisas, sempre da mesma forma, paro de aprender. Fico para trás. Mas quando ao contrário, me permito estar temporariamente num espaço desconhecido, começo a ampliar meu mundo, percepção, realidade, em todas as áreas da vida.
Como está a sua vida? Você está vivendo na sua zona de conforto ou na sua zona de aprendizagem? É autor da sua história ou refém do tempo? Como vê as mudanças e transformações do mundo, da sua empresa? Reage defensivamente a elas ou é aberto ao novo?
O exercício de sair da zona de conforto pode começar de forma tímida, em áreas cuja mudança não seja tão desconfortável. Aos poucos ganhamos segurança e nos permitimos ousar em novas áreas. As pequenas ações vão trazendo pequenas mudanças que nos contagiam e nos inspiram a maiores passos.
Comece fazendo um novo caminho para o trabalho. Criando uma rotina diferente para o seu dia. Para o seu final de semana.
E você, gestor? Seu papel é ainda mais importante! Você inspira seu time à mudança ou à acomodação? Existem coisas simples que você pode fazer no dia a dia para dar uma mexida na sua equipe.
Mudar todos da sua sala de lugar, por exemplo. Parece uma atitude pequena, mas situar-se em outro lugar no ambiente gera outro ângulo de visão e uma nova perspectiva. Essa nova perspectiva é um espaço fértil para um novo olhar. Para novas ideias e atitudes. Uma pequena mudança que pode representar o começo da quebra de grandes paradigmas.
Pense a respeito. Como sabiamente nos disse Fernando Pessoa,“Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.”
Que você esteja sempre aberto ao novo! Permita-se pequenas mudanças e se surpreenda com os resultados!