Minuto Digital - O que as minhas férias me mostraram sobre Gerenciar Riscos na Agilidade
Aqui vou eu relatando uma falha minha e que me custou algo que não posso ressarcir. Antes de você ler, vou relatar tal como uma história o caso, mas logo depois eu vou traçar um paralelo com o modelo de Gestão de Projetos com Agilidade e a importância da Gestão de Riscos, exatamente como aprendi com o mestre Thiago Torres.
Tirei férias nesse final de ano, e por isso não houve postagem aqui no LinkedIn na semana passada. Recebi minha família em casa para passar o Natal. Veio praticamente a turma toda. Foi ótimo! Passado o Natal, eu, meu pai e meu irmão mais novo descemos a Serra do Piloto até Mangaratiba-RJ, e como lá estava ruim demais, demos um pulo em Angra dos Reis-RJ, uns 45km 50km de lá. Almoçamos em Angra, e começou a fazer um jeito de chuva bem forte. Opa! Vamos embora logo! De Angra até minha casa dá pouco mais de 1 hora de trajeto... 90km... tranquilo.
Boom! Chuva forte praticamente no primeiro quilômetro na estrada! (Quem aí já viveu problemas no projeto logo na primeira sprint?)
O GPS indicava um caminho pelo qual eu não conhecia, nunca havia passado por lá. Os outros dois caminhos que eu conhecia seria subir a Serra do Piloto ou pegar o Arco Metropolitano até Seropédica e subir a Serra das Araras. Vamos lá... subir a Serra do Piloto era inconcebível por conta das chuvas, ao descer a mesma serra horas antes eu vi dezenas de pontos de deslizamentos de terra. Perigosíssimo! Eu tinha agora duas opções, ou subir uma serra que eu não conhecia, ou dar uma baita volta e subir a Serra das Araras e Rodovia Dutra, estrada muito boa por sinal. Vamos dar a volta ué... entre o conhecido e o desconhecido, só vai me custar combustível e 1 hora a mais de estrada.
Lá vai eu... só não sabia que naquele instante uma carreta estava tombada no alto da Serra das Araras, a carga se espalhou e literalmente travou as pistas. Resultado? 7 horas com o carro desligado preso na Serra, eu e outros milhares de motoristas. O engarrafamento chegou a passar de 20 quilômetros de extensão. Eu não estava preparado para todo esse tempo de problema. É tão perto da minha casa, que descer para Angra e voltar é de boa, não precisa de mala, nem de lanche, nem de nada... só desce, curte, come, descansa, e volta no mesmo dia.
O imprevisto veio. Tivemos por aquele tempo: fome, sede, frio (já era noite, tinha chuva e na Serra), cansaço, tédio, impaciência, e etc. Afinal, o que levaria pouco mais de 1 hora, levou mais de 10 horas.
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Projetos são assim. E um gestor pode falhar exatamente como eu falhei. Os dados apontavam uma direção desconhecida, promissora e melhor, mas desconhecida. Eu fui pelo conhecido, embora sabendo que aquilo me custaria mais. Me enchi de confiança da decisão e não pensei no imprevisto. Não pensei no risco.
O professor Thiago Torres dizia que a disciplina de Riscos precisa ser gerenciada na agilidade tal como um backlog. Que o Risco precisa ser mapeado, mitigado e tratado como item de trabalho e não como plano separado. Se eu tivesse levado em consideração a mudança de rota, eu teria que reavaliar os dados, me preparar e considerar cenários ruins para ter um plano de ação.
Muitas organizações confiam em profissionais, outras confiam em dados, outras confiam em histórico. Há de se tirar bom proveitos e dificuldades em todas as vertentes. Contudo, vamos avaliar o cenário que relatei e como isso pode te ajudar no seu projeto:
Aprenda que a Agilidade não é estar preparada para todas as mudanças, algumas são impactantes e imprevisíveis, mas temos o dever como líderes da Transformação Digital de provocar a discussão, de analisar os dados, de tomar decisões e ao longo da jornada, reavaliar se estamos no caminho adequado. Ajustar a rota, ali no meu relato, seria a melhor e mais econômica decisão. Mudar o planejamento me custaria muito menos. Insistir foi meu erro. Teimosia foi minha falha. Não posso ressarcir o tempo perdido.
Qual seu risco hoje?
Agile Coach, MBA Gestão projetos, KSD, KSI
2yMeu risco hoje? Acho que o cuidado com o plano de carreira, pois envolve muitos riscos a cada decisão. Fiz uma pós em GP que concluí final de 2020 e no mesmo mês, consegui uma oportunidade como GP Junior. Depois comecei a focar em Agilidade e final de 2021 tive a minha primeira oportunidade como agilista. Vejo que o mercado está bem aquecido nesse momento, mas será sempre assim? Acho que não e calcular todos esses riscos relacionados a carreira vejo que são importantes também.