Preguiça ativa X Preguiça passiva: como elas afetam a sua carreira?

Quando falamos em preguiça logo pensamos em alguém deitado em uma rede ou uma cama, sem fazer nada o dia todo, não é mesmo? Ou então, lembramos daquela pessoa (as vezes nós mesmos) que vive procrastinando suas tarefas.

Mas saiba que a preguiça se esconde em diferentes lugares e focar no superficial é também um ato preguiçoso. Entenda:

A ciência não compreende a preguiça como uma patologia, mas como um hábito. Uma das causas é a falta de uso do corpo e da mente. O sedentarismo faz com que o corpo se canse facilmente com a menor das atividades e, assim como o corpo, o cérebro também precisa ser constantemente utilizado.

Leitura de livros, novos aprendizados, conversas estimulantes e conteúdos inspiradores são ótimos para manter a mente ativa e apta a estar sempre aprendendo e se desenvolvendo. Caso contrário, cada novo conteúdo na vida se transforma em um martírio e o indivíduo passa a duvidar das próprias capacidades intelectuais. Mas saiba que isso não é real. 

Outro fator que cria preguiça em nossas vidas é a falta de estímulo. Caso sua empresa, gestores, ou você como liderança, não gere incentivos no ambiente profissional para que o seu entorno se sinta convidado a se desenvolver, saiba que a estagnação irá reinar por aí.

Sem propósito e visão de crescimento profissional é bem comum nos acomodarmos e permitirmos que nosso desenvolvimento paralise. 

Então vamos conhecer os dois tipos de preguiça que mais interferem na sua carreira? 

Em primeiro lugar, a mais conhecida, a preguiça passiva. Ela é aquela voz que diz “só mais cinco minutinhos, daqui a pouco eu faço” e que, sabemos bem, ou não fazemos ou deixamos para última hora gerando ansiedade e entregas mal feitas.  

A preguiça passiva acredita que pode esticar o tempo e procrastina, procrastina, procrastina. Além disso, por que sugerir novas ideias e projetos? Vai dar taaaanto trabalho! Ou ainda, pedir aquele aumento ou promoção? Vai ser tããão complicado convencer meu gestor! E então a vida passa, a carreira fica para trás, os sonhos se acumulam, a esperança se esvai e tal da falta de motivação encontra a morada perfeita para se alocar. Um caminho nem um pouco próspero, não é mesmo?

Esteja alerta. Não permita que a preguiça passiva roube suas oportunidades de crescimento. Afinal, todos os talentos que você tem precisam e merecem espaços para se se desenvolverem! 

Do outro lado temos uma preguiça não tão conhecida mas que atinge a maioria dos profissionais: a preguiça ativa.

Ela é a preguiça em movimento! Sabe aquela pessoa extremamente sobrecarregada? Que não para o dia todo no trabalho e chegando em casa ainda cisma de que tem que arrumar tudo, todos os dias? Ela acredita carregar o mundo nas costas e que só ela sabe fazer o que precisa ser feito. 

Porém, não tem tempo para cuidar de si mesma, das suas relações e, “Imagina, de jeito nenhum pensar em novos projetos e estudos. Não tenho tempo!”

A falta de tempo é a desculpa preferida dos preguiçosos ativos.  

Eles se sobrecarregam com milhares de tarefas, mas incrivelmente nunca tem tempo de fazer aquela que realmente precisa ser feita. Os preguiçosos ativos, assim como o passivos, alimentam um ciclo vicioso de autosabotagem. Esse comportamento afeta a percepção de que são capazes de irem além do que acreditam. 

Além disso a falta de tempo, ainda rouba mais o tempo. Por exemplo: acreditam não ter espaço para uma conversa onde escutem genuinamente, gerando ruídos na comunicação das relações e então conflitos, que levam mais tempo para serem resolvidos, então faltará ainda mais tempo e por aí vai...

Respire! Olhe para a sua rotina e perceba o que, de fato,  precisa ser feito, o que pode ser delegado e o que pode ser descartado. Identifique de quais tarefas importantes você está fugindo e porquê. Busque mais tempo para si mesmo e dê valor ao tempo dos outros.

A maioria de nós tem traços dos dois tipos de preguiça. Leia e releia esse artigo, identifique seus pontos de trabalho e relembre o propósito da sua carreira. Onde você quer chegar? Como a preguiça está atrapalhando isso? Vale a pena continuar alimentando esses comportamentos? O que você pode fazer para mudar isso? 

Bom trabalho! 

*Publicado originalmente no Aplicativo da Você/SA - Carreira - Outubro de 2019