Status da cadeia de suprimentos da China

Status da cadeia de suprimentos da China

Qual é a atual situação da cadeia de suprimentos da China (Supply Chain Chinese)?

O COVID-19 atingiu coração das centrais da cadeia de valor global, incluindo o principal fornecedor de produtos intermediários, a China.

A pandemia teve implicações graves para todas as redes internacionais de produção e na atual conjuntura não há dúvidas que essa expeiência deixará seu legado para os próximos anos.

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Nas últimas quatro décadas, grande parte da produção industrial foi organizada no que ficou conhecido como cadeias globais de valor (GVCs) . As matérias-primas e os produtos intermediários são enviados ao redor do mundo várias vezes e depois montados em outro local. A produção final é reexportada para a ponta final da cadeia de suprimentos, os mercados consumidores, localizados nos mercados desenvolvido e em desenvolvimento. 

Para muitos produtos de alto valor agregado, a China está no centro dessas Cadeias Globais de Valor CGV, funcionando como um hub agregador, onde cada vez que a matéria-prima, insumo ou produto intermediário passe por lá, saia de lá com mais valor. Por exemplo, a China é produtora principal de produtos e componentes de alto valor agregado para o setor de tencologia, como grande cliente de commodities como silício, minério de ferro, magnésio e produtos industriais globais ao mesmo tempo que é um importante mercado consumidor de produtos intermediários. 

A China também está produzindo muitos insumos intermediários e é responsável pelas operações não só de processamento mas também de montagem de vários produtos. A Foxconn, fabricante de componentes eletrônicos é um caso bastante conhecido. Suas fábricas de montagem, localizadas na China continental, produzem para muitas empresas líderes em eletrônicos, entre elas Apple, Intel e Sony.

Com o advento da Covid-19, esta experiência mostrou mais uma vez que colocar todos os ovos na mesma cesta é decerto um tiro no pé. A economia global está aprendendo isso à duras penas.

Sendo pragmáticos e trazendo esse cenário para a nossa realidade, aqui no Brasil, o modelo de negócios da Tigre Dias & Partners divide a carga de responsabilidades (e os lucros também... :-) com o vários parceiros de negócios globais. Isso garante que em cada etapa da negociação em comércio exterior haja um agente (empresa ou profissional) especializado em cada etapa do ciclo da cadeia de suprimentos através dos quais formamos uma rede global de negócios que atua de forma estruturada, gerando eficiência e valor para nossos clientes.

Executivos de médio e alto escalões de empresas que fazem parte das engrenagens da cadeia global de valor estão inseridos em um grupo que hoje conta com 32 membros, incluindo alguns Brasileiros com papel relevante na cadeia de Supplay chain para as importações China-Brasil.

Desde 29/03/202 esses executivos estão em processo contínuo de Brainstorming, visando encontrar soluções para a problemática de logística que bate à porta: Com a enorme demanda de produtos como insumos hospitalares, descartáveis e equipamentos médicos e sendo a Chinia o centro da CGV do mundo, em especial para o continente americano, não tarda para a infraestrutura logística aeroportuária daquele país colapsar.

Um desses executivos é a Beatriz Torrez, fundadora da Beatriz Torrez Assessoria e Logística Integral com sede no Panamá e credenciada à E/A Corp. Sendo ela uma executiva que atua diretamente na cadeia de logística da China, fez uma apresentação do status da cadeia de suprimentos Chinesa e as notícias não são das melhores.

Hoje, dia 02 de Maio de 2020, a reunião virtual da manhã foi aberta com apresentações corporativas dos membros e seus trabalhos em torno da CGV demonstrando qual o background cada membro possui e como poderão contribuir. A pausa para o café deu espaço para o networking, corroborando para novas parcerias e novas janelas de oportunidades.

Aproveito para compartilhar com a comunidade Comex o resumo da manhã de hoje:

Este vídeo mostra suprimentos e equipamentos médicos abarrotando os terminais de carga do aeroporto de Xangai, aguardando o processo de despacho aduaneiro para prosseguir para o embarque. Filas enormes de caminhões aguardam procedimentos documentais.

A problemática não é exclusividade do aeroporto de Xangai. Conforme podemos ver na imagem abaixo, extraída de software/app de mapeamento de rotas aéreas utilizado por empresas de todo mundo para monitorar o transito de suas cargas aéreas pelo mundo, mostram as malhas aéreas com destinos para aerpoportos de Hong-Kong, Cantão e outros aerportos chineses com grandes terminais de carga já operando próxmos do limite operacional.

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RECOMENDAÇÕES

No plano de logística para cada remessa da China Air deve ser considerado pelo menos 7 dias para o processo de desembaraço documental e embarque da carga, pois conforme podemos constatar, nesse momento há uma demanda esmagadora nos terminais de carga dos aeroportos chineses.

As remessas marítimas tendem a dar sinais de complicações, pois com mudanças e readequação para atender os clientes que estão em processo de liberação e embarque de suas cargas para importação, e com produtos e equipamentos abarrotando os terminais de carga dos aeroportos, somado ao alcance da máxima na curva mundial de contágio do vírus, não seria surpresa o frete marítmo retomar o caráter prioritário para as importações no continente americano.

No geral são necessários entre 5 e 7 dias para a verificação documental da carga, especialmente se estiver consolidada. Para FCL (Full Container Load - Contêiners Totalmente Carregados) esse processo leva no mínimo 3 dias.

Então sendo pragmáticos, para quem depende da Supply Chain Chinese qualquer promessa de importação com chegada em solo Brasileiro abaixo dos 10 dias, é algo icogitável, portanto fique atento. Todas as remessas urgentes devem ter esses prazos em consideração e, apesar de todo o bom planejamento, ainda assim podem ocorrer alterações de última hora.

Na opinião de Beatriz Torrez: "Acredito que a tendência será reduzir o volume de cargas nos aeroportos para buscarem um preço mais baixo no frete marítmo para aumentar o volume de carga que o preço atual paga no log aéreo."

Enquanto a situação não se normaliza vamos construindo um novo cenário de insider trading "Surfando a nova bolsa WallStreet" agora refletida na logística e transporte da China ... Pregão via bid-manage para ver quem decola primeiro. Recomendamos dedicar atenção especial ao embarque, mas com as medidas de contenção e salvaguardas necessárias.


FONTES:

WEFórum - World Economic Fórum

Grupo LATAM - Think Tank





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