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Por , Em The New York Times

RESUMO

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GERADO EM: 01/07/2024 - 03:00

Novas taxas e regras para destinos turísticos

Autoridades de destinos turísticos ao redor do mundo estão adotando novas taxas e regras para lidar com o excesso de turistas e proteger o meio ambiente, a cultura local e a qualidade de vida dos moradores. Medidas incluem taxas para visitantes, aumento de taxas de acomodação e restrições ao consumo de álcool e comportamentos inadequados. A busca por um equilíbrio entre turismo e preservação se torna essencial para garantir a sustentabilidade desses destinos.

Uma nova taxa para turistas em Bali. Encargos de hospedagem mais caros em Amsterdã e Paris. Regras mais severas para o consumo etílico em público em Milão e Maiorca. Com a chegada da alta temporada de verão no Hemisfério Norte, as autoridades de muitas localidades turísticas estão adotando medidas para controlar as hordas de visitantes — ou, pelo menos, faturar mais com elas.

Isso pode representar uma dor de cabeça e tanto para o viajante, ainda que, na maioria dos casos, os custos novos e/ou reajustados representem apenas uma fração mínima do custo total do passeio.

— O objetivo é garantir que o turismo funcione bem tanto para quem visita como para quem reside. A atividade depende de belos recursos, naturais e culturais. É preciso protegê-los para que a atração se mantenha viável; do contrário, há degradação — explicou Megan Epler Wood, diretora executiva do Programa de Gestão Sustentável do Patrimônio Turístico da Universidade Cornell.

Em alguns lugares, a proposta de cobrança de novas taxas e estipulação de novas regras enfrenta a oposição dos moradores, preocupados com o possível afastamento do turista que aquece a economia — mas essas localidades precisam definir meios de rebater o que Epler Wood chama de "ônus invisível" da atividade, que inclui comprometimento da infraestrutura, do abastecimento e da moradia, além da pegada de carbono dos visitantes e quaisquer outros inconvenientes que se imponham ao dia a dia dos moradores.

— A pressão sobre o lugar é tão grande que a população se torna infeliz e insatisfeita, passando a não receber bem quem vem de fora. É uma situação qu,e quanto mais se prolonga, mais custa para solucionar — prosseguiu Epler Wood.

Veja aqui quais são as novas medidas que o turista pode esperar já para este ano e outras que vêm por aí.

Novas taxas para os visitantes

Desde fevereiro, quem chega à ilha de Bali é instado a pagar 150 mil rupias indonésias (cerca de R$ 51) por visita. A renda é usada para ajudar na preservação cultural e natural da ilha, fator mais afetado pelo turismo, principalmente em matéria de produção de lixo e sujeira, consumo de água e aglomeração. De fato, o visitante é estimulado a fazer o pagamento on-line, antes de embarcar, embora também possa fazê-lo na chegada, ainda no aeroporto.

A partir de 1º de agosto, a maioria dos estrangeiros que for às Ilhas Galápagos — que no ano passado recebeu um número recorde de visitantes, 330 mil — terá de pagar US$ 200, o dobro da taxa atual. O valor arrecadado será usado para garantir a conservação, melhorar a infraestrutura e custear programas comunitários.

Tom O'Hara, diretor de comunicações do Fundo de Conservação de Galápagos, explicou que o reajuste é o primeiro desde que o encargo foi criado, em 1998:

— O aumento vem um ano depois de o Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco pedir ao governo do Equador que crie um "modelo de crescimento zero" para o turismo no arquipélago. É um tópico complexo porque se de um lado a taxa é vista como parte da solução para o turismo excessivo, por outro todo mundo está tentando garantir à indústria local que não vai acabar com a atividade nas ilhas.

Em abril, Veneza passou a cobrar cinco euros dos excursionistas nos dias mais lotados, com o objetivo de definir "um novo equilíbrio entre turistas e moradores". Estes, entretanto, criticaram a iniciativa.

— Esse projeto é um desastre para nós. Somos uma cidade, não um parque temático. Uma campanha de comunicação teria sido mais eficiente — reclamou Matteo Secchi, presidente da associação de residentes Venessia.com.

A possibilidade de uma cobrança semelhante — a "taxa de impacto climático" sugerida por Josh Green — também gerou protestos no Havaí. A proposta não passou na reunião recente da Assembleia Estadual, mas o governador insiste na ideia de que os visitantes têm de bancar a preparação local para os choques climáticos do futuro.

— Temos de pegar esse touro pelos chifres. Se cada visitante pagar US$ 25, podemos arrecadar US$ 250 milhões por ano, que serão usados contra desastres climáticos, gestão de erosão, reforço da infraestrutura e proteção dos parques — declarou ele aos jornalistas em maio.

Taxas de acomodação e outros encargos ficam mais salgados

As taxas dos hotéis, também conhecidas como taxas de ocupação ou acomodação, são bastante comuns nos EUA e na Europa, onde já vinham se espalhando durante mais de uma década antes da Covid-19. Com a recuperação do turismo a níveis pré-pandêmicos, diversos destinos aumentaram ou reajustaram o valor para captar mais renda.

Como o Havaí, o governo da Grécia — que também foi castigada por incêndios florestais terríveis no ano passado — quer se proteger contra os desastres climáticos e fazer com que os turistas ajudem a pagar a conta. Ali a cobrança ganhou o nome de "taxa de resiliência à crise climática", e será feita pelo setor de hotelaria e acomodação. O valor será mais alto entre março e outubro, chegando a dez euros por diária nos hotéis cinco estrelas, mas caindo entre novembro e fevereiro, sendo naturalmente menor para os estabelecimentos mais simples. Deve substituir o encargo anterior, que variava de 0,50 a quatro euros por diária.

Em Amsterdã, a cobrança, que já era uma das mais altas do continente, subiu de 7% para 12,5% em 1º de janeiro. A prefeitura também elevou o valor pago pelos passageiros de cruzeiros de 11 euros por pessoa por diária para 14 euros.

Barcelona seguiu a tendência, aumentando a taxa para 3,25 euros por diária, concluindo assim a subida gradativa iniciada antes da pandemia. Segundo o representante do governo municipal, os inquilinos de curta temporada e os cruzeiros com paradas mais breves é que pagarão a conta, já que contribuem menos para a renda municipal:

— O valor gerado por ela está sendo usado, entre outras coisas, para pagar a instalação de painéis solares e aparelhos de ar-condicionado nas escolas públicas.

Antes dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Paris, os legisladores municipais da região da Île-de-France instituíram um novo encargo sobre a incidência hoteleira normal. Com a nova cobrança, que custeará o transporte público na área, o hóspede de um cinco estrelas terá de pagar 10,73 euros a mais para cada diária, enquanto o de um dois estrelas desembolsará 3,25 euros.

Embora a medida tenha sido adotada pelo governo local, não contou com o apoio da liderança em Paris. Uma representante da prefeitura classificou a decisão como "usurpação do poder democrático que não beneficia a cidade de forma alguma". E completou, observando que, mesmo com os fundos gerados pela nova medida, a subprefeitura vai aumentar o preço das passagens do transporte público durante a Olimpíada, medida que incomodou muitos parisienses.

Introduzindo novas regras

Em outras cidades turísticas, o foco é o comportamento que polui o ambiente e/ou prejudica a qualidade de vida da população local.

No Japão, as autoridades que cuidam do Monte Fuji impuseram um limite de quatro mil visitantes por dia e uma nova taxa de dois mil ienes (cerca de R$ 70) para quem quiser acessar o famoso cume. Em outras áreas do país, o conselho comunitário do bairro de Gion, em Kyoto, fechou uma parte das ruas aos turistas depois de várias reclamações de que a área — que abriga o distrito das gueixas — estava tendo problemas com a muvuca.

— Vamos pedir aos turistas que evitem entrar nas ruelas particulares a partir de abril. Não queríamos ter de fazer isso, mas estamos desesperados — disse Isokazu Ota, um dos líderes do comitê, à Agence-France Presse em março.

Um representante do órgão oficial de turismo do município descreveu o fechamento do trânsito como uma "iniciativa local". "Nem a prefeitura nem a Associação de Turismo de Kyoto têm mais informações além daquelas que circulam na imprensa."

Em Milão, as novas leis visam o comportamento arruaceiro dos visitantes. Em algumas áreas, as autoridades proibiram a permanência ao ar livre depois da meia-noite e meia (em dias úteis) e uma e meia da manhã (nos fins de semana) por causa das reclamações dos moradores. Além disso, limitaram a venda de comida para viagem e bebida durante a madrugada.

E, em determinados espaços de Maiorca e Ibiza, na Espanha, que sofrem com o excesso de turistas embriagados, o governo proibiu a venda de bebidas alcoólicas de madrugada e seu consumo nas ruas. As festas a bordo de embarcações nessas regiões também sofreram restrições.

— O turismo tem certas consequências negativas que precisam ser controladas e minimizadas. E não pode continuar a crescer em volume — declarou Marga Prohens, presidente das Ilhas Baleares, em assembleia local, segundo o "The Majorca Daily Bulletin".

(Paige McClanahan escreve para a coluna de Viagem do "The New York Times" e é autora de "The New Tourist: Waking Up to the Power and Perils of Travel", lançado pela Scribner em 18 de junho.)

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