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GERADO EM: 28/06/2024 - 04:43

Reconstrói RS: Solidariedade após catástrofe

Após uma catástrofe climática sem precedentes, autoridades e população se unem para reconstruir o Rio Grande do Sul, com esforços conjuntos para reerguer a economia e a autoestima dos gaúchos. A iniciativa Reconstrói Rio Grande do Sul busca arrecadar recursos e promover a reconstrução do estado, contando com a solidariedade de diversas instituições e empresas.

No topo do Morro das Antenas, no município de Encantado, o Cristo Protetor tem os braços abertos para o Vale do Taquari, onde as cidades foram destroçadas pela mais abrangente tragédia climática já vista no país. Com seus 43,5m de altura, maior que o monumento carioca, a estátua gaúcha erguida na pandemia tornou-se símbolo de fé e força da população.

— Se a gente conseguiu erguer um dos maiores Cristos do mundo, por que não vamos conseguir reerguer casas, estradas, empresas? Temos força. Nossa cidade será reconstruída — diz o prefeito de Encantado, Jonas Calvi (PSDB).

O sentimento que mobiliza a população de Encantado, distante 140km de Porto Alegre, às margens do Rio Taquari, espalha-se pelos municípios diretamente impactados pelas enchentes de maio. As palavras de pessoas como o pintor Diego de Oliveira, de 38 anos, que está há mais de um mês dormindo com a esposa em um abrigo improvisado em Arroio do Meio, expressam a reação de 2,392 milhões de gaúchos afetados pela catástrofe.

— Só queremos voltar para casa e reconstruir a nossa vida — diz ele.

Em maio, a reportagem percorreu mais de mil quilômetros por estradas, entre as regiões dos vales do Taquari e dos Vinhedos e de Porto Alegre, ouvindo desabrigados, voluntários, empresários e autoridades municipais, estaduais e federais, em meio ao rastro infindável de escombros que tomou conta da paisagem nas cidades. O inventário da tragédia ainda é contabilizado pelas autoridades, que se revezam entre ações de ajuda humanitária e medidas de curto e médio prazos para que as pessoas possam, finalmente, retornar para um lar, ao trabalho, à escola. O fato é que milhares de famílias, porém, já não têm para onde retornar depois que bairros inteiros foram engolidos pela lama e, agora, terão de mudar de lugar. Até terça-feira passada, dia 25, o Rio Grande do Sul contabilizava 178 mortos e 34 desaparecidos. São quase 2,4 milhões de pessoas e 478 dos 497 municípios gaúchos afetados, com 388 mil desabrigados.

Os governos federal, estadual e municipais compartilham os esforços para a recuperação plena. O ministro extraordinário de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta, disse à reportagem que o governo não fechou um orçamento específico para a recuperação do estado.

— Não vamos somar o que estamos investindo, não haverá cifra fechada. Vamos destinar o que for necessário neste esforço de reconstrução — afirmou Pimenta. — Nossa participação envolve todas as dimensões neste grande esforço de reconstrução, com a manutenção dos postos de trabalho, apoio à atividade econômica, crédito abundante e barato para todo o setor empresarial.

Extensão dos estragos

O cálculo inicial do governo aponta que os recursos federais disponibilizados ultrapassam R$ 50 bilhões. Dentro desse valor estão R$ 15 bilhões em crédito para pequenas, médias e grandes empresas e R$ 2 bilhões para quem é microempreendedor. Há, ainda, mais R$ 13 bilhões relacionados à suspensão da dívida do estado. Fora isso, o auxílio-reconstrução para as famílias deve ficar em torno de R$ 2 bilhões, enquanto a reconstrução das casas em si deve ter apoio de pelo menos R$ 6 bilhões. O Planalto ainda não tem um número exato, mas estima que mais de 30 mil residências terão de ser refeitas no estado.

— Estamos fazendo esse levantamento. Muitas famílias estão voltando para casa e avaliando — diz o ministro.

Segundo o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), desde o início da crise, o estado investiu R$ 800 milhões de recursos próprios em ações emergenciais, pagamentos a famílias atingidas, repasses a municípios, serviços de saúde, educação e infraestrutura, entre outras áreas. Parte das ações envolve a construção de casas provisórias.

— Naturalmente, pela extensão dos estragos, o governo do estado não consegue suportar sozinho a reconstrução. Tenho insistido, e vejo boa disposição do governo federal nesse sentido, na necessidade de medidas para manutenção de emprego e renda e para recomposição das receitas de ICMS do estado, lembrando que 25% disso vão para os municípios — comentou Leite após o desastre.

É uma equação que não fecha a de aportes necessários para a recuperação em meio a receitas minguantes pela redução da atividade econômica. Só em maio, segundo Leite, o estado perdeu mais de R$ 700 milhões em arrecadação.

— Mais do que simplesmente demandar, nosso intuito sempre foi e sempre será o de ajudar a construir as melhores ações possíveis para o povo gaúcho. Temos um plano de reconstrução, o Plano Rio Grande, que já está em prática — afirmou Leite. — A nossa convicção é que o Rio Grande do Sul vai superar essa crise e se tornar uma referência em termos de resiliência climática.

Volta gradual

Na área de logística, o retorno ocorre gradualmente, com a restauração de estradas, ruas e pontes e a volta de transportes. Na arena da Justiça, a vida começou a voltar ao normal, ainda que remotamente, após instalações do Judiciário ficarem inundadas na capital no auge das cheias (ver reportagem na página 8).

Há consenso de que o futuro das cidades gaúchas passa não só pela reformulação geral da infraestrutura, mas também pela recuperação de áreas degradadas e por medidas efetivas de prevenção e redução de danos. — Vamos travar um debate sobre o futuro, um plano de reconstrução sustentável que incorpore a pauta ambiental naquilo que vai ser feito — afirmou o ministro.

Beto Mesquita, integrante do grupo estratégico Coalização Brasil Clima Florestas e Agricultura, que reúne 400 componentes, entre empresas, sociedade civil e academia, aponta que soluções baseadas na natureza podem ajudar não só a recuperar o meio ambiente, mas também a impulsionar a economia local.

— Há um déficit de vegetação nativa do estado de meio milhão de hectares. A recuperação dessas áreas pode ser incluída nesse esforço. Essas atividades são intensivas de mão de obra e geram emprego rapidamente para uma população que perdeu tudo — comenta Mesquita, que também chama a atenção para o reordenamento urbano. — Podemos resolver erros do passado. A maior parte das áreas mais afetadas era de preservação permanente, mas foi sendo ocupada irregularmente. O sinal está dado, são planícies de inundação. A reconstrução precisa respeitar esse sinal.

Ao relembrar a tragédia climática vivida pela população do Rio de Janeiro em 2011, quando cinco cidades da Região Serrana tiveram desabamentos, matando mais de 1.200 pessoas, Mesquita reforça que a natureza, outra vez, está dando seu recado.

— Apesar da imensa tragédia humanitária no Rio de 13 anos atrás, seguimos com as mesmas ocupações irregulares. Será que, com a falência de mais de 400 municípios e um brutal impacto econômico, além de mais de 170 mortes, a gente aprenda alguma coisa? Espero que sim.

Na corrente de solidariedade

O trabalho de reconstrução do Rio Grande do Sul exige um esforço conjunto de todas as esferas de governo, do setor privado e de iniciativas da sociedade civil. Neste sentido, o projeto especial “Reconstrói Rio Grande do Sul” começa hoje na Editora Globo e no Sistema Globo de Rádio. Sem descuidar da necessidade de atendimento às vítimas afetadas pelas chuvas, como milhares de famílias que ficaram desabrigadas e tiveram que buscar refúgio, a cobertura dos veículos entra hoje em nova fase, jogando luz sobre a reconstrução do estado gaúcho, das escolas aos negócios, da saúde à mobilidade.

O caderno publicado hoje em O GLOBO e no Valor e as reportagens especiais que irão ao ar na CBN são a primeira iniciativa de uma plataforma que cobrirá as iniciativas da reconstrução e abarcará também as outras marcas da editora.

Todo o ganho líquido do caderno especial, de R$ 1.053.659, obtido a partir da venda de anúncios, será doado para três instituições sem fins lucrativos: Ação da Cidadania, Central Única de Favelas (Cufa) e Cruz Vermelha Rio Grande do Sul.

No total, foram 22 anunciantes que se juntaram aos três veículos para viabilizar a doação: Aegea, Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, BNDES, Braskem, BRF Marfrig, Claro, CPFL, Febraban, Gerdau, Grupo HDI (Yelum, HDI e Aliro), JBS, L’Oréal, Lwart, Multiplan, Novonor, Phyto Restore, Renner, Suzano, Vibra, Vivo, Volkswagen Caminhões e Whirlpool. A plataforma escolhida para realizar as doações é a “Para Quem Doar” (paraquemdoar.com.br), criada pela Globo e administrada pela Benfeitoria, que desde 2011, com uma rede robusta de curadores, mapeia iniciativas e atua na mobilização de recursos para projetos de impacto cultural, social, econômico e ambiental em todas as regiões do país.

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