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Em 2002, a atriz Vannessa Gerbelli, de 50 anos, iniciou um relacionamento amoroso que resultou no nascimento de seu filho Tito. Ainda que o pai fosse sempre presente, ela se tornou responsável pelo garoto, assumindo a função de "mãe solteira". E é tal conhecimento recheado de nuances que Vannessa utiliza para construir o personagem de Heidi, uma das protagonistas de "Querido Evan Hansen", musical que estreou dia 13 no Teatro Multiplan, no VillageMall. Um dos grandes sucessos da Broadway, o espetáculo incentivou o diálogo aberto sobre temas delicados, como doença mental e suicídio juvenil.

Mãe de Evan, Heidi é uma auxiliar de enfermagem que pretende subir na vida e, para isso, frequenta uma escola noturna, deixando o filho sozinho. "A separação dói, mas ela quer melhorar financeiramente para dar mais conforto a ele", comenta Vannessa, que volta a participar de um musical da Broadway depois de 11 anos - o anterior foi "Quase normal", em 2013. Mas Evan (vivido por Gab Lara, neto do escritor Otto Lara Resende) é um jovem de 17 anos que sofre bullying, ansiedade social, depressão e ainda ostenta um braço quebrado.

Enquanto a mãe sugere que amigos assinem o gesso, o terapeuta pede que o garoto escreva cartas para si mesmo, detalhando o que foi bom em cada dia - ele sempre começa o texto com "Querido Evan Hansen". As duas ações convergem em Connor (Hugo Bonemer) que, como Evan, também não tem amigos e, usuário frequente de drogas, vive chapado para lidar com suas tendências agressivas e violentas. Connor é o único a assinar o gesso de Evan, e ainda surrupia uma das cartas que o garoto escreve para si mesmo, deixando-a no bolso do casaco.

A atriz Vannessa Gerbelli — Foto: Leo Martins
A atriz Vannessa Gerbelli — Foto: Leo Martins

Para surpresa geral, Connor comete suicídio e sua atordoada família encontra consolo ao descobrir a carta que, supostamente, ele escreveu para Evan. Pior: ao exibir o gesso com apenas a assinatura do rapaz morto, Evan parece ser o único amigo de Connor.

"Evan se conforta com essa família que, além de lhe dedicar mais atenção, realiza suas vontades, como fazer seu prato preferido", conta Vannessa. "Heidi tem um profundo amor pelo filho, expresso em sua atenção às sensibilidades dele, mas sofre quando vê Evan recorrendo a outra família em busca de apoio emocional. Sei como isso dói. Quando perdi meu pai e meu irmão, precisei ficar longe do meu filho e a distância só aumentou meu sentimento de culpa. A maternidade me constitui, acredito que todas as mulheres deveriam ser mães."

É esse carinho que ela distribui entre os colegas de palco. "Sua presença em cena é um afago. Ela me acolheu como um filho, me ajudando, me direcionando. Tenho aprendido muito só de observar seu trabalho dela, o jogo teatral, o cuidado com os outros atores, além do talento dramático e da voz emocionante", comenta Gab Lara.

A atriz Vannessa Gerbelli — Foto: Leo Martins
A atriz Vannessa Gerbelli — Foto: Leo Martins

Aos 50 anos, Vannessa já experimentou no palco situações delicadas. Raro exemplo de musical adulto, "Quase normal" tratava de temas como o luto da perda, ética na psiquiatria moderna e bipolaridade. Ela interpretava Diana, uma mulher que, atormentada pela morte do filho ainda bebê, aos poucos se afundava na depressão, desenvolvendo o transtorno da bipolaridade. "A questão do inconsciente sempre me encantou, a ponto de desenvolver muitos estudos sobre a loucura", comenta a atriz, cuja atuação rendeu vários prêmios. "É o tipo de espetáculo que mais gosto de fazer e penso em retomar esse musical."

Diretor de "Querido Evan Hansen", Tadeu Aguiar também comandou "Quase Normal", no qual se surpreendia com a entrega da atriz. "Contar com Vannessa em um elenco é ter a certeza de que sua personagem não perderá nem a sutileza nem a força", afirma ele, satisfeito com as entonações perfeitas com que ela dizia um punhado de frases de efeito, tanto bem-humoradas ("Valium é a minha cor favorita") como de alto teor poético ("Quem surta - quem não quer vencer? Ou quem quer, a dor transcender? Aquela que vai se tratar ou quem fica a esperar?").

A atriz Vannessa Gerbelli — Foto: Leo Martins
A atriz Vannessa Gerbelli — Foto: Leo Martins

Disposta a difundir seu pensamento, Vannessa criou o musical "Do Outro Lado", em 2016. “Eu sentia necessidade de escrever algo sobre o feminismo”, conta a atriz, cuja ação se passa em um presídio feminino. Ela vivia Silmara, mulher simples acusada de assassinato, e dividia o espaço com Diana, moça culta, sofisticada, ex-cantora da noite. Enquanto uma das prisioneiras explica como a arte funciona, a outra, mais pé no chão, demonstra como a vida realmente é. "Foi uma experiência inesquecível, com muita cumplicidade e, sobretudo, amizade", lembra Alessandra Verney, intérprete de Diana.

Vannessa, aliás, deixa lembranças profundas nos colegas. "Eu a conheço desde 1998 e ela sempre foi uma pessoa intensa artisticamente", atesta o ator Ivan Parente. "Cada vez que a vejo atuando, tenho vontade de chorar porque é sempre muito intenso, com uma verdade no olhar, uma preocupação no gestual, no figurino correto. É uma atriz que não faz nada aleatoriamente. Vannessa tem um estudo muito peculiar sobre a relação com pessoas com algum trauma psicológico."

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