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Robert F. Kennedy Jr. não conseguiu se qualificar para o debate presidencial da CNN, que ocorrerá em 27 de junho, até ao prazo limite desta quinta-feira, informou a rede americana — um golpe significativo para a sua candidatura presidencial independente, que negará um palco nacional cobiçado ao lado do presidente Joe Biden e do ex-presidente Donald Trump.
A qualificação para o debate da CNN, um dos dois debates presidenciais agendados para antes do dia das eleições, teria sido um prêmio de ouro para a campanha de Kennedy. Mais de 73 milhões de pessoas assistiram ao primeiro debate entre Biden e Trump em 2020, e Kennedy teria tido a oportunidade de confrontar os seus adversários perante uma vasta audiência nacional.
Nenhum candidato presidencial independente ou de terceiro partido esteve no palco do debate nacional desde 1992, quando a campanha autofinanciada do bilionário texano Ross Perot ganhou impulso suficiente para garantir a ele um lugar ao lado do presidente George Bush e do então governador do Arkansas, Bill Clinton, em três debates nas últimas semanas antes da eleição.
Mas Kennedy não conseguiu cumprir dois critérios. Face aos crescentes desafios antes do prazo final, Kennedy acusou a CNN de conluio com as campanhas de Biden e Trump para o excluir do debate e apresentou uma queixa à Comissão Eleitoral Federal acusando a rede americana de violar a lei de financiamento de campanhas.
A CNN negou essas acusações. Biden e Trump têm um interesse mútuo em manter Kennedy fora do palco do debate, uma vez que ele está afastando o apoio de ambos os candidatos — e ambas as campanhas estão preocupadas com a possibilidade de Kennedy influenciar a eleição em estados cruciais.
Para se qualificar, Kennedy precisava de obter pelo menos 15% de apoio em quatro sondagens nacionais aprovadas. Até esta quinta-feira, no entanto, ele tinha apenas três dessas pesquisas — uma da CNN, uma da Quinnipiac University e uma da Marquette University Law School.
Kennedy também precisava estar oficialmente nas urnas em suficientes estados para poder ganhar 270 votos no Colégio Eleitoral — o limite para ganhar a presidência. Até esta quinta-feira, Kennedy tinha menos de um terço desse número, de acordo com uma análise do The New York Times. Está oficialmente inscrito em seis estados — Califórnia, Delaware, Havaí, Michigan, Oklahoma e Utah — totalizando 89 votos no Colégio Eleitoral.
O requisito de acesso às urnas era significativamente mais complicado para um candidato presidencial independente do que o requisito de sondagem. Kennedy precisava apenas de uma pesquisa no último mês antes do prazo final para cumprir o requisito de sondagem, embora a sua posição nessas pesquisas eleitorais tenha estagnado nas últimas semanas.
Por outro lado, a campanha de acesso às cédulas de Kennedy apresentou petições para entrar nas urnas em mais de uma dúzia de outros estados — recolhendo dezenas de milhares de assinaturas de eleitores registados no processo — enquanto os grupos alinhados a Biden tinham como alvo as petições com desafios legais.
A campanha de Kennedy tinha afirmado que muitas dessas petições de voto estaduais seriam aprovadas até à data limite de 20 de junho. Mas, nesta quinta-feira, a campanha ainda não estava perto de atingir o limite dos 270 votos. A CNN já tinha dito anteriormente que "o mero pedido de acesso aos boletins de voto" não conta como estando nas cédulas de voto desse estado.
