Ron DeSantis desiste de disputar candidatura republicana e anuncia apoio a Trump

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DeSantis fez o anúncio em um vídeo divulgado na rede social X (antigo Twitter) a dois dias das primárias de New Hampshire, na terça-feira, marcando uma espetacular implosão de uma candidatura inicialmente vista como a única capaz de fazer frente ao ex-presidente.

Com apoiadores e doadores deixando sua campanha e as pesquisas indicando derrotas em New Hampshire e na Carolina do Sul, em 24 de fevereiro, poucas alternativas restaram a DeSantis. Pesquisas no início do mês chegaram a indicar sua vitória em New Hampshire, mas nos últimos dias ele despencou para um distante terceiro lugar, com apenas 6% dos votos.

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Trump, de 77 anos, saiu na frente em Iowa na última segunda-feira, quando 51% dos eleitores republicanos o escolheram, marcando uma diferença de 30 pontos percentuais de DeSantis, que obteve apenas 21%. Haley, cuja imagem mais moderada teve mais dificuldade para agradar o eleitorado conservador do estado, ficou com 19%.

Na gravação, DeSantis disse que, após o segundo lugar em Iowa, não poderia "pedir" a seus partidários "que oferecessem seu tempo e doassem seus recursos" sem um "caminho certo para a vitória".

“Suspendo hoje [neste domingo] minha campanha", afirmou DeSantis no vídeo. "Para mim, está claro que a maioria dos eleitores das primárias republicanas querem dar outra oportunidade a Donald Trump", disse.

Apesar de pontuar que tem divergências com o ex-presidente, especialmente sobre a pandemia de Covid-19, o governador da Flórida endossou sua nomeação pelo partido — nesta semana, o bilionário Vivek Ramaswamy também apoiou o magnata ao abandonar a corrida presidencial.

"Trump é superior ao atual presidente, Joe Biden. Isso está claro. Tem meu apoio porque não podemos voltar à velha guarda republicana do passado ou a uma maneira reformulada de corporativismo requentado que Nikki Haley representa", disse.

Mesmo antes do anúncio, Trump já tinha começado a se referir ao governador no passado: “Que descanse em paz”, disse durante um comício em Manchester, no sábado à noite. Neste domingo, a campanha do ex-presidente, que passou os últimos meses fazendo ataques intensos a DeSantis, incluindo à sua expressão facial ou à sua escolha de sapatos, disse em nota que ele "se sentia honrado" pelo apoio.

Eleito governador da Flórida em 2018 com o apoio de Trump, DeSantis, um ex-oficial da Marinha de 45 anos, inicialmente atraiu apoio de muitos republicanos que o viam como uma estrela em ascensão da direita conservadora, apesar de sua falta de carisma. Com o tempo, afastou-se do ex-presidente republicano e ganhou notoriedade por posturas de extrema direita em educação, imigração e temas LGBT+.

Suas iniciativas incluíram impor uma das leis mais restritivas do país em relação ao aborto. Também se uniu a outros governadores republicanos no envio de emigrantes a cidades democratas do norte e leste dos Estados Unidos.

Mas sua candidatura, anunciada no final de maio do ano passado, teve dificuldades para estabelecer-se como uma ameaça a Trump, gastando dezenas de milhões de dólares sem qualquer efeito claro e ficando perigosamente sem dinheiro. Desde novembro, por exemplo, não havia anúncios de sua candidatura em New Hampshire.

Na semana passada, após a derrota em Iowa, o governador começou a sinalizar que poderia deixar a disputa e se voltar para a eleição de 2028. Neste fim de semana, cancelou todas as suas entrevistas televisivas, pressagiando sua decisão.

Em um evento em Seabrook, New Hampshire, Haley disse que DeSantis "fez uma grande corrida, foi um bom governador", acrescentando: "Desejamos-lhe o melhor."