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Por AFP — Lahore, Paquistão

RESUMO

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GERADO EM: 20/06/2024 - 15:00

Boicote a marcas americanas fortalece produtos locais no Paquistão

Movimento de boicote a marcas americanas em apoio a Israel fortalece produtos locais no Paquistão, despertando patriotismo e solidariedade ao povo palestino. Ações individuais impulsionam empresas locais, mas impacto econômico pode ser limitado.

O boicote a empresas ligadas a Israel para protestar contra a guerra na Faixa de Gaza está beneficiando empresas locais no Paquistão, que estão usando ocasião para fortalecer a identidade nativa de suas marcas. O Mezan Group, fabricante de alimentos e bebidas, impulsionou as vendas de um de seus refrigerantes com um novo slogan comercial: “Porque a ColaNext é paquistanesa”.

— Depois disso, todas as casas que eu frequentava ou que meus amigos frequentavam tinham ColaNext. Pessoas de Karachi até o norte do país estão a elogiando — disse Mian Zulfiqar Ahmed, diretor administrativo da Mezan Beverages, a subsidiária que produz o refrigerante.

O movimento de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) é uma campanha global de solidariedade ao povo palestino que busca pressionar financeiramente Israel por seu bloqueio a Gaza e pela ocupação da Cisjordânia.

O BDS ganhou novo ímpeto após um ataque terrorista do Hamas no sul de Israel, que deixou 1,2 mil mortos (a maioria civis) e fez mais de 250 reféns, dezenas dos quais ainda estão desaparecidos. A ação desencadeou uma ofensiva militar israelense que, em pouco mais de oito meses de guerra, já deixou pelo menos 37,3 mil pessoas mortas em Gaza, a maioria civis, de acordo com o Ministério da Saúde do território, governado pelo Hamas desde 2007.

'Vocês têm o poder'

No Paquistão, de maioria muçulmana, a raiva foi direcionada às empresas americanas, mesmo que seu relacionamento com Israel não tenha sido determinado. Manifestantes incendiaram um restaurante da KFC na Caxemira, donos de lojas retiraram marcas estrangeiras de suas prateleiras e influenciadores locais promovem hamburguerias como alternativa ao McDonalds.

A atriz paquistanesa-canadense Ushna Shah faz postagens frequentes para que seus 2,6 milhões de seguidores apoiem a campanha. "A única arma que temos é o boicote econômico", ela escreve. "Vocês têm o poder!".

Um funcionário de um supermercado em Lahore disse à AFP, sob condição de anonimato, que as reclamações dos clientes aumentaram nos oito meses de guerra, em que Israel destruiu grande parte de Gaza.

— Os clientes nos perguntaram por que ainda estamos vendendo produtos da Nestlé ou cosméticos da Loreal. (Os chefes) ordenaram que marcássemos claramente as seções que têm produtos estrangeiros e de onde eles vêm — explicou ele à AFP. — Muitas pessoas ficam em frente às prateleiras e pedem para verificar se um determinado produto que desejam comprar está na lista de boicote.

Os Estados Unidos são o quarto maior exportador para o Paquistão, que não tem relações diplomáticas ou comerciais com Israel.

Em um distrito comercial em Lahore, o vendedor Maqsood Ashiq retirou produtos de países que ele acredita apoiarem Israel e, em seu lugar, colocou produtos de países de maioria muçulmana.

— Todos os produtos que trago para casa são fabricados no Paquistão — disse Zaka ur Rehman, de 38 anos, à AFP, afirmando: — Não compro um único item que venha daqueles que apoiam Israel ou atacam Gaza.

Patriotismo despertado

Mas o economista Fahd Ali alertou que esse novo localismo no Paquistão terá pouco impacto sobre a economia porque, no momento, trata-se de decisões individuais.

Ali, que é professor universitário, disse que seus alunos perguntaram se deveriam fazer um boicote, mesmo que isso não tenha impacto. Ele enfatizou que, mesmo que a produção local aumente consideravelmente no Paquistão, o país ainda depende de matérias-primas importadas.

— Acho que será difícil manter esse movimento se ele não crescer — alertou Ali, prevendo que a tendência se dissipará nos próximos meses.

Maria Iqbal, de Karachi, lançou a página "Pakistan Goes Local" no Facebook, que promove alternativas locais para produtos como sabão e calçados.

— Com tudo isso, o patriotismo das pessoas foi despertado — disse ela, explicando como o movimento de boicote gerou apoio aos produtos locais. — As pessoas, de modo geral, estão mais cautelosas agora e certamente querem saber de quem estão comprando. Não há como voltar atrás.

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