A segurança pública em nosso país possui aspectos regionalizados, que precisam de atenção especial no enfrentamento do mecanismo da criminalidade, em suas diversas origens e pilares de sustentação. Não obstante, este mecanismo, que se sustenta através da inércia estatal, combinadas com as armadilhas sociais, apelo popular e da condição de burocracia necessária, impede avanços. O crime busca por si, atalhos sem empecilhos, desenvolve-se dinamicamente e encontra caminhos por intuição e segue como um sistema livre, atualizado e realimentado. Não há modelo pronto diante das facetas brasileiras, este é o desafio. Para conter um sistema assim, é necessária política pública especial, igualmente ágil e composta de ferramentas que se contraponham na medida que o outro lado avance. A tecnologia é uma destas ferramentas, na qual o próprio crime se alimenta. Entretanto, há peculiar vantagens em que o Estado pode não ser superado, que é a ciência e infraestrutura, pois depende da legalidade e implementação altamente qualificada. Tão importante quanto investigar, é prevenir, antecipar ações, para que não haja custos e sacrifícios posteriores.
Para o ESTADÃO, conversei com a Joana Monteiro, professora da Fundação Getulio Vargas, sobre os possíveis caminhos que o Brasil precisa seguir para combater os males da segurança pública no País. Pesquisadora e especialista na área, Monteiro explica na entrevista abaixo a importância de se investir mais em investigação do que em militarização - sobretudo para o caso de homicídios, que seguem em patamares acima dos 40 mil por ano; criticou o projeto aprovado no Senado que acaba com as saídas temporárias dos detentos; e defendeu necessidade de o Governo Federal tomar a frente desse agenda e liderar as ações de combate ao crime organizado junto com os Estados e municípios. https://lnkd.in/drRqXmZ5