É preciso deixar nossos assediadores partirem!
De acordo com uma pesquisada realizada em 2022 pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje) com 554 mulheres da área da Comunicação e de diversas regiões do Brasil, 72% das mulheres entrevistadas já sofreram assédio no ambiente de trabalho! Dentre elas, 55% reforçaram a importância de uma punição mais enérgica para os assediadores.
Situações de assédio são caracterizadas como uma “exposição de pessoas a situações humilhantes e constrangedoras no ambiente de trabalho, de forma repetitiva e prolongada", no caso de assédio moral, (TST, 2019). Quando falamos de assédio sexual, "é definido, de forma geral, como o constrangimento com conotação sexual no ambiente de trabalho, em que, como regra, o agente utiliza sua posição hierárquica superior ou sua influência para obter o que deseja", (TST, 2020).
Esses dados são muito alarmantes, e ainda não falamos sobre a importunação sexual, que se caracteriza “quando há qualquer prática de cunho sexual sem consentimento da vítima” (Think.Olga, 2023), sendo uma prática totalmente criminosa, de acordo com lei 13.718/18, criada recentemente em 2018. Esse ciclo afeta a vítima de forma cruel, além de impactar externalidades, como mostra no esquema criado pela SPUTNik e Think.Eva em 2023:
Então, se você, leitora, já passou por uma situação de assédio moral, sexual ou importunação sexual, eu espero que tenha sido acolhida da maneira correta!
De qualquer forma, sempre denunciem, por mais difícil que seja essa exposição. Caso não se sinta confortável em denunciar de forma corporativa, use meios legais para isto! Vale ressaltar que este ano a CIPA tornou-se uma ferramenta de combate ao assédio sexual e qualquer tipo de violência no trabalho, caso haja mais dúvidas, deixarei um link completo com todas as mudanças, escrito pelos advogados do escritório Machado Meyer neste ano.
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Por fim, conversem com outras mulheres, essa rede de apoio é essencial. Se enfureçam! E quando todas as medidas tiverem sido tomadas, é preciso deixar os assediadores partirem, de suas mentes e corações, para que o sentimento de raiva, vergonha e tristeza não impacte as pessoas e profissionais grandiosas que são.
Eu sei, é muito difícil e por muitas vezes tive pesadelos com “meus” assediadores. Mas, hoje eu convido a quem estiver pronta para queimar essa página chamada "assédio" e seguir em frente, juntas! É o momento de fortalecer essa rede e apoiar mais mulheres, lutando para um ambiente corporativo mais justo para nós!
Encerro esse texto com alguns aliados dessa grande luta:
2- Educação corporativa: SPUTNik
3- Fontes de informações: Think.Eva e Think.Olga
UX Designer | Mercado Livre
1 aMuito necessário falar sobre isso. Que tenhamos conhecimento e lucidez para identificar uma situação de assédio, pois muitas vezes ela é sutil e velada; e que tenhamos coragem para denunciar sem medo de represálias nos canais oficiais da empresa que se trabalha. Assediadores não passarão!
Diretora de Marketing Netafim
1 aExcelente artigo Bruna Tainara. É preciso esse passo de encorajar o outro a fazer apenas o que certo. Lembrando que o assédio pode vir de várias formas e para várias pessoas, não somente para mulher. Vou compartilhar.