Ética em tempos de mudanças exponenciais
Quando conceituamos que redes de computadores “definem um conjunto de objetos, pessoas, interligados uns aos outros” e mídias são “os meios utilizados para enviar uma mensagem para alguém ou um público”, fica claro o impulsionamento que a internet e novas tecnologias trouxeram para a nossa sociedade.
Quebramos fronteiras, mudamos as formas de comunicação e consumo, globalizamos culturas e trouxemos novas necessidades e formas de fazer negócios. Desse novo mindset criado, surgiram também as redes, que são utilizadas para unir propósitos, interesses e compartilhamento de ações, como em uma sociedade criativa ou em um ecossistema de inovação.
Atualmente, a estratégia de empresas e no campo político como presenciamos recentemente, perpassa pela utilização do meio midiático, ferramentas sociais, aplicações e internet para angariar vantagem frente aos concorrentes.
Algumas vezes constatamos a forma “imoral” de utilização desses meios, como a criação de fábricas de fake news; contudo, também percebemos a utilização “ética”, quando pessoas são engajadas em uma causa em comum ou no caso de empresas que realmente geram valor aos seus clientes.
Ainda no campo da política, um sucesso na utilização da gamificação, que é a aplicação de elementos e mecânicas de design de jogos em outros contextos, foi a campanha de Barack Obama. A meu ver, a estratégia vitoriosa da campanha utilizou a tecnologia como motor propulsor para angariar eleitores e potencializar votos.
A gamificação também foi utilizada em uma empresa, quando uma nova Intranet foi lançada, com objetivo de buscar envolvimento, participação, além de gerar desafio e motivação. As temáticas focaram na história da empresa e envolveram interação em fóruns, compartilhamentos de notícias, caça de recompensas em áreas da intranet menos acessadas e quiz sobre vários assuntos. Alguns resultados alcançados:
- Promoção de uma competição corporativa saudável
- Sentimento de pertencimento “vestir a camisa da empresa”
- Sensação de autonomia, uma vez que as pessoas poderiam realizar suas próprias escolhas
- Maior capacidade de absorver conteúdos e transformá-los em valor na execução das atividades diárias
- Utilização da intranet como ferramenta de trabalho.
O fato é que a gamificação, todo o contexto tecnológico e ferramental podem e devem ser potencializados no ambiente corporativo com o propósito de engajamento, motivação para geração de vantagem competitiva.
Vale tudo para que as empresas e “personas públicas” alcancem os seus objetivos; desde que tenham comportamento ético que deveria ser uma condição intrínseca de cada pessoa e empresa. Nenhum objetivo deveria fazer com que pessoas e empresas deixassem seus valores éticos em busca de seus resultados.
Estamos em tempo de mudanças exponenciais, mas, sabemos o quanto queremos que nosso futuro seja mais transparente, confiável, sustentável e pautado sempre pela ética em quaisquer relações e ambientes!
Artigo apresentado no Curso: Especialização em Negócios Digitais: Inovação e Empreendedorismo, Disciplina Tecnologia Aplicada a Negócios Inovadores e Tendências - PUCPR
Professor, Doutorando e Mestre em Educação: História, Política, Sociedade
6 aGlicia, muito importante suas reflexões, principalmente nesse contexto, onde a tecnologia está cada vez mais presente na nossa vida e tende a ocupar um espaço ainda maior. Falar sobre ética e sustentabilidade se torna imperativo, pois a tecnologia não pode se tornar um paradoxo, deixando de lado conceitos fundamentais e sim, representar de fato benefícios e melhorias para a nossa vida.