2018 parece ser interessante, se for como 2017...
Em meu primeiro post do ano, comentei rapidamente que esse ano de 2018 seria diferente, pois além de termos Copa do Mundo e eleições presidenciais, que sozinhos já movimentam o ano e o humor tupiniquim (seja para o bem ou para o mal), estávamos com um pipeline interessante de IPOs na fila para a Bolsa Brasileira. Logo no início do ano, a PagSeguro realizou seu IPO na NYSE levantando aproximadamente R$7,3 bilhões, sendo considerado o maior na NYSE desde o Snap Inc. em março de 2017 e o mais expressivo de empresas brasileiras desde 2011 (BB Seguridade levantou R$11,4 bilhões na B3). Ou seja, pode vir quente que o Mercado está fervendo! :)
Com um pipeline interessante de IPOs para esse ano, o cenário está animador tanto para nós que trabalhamos com Relações com Investidores quanto para a economia do país. Basta pensar que quanto mais empresas listadas em bolsa, melhor para os investidores que dispõem de mais opções para seus investimentos, melhor para a economia uma vez que são mais empresas com mais acesso a capital para realização de investimentos, e melhor ainda para o país uma vez que mercados de ações mais desenvolvidos tendem a estar associados a um padrão de vida elevado da população (segundo estudo de Andrew Howell, de 2015, caso vocês não tenham visto).
Nesse segundo post (que chega já um pouco tarde, mas sabe como é, tinha o Carnaval...) irei comentar (brevemente também pois não sou fã de "textões") sobre o que vimos em 2017. Com base em dados disponibilizados pela CVM relacionados a emissões, o ano de 2017 foi um bom ano para o Brasil, ficando atrás apenas do ano de 2013 em relação a volume nessa década (2010-2020) e o quarto ano em número de emissões, sendo que nos anos de 2010, 2011 e 2013, 11 empresas ofertaram suas ações enquanto em 2017 foram 10, ou seja, uma a menos apenas.
E o ano de 2017 foi interessante para o Brasil também no comparativo internacional, se destacando no cenário da América Latina. Para se ter uma ideia, a última vez em que o Brasil realizou mais emissões que o México, mercados mais relevantes na América Latina e Caribe, foi em 2013. Depois disso, los muchachos realizaram 3 IPOs em 2014, 5 em 2015 e novamente 3 em 2016 enquanto no Brasil tivemos apenas três no total no mesmo período (um por ano... que faaase). Já em 2017 foram 10 emissões no Brasil e 6 no México, o que já mostra uma boa recuperação e abertura de janela que esperamos que continue em 2018.
O mesmo vale para a emissão de bonds em moeda estrangeira. Em 2017 foram quase US$53 bilhões em emissões corporativas não financeiras no Brasil, acima dos US$46 bilhões no México no mesmo período. A última vez em que o Brasil tinha superado o México foi em 2011, US$39 bilhões contra US$30 bilhões, respectivamente. Outro destaque para colocar na conta de 2017 é que foi o primeiro ano na década que esse volume passou da casa dos US$50 bilhões no ano.
Enfim, ainda que seja apenas uma fotografia isolada do ano passado e, segundo um grande amigo meu, isso pode não dizer nada, vejo esses dados com bons olhos e de maneira positiva. Espero que nesse ano de 2018 consigamos mais uma vez promover o desenvolvimento do mercado de capitais com mais empresas realizando suas emissões e com todos ganhando, os investidores, a economia e o país de uma maneira geral.
I hope you liked, if not, sorry about that! (Canadian style :-) )