250 anos de Porto Alegre
Foto Fabrício Gonçaves PMPA - Parque Farroupilha (Redenção)

250 anos de Porto Alegre

Os relatos pessoais também são importantes e bastante incentivados nesta plataforma, fugindo um pouco das relações de negócios, mas humanizando os perfis e conectando as pessoas com histórias inspiradoras. É por isso que hoje, apesar deste perfil ser essencialmente para falar de imóveis, vou pedir licença para contar a minha história na cidade que nasci e que hoje está completando 250 anos – Porto Alegre.

Nasci na década de 60, mais precisamente em 1966 (não, não tenho vergonha da minha idade) no hospital Beneficência Portuguesa, e logo nos primeiros dias rumei para a cidade de Rio Pardo, onde passei os dez primeiros anos da minha vida. Em 1976 retornei a Porto Alegre e nunca mais saí para morar em outra cidade. Coisas da vida, não sei se teria sido diferente se tivessem outros caminhos para mim, mas o fato é que vivi momentos felizes na minha cidade. Já conheci algumas outras cidades do Brasil e até de outros países, mas sempre retornando a Porto Alegre, sensação muito boa, por sinal. Como dizia o grande pesquisador Iván Izquierdo: “Eu adoro voltar a Porto Alegre”.

No meu retorno, ainda criança, lembro do bairro Bom Fim (o Bomfa) onde vim morar e passei os últimos anos como criança e boa parte da adolescência. Lembro em especial do cinema Baltimore nas matinês de sábado ou domingo e das caminhadas à noite atravessando o parque da Redenção até a pizzaria Chuca da rua Venâncio Aires. Após o jantar, o retorno a pé com os amigos para fazer a digestão do rodízio de pizzas. Naquela época não havia violência e era possível andar tranquilamente à noite por um imenso parque urbano.

Tinha também uma especial relação com o centro da cidade, muito próximo ao Bom Fim, e por isso seguidamente estava lá também. Lembro das visitas a minha vó e das vezes que dormia lá e ficava vendo o reflexo das luzes dos carros na parede. Quem conhece Porto Alegre sabe que quando se vai ao centro da cidade, se faz tudo o que se pode fazer a pé, porque em boa parte do bairro temos que caminhar, e bastante! Conhecia todos os cinemas do centro e todas as lojas de departamentos, além é claro, de todas as galerias e suas lojinhas.

Outro pedaço considerável de tempo passei no bairro Rio Branco, que é anexo ao Bom Fim, mas que tem algumas características um pouco diferentes. Vejo o Rio Branco como uma espécie de ponte entre o Bom Fim e o Moinhos de Vento, o que não é demérito, mas até um facilitador para se circular tanto em um como em outro. O Bom Fim é mais descolado, mais alternativo, é o bairro de todas as tribos. Já o Moinhos de vento é mais sofisticado e tradicional, mais rico e conservador. E o Rio Branco é o meio termo entre isso tudo, na parte anexa ao Bom Fim é mais parecido com este e o mesmo acontece com a parte anexa ao Moinhos de Vento. Mas uma coisa é certa: todos os três tem as suas belezas e singularidades.

Como não podia deixar de citar, falo agora do bairro Jardim Botânico, que vivo há mais de vinte anos. Apesar de ter mudado um pouco a aparência com o aumento de prédios e empreendimentos imobiliários, o Botânico, como chamamos, ainda guarda muito de suas características bem marcantes como ruas bem arborizadas, várias casas em meio aos prédios e um local privilegiado da cidade em termos de deslocamento para qualquer lado que se queira ir com a proximidade de grandes avenidas. Também conta, é claro, com o lindo parque Jardim Botânico, excelente ponto para uma visita e caminhada relaxante entre sua rica diversidade.

Atualmente (ano base 2022), segundo a Prefeitura de Porto Alegre, a cidade conta com 94 bairros e seria impossível falar de todos, até porque há vários que mal conheço, mas deixo esse pequeno recorte de alguns momentos da minha vida que passei na cidade e que guardo na memória. Um pouco da cidade também tenho deixado em imagens no meu perfil em alguns posts que tenho chamado de “Cantinhos de Porto Alegre” e que convido a todos para acompanharem.

Deixo meu sincero carinho aos bairros que referi nesse texto e parabéns à Porto Alegre pelos seus 250 anos! Para encerrar, gostaria de lembrar de Mário Quintana, morador ilustre da cidade, e pedir licença para reproduzir um trecho de seu lindo poema O Mapa:


Olho o mapa da cidade

Como quem examinasse

A anatomia de um corpo


(E nem que fosse o meu corpo)


Sinto uma dor infinita

Das ruas de Porto Alegre

Onde jamais passarei...


E você, conhece Porto Alegre? Qual é a sua melhor lembrança? Conte pra nós nos comentários!

Claudia Espósito Passoni Slompo

Corretora de imóveis. Investimento imobiliário inteligente. Especializada em imóveis de alto e médio padrão para morar ou investir em Ribeirão Preto-SP.

2 a

Parabéns Porto Alegre !

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