Sobre foco e fluidez
Cíntia Gonçalves, diretora geral da AlmapBBDO: as conversas de hoje não começam e terminam num lugar só

Sobre foco e fluidez

Quem se coloca à porta de um restaurante lotado dificilmente consegue ouvir, em meio ao burburinho, uma sentença completa que resume a avaliação geral do ambiente. A comida é boa? O som está legal? O vinho, a contento? Quem sabe…

Se a mesma pessoa coloca uns microfones na mesa de meia dúzia de críticos gastronômicos, já dá pra ter uma ideia mais apurada – mas isso é o que geralmente qualquer um faria, certo?

Pelo menos até hoje, é uma das primeiras coisas que as marcas fazem para medir a percepção sobre seus produtos e serviços: ouvir os experts e influenciadores.

Acontece que meia dúzia de ungidos não é representativa do todo: eles geralmente são mais educados que a média, o que os torna mais cricas. Não raramente, eles veem problemas onde não há e deixam passar umas coisas que, pelamor, qualquer ser humano comum perceberia.

Hoje estive no lançamento de uma nova ferramenta da AlmapBBDO cujo objetivo é permitir que as marcas ouçam o que se fala além da mesa dos críticos.

Não que eles sejam chatos demais, mas o pessoal sentia falta de um negócio que permitisse ouvir as pessoas comuns ao redor: a mesa da despedida de solteiros, o grupo da firma, a pessoa que fala sozinha e tira selfie para instagramar. (A metáfora do restaurante nem é minha, mas foi usada em partes pela diretora geral, Cíntia Gonçalves, na apresentação.)

A ferramenta se chama Novas Conversas e mapeia de um jeito supercomplexo como um assunto emerge de redes sociais, imprensa, novelas, clipes, programas de entrevista e etc.

Seu desenvolvimento se baseou no óbvio ululante: nenhuma conversa começa e termina no Facebook, no Twitter ou na novela das 9. O papo começa em algum lugar e vai pra outro – e daqui a pouco surge um fórum de gente que vem de Pindamonhangaba pra São Paulo pra bater papo sobre o ciclo de vida das suculentas com amigos virtuais.

Em outras palavras, a AlmapBBDO está tentando dar foco a conversas que, como tudo no nosso tempo, são fluidas do início ao fim.

Participei da sala em que meu querido amigo Felipe Masson, diretor de data insights da empresa, contou como se formaram as conversas sobre representatividade, gênero e identidades.

É incrível o poder dos dados para nos fazer entender como o vídeo de um youtuber gera um debate sobre sair do armário; como o clipe de um famoso dá novo significado ao termo pink money; e como uma cena de novela revela um olhar despercebido sobre a bissexualidade.

Voltei de lá muito animado e curioso para saber como serão essas novas conversas, essas conversas do futuro. Parabéns a todos os envolvidos!

Christian Miguel da Silva

Gerente Sênior de Comunicação e Public Affairs @ Alandar Políticas Públicas | Advocacy | Comunidades | Pride Advocate 🏳️🌈

6 a

Obrigado, Felipe Masson, pelo convite!!!

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