As 5 Tendências Tecnológicas Que Vão “Mudar” O Governo Em 2022
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As 5 Tendências Tecnológicas Que Vão “Mudar” O Governo Em 2022

Chegou a vez do governo "se render" aos avanços da tecnologia como qualquer outra pessoa física ou jurídica. A maior parte dos desafios dos órgãos públicos hoje vem da luta contra a pandemia da covid. Ficar por dentro das tendências tecnológicas não é modismo ou coisa de momento, é uma questão de sobrevivência.

Os governos já notaram que o benchmarking com as empresas privadas é valioso para tornar as respostas do Estado mais ágeis. A população não suporta mais tanta burocracia e lentidão.

tendências tecnológicas

A transformação digital já chegou e chegou bem rápido. Inteligência artificial, gêmeos digitais e internet das coisas já estão nas agendas de governo. Os órgãos públicos dos países desenvolvidos já notaram o potencial infinito dessas tecnologias exponenciais.

Mas afinal, o que são tendências tecnológicas?

Kotler (2000) nos explica que tendência é uma direção ou uma sequência de eventos, um impulso. As tendências tecnológicas surgem por causa de demandas reprimidas na sociedade, necessidades de inovação.

O Uber cresceu por causa da baixa qualidade dos serviços de táxis, o iFood veio para atender quem não curte cozinhar ou sair para comprar comida e o AirBnb pegou o nicho de mochileiros que não queriam pagar estadia cara nos hotéis de Nova York.

Dito isso, veja agora as 5 tendências tecnológicas que vão "mudar" o governo em 2022.

Identidades digitais

Os governos digitais precisam mais do que nunca saber se você é você mesmo. Os sistemas de identificação criminal são cada vez mais críticos. O Brasil conhece bem os "cases" de fraudes no auxílio emergencial e nas pensões do INSS…

Nesse ponto, o cartão de identidade único do nosso portal gov.br está bem avançado. As biometrias do TSE também não ficam para trás.

O problema está no fato da população aceitar sem reclamar que os governos rastreiem as suas vidas e violem a sua privacidade…

Indo mais a fundo, as identidades descentralizadas com tecnologias de blockchain e computação distribuída podem criar bancos de dados controlados por algoritmos ao invés de instituições sem legitimidade.

Projetos dessa identificação descentralizada já existem na Bélgica, Reino Unido e Japão com o apoio da Microsoft.

Identidades digitais

Criptomoedas brasileiras

Nem todos os países vão seguir os passos de El Salvador para aderir ao Bitcoin como moeda oficial ainda em 2022. Porém, veremos cada vez mais os governos na corrida de integrar as criptomoedas com os sistemas dos seus bancos centrais.

O previsto é que mais países sigam o modelo de criar suas próprias moedas digitais nacionais. Isso é mais uma forma de controle estatal com a vantagem de usar a infraestrutura das criptomoedas já existentes como, por exemplo, não exigir a abertura de contas nos bancos para armazená-las.

Reino Unido, China, Cingapura, EUA, Estônia, Tunísia, Equador, Japão, Rússia e Suécia estão na vanguarda nesses planos para implementação das moedas digitais nacionais via blockchain.

A criptomoeda como um sistema monetário já é suficiente para atrair o interesse de governos e de bancos centrais. Só que ainda existem questões não respondidas…

Quais são os custos ambientais, tecnológicos e políticos dessa empreitada? Esse é o peso que a criptomoeda estatal vai carregar para sempre.

Criptomoedas brasileiras

Cibersegurança 

O aumento dos ataques cibernéticos criminosos colocou o tema segurança no topo das prioridades tecnológicas das agendas nacionais. A invasão da Solarwinds no fim de 2020 foi um "belo" exemplo. Acredita-se que esse ataque recebeu financiamento estatal russo e atingiu quase 18 mil alvos e isso inclui as agências federais dos EUA.

O ataque sofisticado era para expor os dados explorando as falhas de softwares muitos usados pelos programadores. Descobriu-se que os crackers conseguiam monitorar as contas de e-mail dos governos por meses.

Algo parecido foi o ataque chinês pelo grupo Hafnium que acessou 250.000 contas de e-mail em todo o mundo. Esse projeto também recebeu financiamento do Estado.

Mesmo antes disso tudo, a cíber segurança já era uma prioridade de defesa. Em 2021, o governo norte-americano anunciou que forneceria assistência às empresas para se defenderem de ataques de estados-nação.

O que podemos ver dessa estratégia são as tentativas de expor e divulgar esses ataques para educar o público sobre a ameaça e sobre os métodos de defesa disponíveis.

Outros governos já melhoraram suas skills de defesa cibernética como, por exemplo, a criação do Conselho de Segurança Cibernética do Reino Unido. Essa tendência com certeza vai continuar em 2022, 23, 24…

Não podemos ignonar a ameaça dos ataques patrocinados pelos países para interromper o comércio, as cadeias de suprimentos e a infraestrutura. Isso sim é a terceira guerra mundial.

Automação dos serviços públicos via inteligência artificial

Quem nunca conversou com um chatbot? E aqueles robôs que te ligam para vender cartão de crédito? As autoridades do governo americano já intensificaram os testes com o uso de processamento de linguagem natural (PLN) para reduzir as reclamações da população. O PLN serviu para aqueles serviços que recebiam muitas chamadas durante a pandemia.

Já na Irlanda, existe um cobot (agente virtual com inteligência artificial) que ajuda as pessoas leigas a preencherem suas declarações fiscais. Esse "amigo" trabalha 24 horas por dia nos 7 dias por semana.

Os bots evoluem com as técnicas de inteligência artificial. Com isso, eles conseguem encontrar informações cada vez mais rápido e automatizar tarefas repetitivas e burocráticas.

Os relatórios do Gartner já preveem que 75% dos governos terão pelo menos três iniciativas de automação via inteligência artificial em andamento até o ano de 2024.

Automação dos serviços públicos via inteligência artificial

Govtechs

É fato que os órgãos públicos são menos ágeis e mais burocráticos quando se trata de criar novas tecnologias. Isso abriu um nicho para as novas startups “govtechs” focadas na transformação digital no serviço público.

A big tech Accenture estima que esse mercado de soluções governamentais movimenta quase 300 bilhões de dólares por ano. Tudo isso é resultado da combinação inteligência artificial, internet das coisas, computação em nuvem e redes 5G.

Estima-se que existem mais de 2.000 startups de govtech só na Europa, em especial na Alemanha, Reino Unido e França. As fintechs (tecnologia financeira) e as martechs (tecnologia de marketing) também contribuiram forte nesse contexto.

As govtechs podem ser uma solução para os gastos altos com a manutenção de sistemas e tecnologias obsoletas.

govtechs

Enfim, essas são as 5 tendências tecnológicas que vão impactar os governos em 2022, 2023, 24...

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Pedro Londe 

Palestrante e autor do livro “O que diabos é Gig Economy?: Como ter várias fontes de renda e aproveitar ao máximo todas as suas habilidades”

Publicado originalmente em pedrolonde.com.

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