#97 | Inteligência Itaú, tecnologia bancária, ação com propósito e a ameaça das bigtechs
Nesta edição, seguimos acompanhando o avanço das instituições financeiras no uso da IA generativa a fim de entender como isso as aproxima do propósito de criar produtos hiperpersonalizados para se tornarem “os principais”, um papo que nos remete aos avanços da tecnologia bancária e à oportunidade de conhecer os perrengues dos seus bastidores. Falamos também sobre a possível ameaça das bigtechs ao setor de pagamentos e a importância de usar o marketing para reforçar valores da marca, também no ecossistema financeiro. Vem com a gente!
Nova onda
Embora nos últimos anos a inteligência artificial generativa tenha colocado a tecnologia em evidência, há décadas a IA vem sendo adotada pelo ecossistema financeiro com o objetivo de fornecer vantagem competitiva. O Itaú, por exemplo, divulgou que tem mais de mil modelos de IA em utilização no banco, com aplicações que vão desde modelagem de crédito a interações com clientes nos mais variados canais de atendimento.
Quando o assunto é a IA generativa, no entanto, embora assuma ter mais de 360 casos de uso e mais de 450 profissionais trabalhando na área, até pouco tempo as aplicações estavam voltadas à eficiência em operações internas. Nesta semana, porém, o banco lançou a Inteligência Itaú, primeira experiência dotada da técnologia, oferecida aos seus clientes.
Como primeiro caso de uso transacional, o Pix no WhatsApp torna a experiência de pagamentos ainda mais fluida e rápida, sem necessidade de abrir o Superapp. Em gestão financeira, a primeira novidade será a possibilidade de os clientes interagirem com a Inteligência Itaú sobre o programa Minhas Vantagens para ampliar seus benefícios.
Não é pioneirismo...
Não mesmo, e ninguém falou isso. Ao olhar para o mercado, observamos que desde o início do ano, a fintech Magie tem se destacado com a oferta de uma experiência bancária 100% no Whatsapp; antes dela – e como seu próprio CEO não se cansa de expressar no Linkedin – veio o pioneirismo do Bradesco no desenvolvimento da solução, entre outras instituições que já avançaram nessa corrida, como o Nubank.
A questão aqui não é o pioneirismo no desenvolvimento da solução, mas sim o amadurecimento da tecnologia na própria instituição e seu apetite pela inovação na disputa pela principalidade do cliente.
... mas é amadurecimento
Vale o destaque à iniciativa pois sabemos que entrar na nova onda da IA generativa não é uma tarefa fácil, especialmente ante tanto legado. No Itaú, a equipe de tecnologia trabalhou intensamente nos últimos anos, em uma jornada que envolveu um trabalho profundo de IA responsável, com um olhar apurado para mitigação de vieses e de alucinações para garantir uma interação contextual e responsável, até que fosse possível alcançar “um ponto de diferenciação que assegura uma experiência totalmente adequada para os clientes”, afirmou o banco, em nota à imprensa.
Bigtechs…
No meio de tamanho interesse por desvendar todo o potencial da IA generativa, as bigtechs têm assumido o controle do seu desenvolvimento – desde novembro de 2022, o ‘boom da IA’ adicionou 6,7 trilhões de dólares às avaliações de mercado das seis grandes empresas de tecnologia: Google, Amazon, Apple, Meta Plataforms, Microsoft e Nvidia.
…nos meios de pagamento
Se esse posicionamento permite ao mercado financeiro avançar desfrutando dos avanços tecnológicos, vale lembrar que, na nova economia, as bigtechs podem se tornar concorrentes diretas, especialmente quando o assunto são os meios de pagamento.
Ao menos essa é a visão do conselheiro do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Carlos Jacques. Durante o seminário Regulação e Concorrência no Mercado Digital, ele afirmou que, com pagamentos instantâneos, crédito digital e investimentos automatizados, as grandes empresas de tecnologia podem prejudicar os concorrentes menores e até mesmo os grandes bancos.
Ele destacou que se trata de uma possibilidade, e não é uma realidade. Mas, para bom entendedor, meia palavra basta...
No code
Por falar em avanço na tecnologia bancária, não é novidade para ninguém que o ecossistema bancário do Brasil é um dos mais tecnológicos do mundo. O cenário próspero vem sendo acompanhado com afinco pela mídia especializada, mas as histórias dos bastidores nas áreas de TI dos bancos só conhece quem participou delas.
O livro “No Code – As Histórias Não Contadas da Tecnologia Bancária no Brasil” – que será lançado amanhã, dia 25, às 19h, na Livraria da Travessa, no Shopping Villa Lobos, em São Paulo – pretende revelar esse lado oculto, com humor e surpresas.
O evento faz parte da Semana 20 anos Cantarino Brasileiro e a obra marca a estreia da Canteiros, braço editorial da Cantarino Brasileiro. Se estiver pela cidade, você é nosso convidado!
Cases Prêmio Banking Transformation
Agora, se você quer mais saber de "fazer história" do que relembrar, na quinta-feira, dia 27, poderá conhecer os detalhes de alguns dos cases inscritos no 20º Prêmio Banking Transformation durante webinar. O evento virtual abre a oportunidade para que todos os finalistas apresentem seus cases e mantenham a torcida na vibração para a revelação dos vencedores, no dia 2 de dezembro.
Sem dúvidas, uma grande oportunidade para entender como os players vêm se adaptando às intensas transformações e mapear parcerias estratégicas para o ano que se aproxima!
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MARKETING no mundo financeiro
Pagbank e as 'Vozes que Inspiram'
Alinhar discurso com ação e trazer pessoas que realmente entendem e transformam um determinado setor, realmente faz diferença. O programa “Vozes que Inspiram” criado pelo Pagbank para celebrar o Dia Nacional da Consciência Negra é um exemplo disso. Os conteúdos lançados no canal do Pagbank no Youtube têm como objetivo gerar um debate sobre a importância da educação financeira nas comunidades pretas e periféricas.
A ação aproveita a força de comunicação e o alcance de uma grande marca para levantar uma pauta social importante, mostrando um excelente timing ao escolher o Dia da Consciência Negra para o lançamento do projeto.
O projeto também joga luz sobre o movimento de afroempreendedorismo, que movimenta R$ 1,73 trilhão por ano na economia brasileira e é essencial para o enfrentamento das desigualdades.
Definitivamente, um caso que prova que é possível engajar e fortalecer a marca ao mesmo tempo em que se promove um bem social.
por Ketherine Ferraz, gerente de marketing digital da Cantarino Brasileiro
(Fontes: Meio e Mensagem e Startups.)
Até a próxima semana!