Abandono ao nível raso
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Abandono ao nível raso

Por Rebeca Salgado*

“Que grande ilusão! Que grande inutilidade! Nada faz sentido!”, diz o sábio. Gerações nascem e gerações morrem, mas a terra permanece sempre do mesmo jeito. (Eclesiastes 1:2;4)

Certo dia Simão trabalhava em seu barco quando foi surpreendido por Jesus Cristo, que convidou a ele e seu irmão a se tornarem pescadores de homens. A passagem de Mateus 4:19-20 conta que imediatamente os dois abandonaram suas redes e seguiram o Messias. De lá até se tornar ‘Pedro’- a rocha sobre a qual Jesus ergueria sua igreja mesmo o negando – e creu verdadeiramente no evangelho da salvação, sua vida foi cumprir o chamado determinado pelo mestre, onde rompeu as barreiras da ilusão e da inutilidade criadas por um mundo desconectado de Deus.

A leitura do livro de Atos, onde os doze apóstolos recebem o batismo do Espírito Santo no Dia de Pentecostes, mostra como o quanto a insistente caminhada de Pedro fez o nome de Cristo ser conhecido pelas nações. Um discípulo que, ainda com medo, caminhou pelo mar escuro, um dia foi isca e depois se tornou anzol e seguiu rigorosamente as determinações do Pai, teve sua fé e amor incondicional pela humanidade perdida comprovadas.

Pedro é o primeiro “Pescador de Ilusões” da terra, brilhantemente retratado na letra de mesmo nome escrita por Marcelo Yuka, do grupo O Rappa. No entanto, segundo o próprio compositor, a intenção não foi falar somente de uma pessoa, mas sim “do mundo em que vivemos na busca por algo que somente nós mesmos somos capazes de enxergar”. Música de fé para alguns, crítica à religião para outros, a realidade é que a composição pode ser explorada das duas maneiras ou até de outras diferentes, dependendo dos olhos de quem a lê.

Coragem é uma das características que se destacam na canção, assim como a crença naquilo que não se vê e a persistência em permanecer firme em um propósito quando tudo parece desmoronar. Cristo disse que no mundo teríamos aflições, mas é com bom ânimo que vencemos as adversidades. O exercício da fé é algo constante, necessário e edificante, ainda que nossos joelhos doam.

Somos como isca e anzol na realidade do mundo. Ou pescamos ou somos pescados. Ou fazemos a diferença ou assistimos à destruição de nossos irmãos. Pescador de Ilusões convida os cristãos a terem mais fome de Deus e menos curiosidade pelo mundo tendo em vista a compreensão de que “todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus e agem segundo o seu propósito (Romanos 8:28)”.

O mar escuro ou os problemas do nosso dia a dia podem trazer o medo, mas trazem também corais coloridos que são a prova de que as tribulações são experiências que se agregam à nossa bagagem nessa terra. Sem erros não há acertos, assim como superficialidade, o nível raso, não é uma qualidade do adorador. Aqueles que temem e amam verdadeiramente a Deus buscam as mais profundas revelações, por meio de seu Espírito Santo, nas palavras de um livro sem final: a Bíblia, o manual de conduta cristão para a vida.

A história base já foi escrita, mas o que acontecerá após a volta de Jesus Cristo ninguém sabe. A promessa é de uma vida eterna, um corpo glorificado e um paraíso sem choro, sem dor, sem tristeza. Se você crê, vale a pena pagar o preço desse mundo de ilusões.


* Resenha feita como atividade do curso de Redação Jornalística do SENAC Lapa Scipião, sob orientação da professora Aurora Seles.


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