ALO,CORAÇÃO!

ALO,CORAÇÃO!

MARKETING50ANOS 50

 Amigos, nesta série de artigos em comemoração aos 50 anos da COLUNA MARKETING – a mais longeva coluna sobre MARKETING em todo o mundo – e publicada todas as semanas no PROPMARK, procuro fazer o R&T –RESGATE & TRACKING – de alguns dos mais de 2000 artigos que escrevi nessas 5 décadas.

Hoje resgato o artigo que escrevi e enviei para a redação do PROPMARK no dia 10 de fevereiro de 1998, às 07:32.

 Em que comentava sobre o tsunami em curso, que não deixaria pedra sobre pedra dando início ao 2º tempo da história da humanidade, mas que, e mesmo assim, muitas pessoas levariam consigo comportamentos e hábitos de décadas passadas até o fim.

 E tudo isso magistralmente traduzido na letra de duas músicas de sucesso.

 Primeiro o artigo, e no final faço o tracking, como nos encontramos, hoje.

 “Eu vou voltar aos velhos tempos de mim

Vestir de novo meu casaco marron...”

GUTEMBERG, GUARABIRA, RENATO CORRÊA


“ALÔ CORAÇÃO

 

Muitas vezes nas músicas encontram-se as melhores explicações para o que acontece na vida.

No início dos anos 80 abria minhas conferências com o hino dos tempos modernos. Que caracterizava, e ainda caracteriza, melhor que qualquer texto técnico, o que viria a acontecer com o mundo.

 Não sei exatamente – quem souber por favor me escreva -, os momentos e as circunstâncias que levaram LULU SANTOS e NELSON MOTTA num instante único de genialidade e convergência, a compor uma canção definitiva, perfeita, irretocável, profética. Claro que estou me referindo a COMO UMA ONDA NO MAR, que agora transcrevo a letra, na íntegra, para que você possa refletir com calma e tranquilidade sobre sua dimensão e importância. Até mesmo cantarolar. E conferir sobre o acerto dos autores:

 “Nada do que foi será / De novo do jeito que já foi um dia

Tudo passa / Tudo sempre passará

A vida vem em ondas como o mar / Num indo e vindo infinito

Tudo o que se vê não é igual ao que a gente viu em um segundo

Tudo muda o tempo todo no mundo

Não adianta fingir / Nem mentir pra si mesmo

Agora há tanta vida lá fora / Aqui dentro

Sempre, como uma onda no mar...”

 20 anos antes de Lulu e Nelsinho escreverem essa obra prima, PETER DRUCKER no seu antológico livro UMA ERA DE DESCONTINUIDADES pautou o mundo para o que viria a acontecer, e foi chamado pela grande maioria, inclusive os críticos, de terrorista, de “chutador”. 20 anos depois, milhares de brasileiros de todas as idades cantariam o hino dos novos tempos com surpreendente e natural tranquilidade...

 Agora chegou o momento de retomarmos uma canção que antecede a COMO UMA ONDA NO MAR. Da mesma forma que o “freguês de caderneta” está sendo revivido no marketing de relacionamento e com o database marketing.

 Uma canção que fala da possibilidade reconquistada do ser humano exercer na plenitude sua individualidade.

 Passado o aparente furacão da descontinuidade, constatada e comprovada sua perenidade, de seu indo e vindo infinito, e despertando do pesadelo de se inserir definitivamente numa megamassa denominada globalização, o ser humano descobre, fascinado, que de global mesmo só existe uma tênue superfície, como se fosse um lençol de tecido leve e ralo, que uma vez tirado de cima revela pessoas – agora há tanta vida lá fora - cada vez mais individuais, reencontrando-se com suas turmas, muitas turmas, num indo e vindo infinito, repito, como uma onda no mar.

 Canção de Gutemberg, Guarabira e Renato Correa, imortalizada pelo Trio Esperança:

 “Eu vou voltar aos velhos tempos de mim / Vestir de novo meu casaco marron / Tomar a mão da alegria e sair / Bye, bye Ceci ”nous allons” / Copacabana está dizendo que sim / Botou a brisa à minha disposição / A bomba H vai explodir no jardim / Matar a flor em botão

Eu digo que não, ouvindo a menina, de meia estação

Alô Coração, Alô Coração, Alô Coração...”

Empresas e marketers modernos, e na trilha do sucesso, convivem hoje com consumidores que retornam aos seus casacos marrons, aos velhos tempos de mim, tomando a mão da alegria e saindo, conscientes de que nada do que foi será do jeito que já foi um dia, por mais que Copacabana diga que sim, que tenham a briza à disposição, num indo e vindo infinito...

 Alô Coração!”

 Este o artigo de 1998. Agora o

 TRACKING 2022  

 De lá para cá não só não mudou nada, como, escalou. Nesta semana, a RUSSIA descobre perplexa que não se faz mais guerras como antigamente. Que potencialmente cada ser humano é um emissor global de comunicação, com seu celular em punho, capaz de documentar e denunciar todas as barbaridades.

 No pessoal, no particular, fundos de gavetas e armários, guardamos casacos marrons, gravatas de bolinhas, sapato mocassim, perfume Lancaster, carregados de recordações, saudades, nostalgia, sentimentos. E que, de vez em quando, usamos. Até mesmo alguns desses casacos marrons voltam a moda por dias, semanas, exagerando, meses. Mas, e depois, retornam aos armários e fundos de gavetas.

 Sim, vez por outra eu vou vestir de novo meu casaco marron, mas não tendo a mínima dúvida de que nada do que foi será do jeito que já foi um dia...

Alfredo Duarte

SÓCIO da Maximiza Desenvolvimento Empresarial

2 a

Como sempre, além da expertise, a criatividade e o bom humor estão presentes nos seus textos. Tks por mais este!

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