A Angústia de correr atrás do tempo

Algumas pessoas correm tanto para não perder tempo que não conseguem simplesmente VIVER esse tempo, pois o foco está em correr e não em viver o momento.

Vivem sempre com o olhar “lá adiante”; no final do prazo, nas férias, na sexta-feira, no quando conquistar, no novo cargo, no novo desafio. E assim, desaprendem a apreciar o caminho.

Outros preocupam-se excessivamente em se proteger dos riscos das mudanças, dos perigos do mundo, de pessoas não confiáveis. Focam naquilo que queremos evitar, e acabam deixando de buscar aquilo almejam. Vivem vigilantes e deixam, simplesmente, de enxergar aquilo que realmente os traz realização e já nem sabem mais o que falta.

Quando se vive os dias “no modo automático” evitando os aversivos e fazendo o que “considera-se normal e esperado na sociedade”, sem questionar o que o move e qual o sentido das suas atitudes; frequentemente se vive um vazio que está diretamente ligado a falta de propósito.

Viver no automático gera uma vida sem significado; viver com foco em se proteger de perigos e catástrofes gera uma vida de ansiedade e preocupações, assim como viver correndo atrás do tempo perdido e insuficiente não gera uma vida plena.

Na saúde mental, consideramos que a psicopatologia ocorre quando o comportamento do indivíduo não está contribuindo para a construção de uma vida que lhe seja significativa. Entender o que dá significado em nossas vidas e reaprender a viver para buscar uma vida plena é um dos primeiros passos para reestabelecer o equilíbrio perdido.