Articulação e convergência: impulsionando o fortalecimento dos pequenos produtores no agronegócio

Articulação e convergência: impulsionando o fortalecimento dos pequenos produtores no agronegócio

  • O apoio contínuo aos pequenos negócios rurais tem se consolidado como uma prioridade para impulsionar a produção, gestão e inovações tecnológicas no agronegócio. Convém ter e mente a importância de que haja integração entre as ações que conectam recursos e conhecimentos de diversas entidades para fortalecer não apenas a produção, mas também atender as demandas por políticas públicas tributárias, legislação ambiental e crédito diferenciado, de maneira a criar um ambiente propício ao desenvolvimento sustentável e à abertura de novos mercados.

 

No dinâmico cenário do agronegócio, a busca pela sustentabilidade e fortalecimento dos pequenos negócios rurais tem conduzido a uma notável tendência de aumento no grau de articulação e convergência das ações de fomento. A integração entre diversas entidades, conectando recursos e conhecimentos, não apenas impulsiona a produção, mas também cria um ambiente favorável ao crescimento a longo prazo. Este artigo explora a importância dessa convergência, destacando o efeito sinérgico resultante de intervenções ampliadas, especialmente quando combinadas com mecanismos de financiamento adequados e uma gestão eficiente das operações em rede.

A articulação entre diferentes agentes no agronegócio é crucial para enfrentar os desafios complexos que os pequenos produtores enfrentam. A colaboração entre organizações governamentais, entidades financeiras, instituições de pesquisa e associações locais é essencial para criar sinergias que possam maximizar os resultados das iniciativas de fomento. Essa sinergia não só otimiza o uso de recursos, mas também promove a troca de conhecimentos, inovações e boas práticas, beneficiando diretamente os produtores rurais.

A convergência de ações de fomento, por sua vez, permite alinhar estratégias e metas para evitar sobreposições e lacunas. A forma mais comum dessa convergência é a integração de programas de financiamento com iniciativas de capacitação e assistência técnica. Quando essas ações são coordenadas de maneira eficiente, proporcionam um suporte holístico aos pequenos produtores, capacitando-os não apenas financeiramente, mas também fortalecendo suas habilidades e conhecimentos essenciais para uma gestão eficaz de suas atividades agrícolas.

Além disso, a presença de mecanismos de financiamento adequados desempenha um papel crucial nesse contexto. A disponibilidade de crédito acessível e customizado às necessidades dos pequenos produtores amplia suas possibilidades de investimento, contribuindo diretamente para o crescimento sustentável de suas operações. A articulação entre instituições financeiras, governamentais e organizações de fomento cria um ambiente propício para o desenvolvimento financeiro desses produtores, estimulando a inovação e a adoção de práticas agrícolas mais sustentáveis.

Por fim, a gestão eficiente das operações em rede é fundamental para garantir que as ações de fomento atinjam seu máximo potencial. A tecnologia desempenha um papel crucial nesse aspecto, permitindo a coordenação eficaz de atividades, o monitoramento de resultados e a rápida adaptação a mudanças nas condições do mercado. A implementação de plataformas digitais e sistemas de informação contribui para uma gestão mais transparente e eficiente, fortalecendo a colaboração entre os diversos atores envolvidos.

 

Fomento das cadeias produtivas

O fortalecimento das cadeias produtivas no contexto do agronegócio vai muito além de garantir o abastecimento alimentar; representa uma linha de ação crucial para promover um desenvolvimento regional sustentável e multifacetado.

Num sentido mais amplo, as intervenções pontuais devem evoluir para parcerias estratégicas, abraçando uma visão abrangente do desenvolvimento regional. Isso implica engajamento direto com lideranças locais e prefeituras, transcendo os limites tradicionais do agronegócio. Uma abordagem integrada pode abranger diversos setores, desde o desenvolvimento regional até arranjos produtivos, turismo rural e religioso, gastronomia, economia criativa, e até mesmo as compras públicas.

A cooperação entre diferentes atores, como produtores, governo local e organizações não governamentais, é essencial para criar sinergias que beneficiem toda a comunidade. Projetos que visam ao desenvolvimento regional, por exemplo, não só fortalecem a economia local, mas também promovem uma maior coesão social. Além disso, a interconexão entre o agronegócio e o turismo rural pode resultar em experiências únicas para os visitantes, impulsionando não apenas a economia, mas também a preservação cultural e ambiental da região.

A gastronomia, muitas vezes subestimada, é uma ferramenta poderosa para impulsionar o agronegócio. Ao promover produtos locais, chefs e empresários podem criar novas demandas e valor agregado aos produtos regionais. Iniciativas criativas, como festivais gastronômicos, podem não apenas atrair turistas, mas também destacar a riqueza culinária da região, promovendo os produtos locais em níveis nacional e internacional.

A economia criativa também desempenha um papel significativo neste cenário. Iniciativas que incentivam a inovação e a criação artística podem diversificar as fontes de renda para a comunidade rural. Por exemplo, a produção de artesanato, obras de arte ou até mesmo o desenvolvimento de produtos exclusivos baseados na cultura local podem contribuir para a sustentabilidade econômica.

Além disso, as compras públicas desempenham um papel crucial no fortalecimento das cadeias produtivas. Governos locais podem adotar políticas que favoreçam a aquisição de produtos locais, impulsionando assim a demanda e incentivando os produtores a melhorarem continuamente seus produtos e processos.

 

Forma ampliada das intervenções

O sucesso dessas iniciativas depende da colaboração efetiva entre diferentes partes interessadas. A união de esforços é a chave para potencializar o impacto, transformando ações isoladas em movimentos que transcendem as barreiras locais. Exemplos práticos incluem projetos que, ao invés de focarem apenas em aspectos agrícolas, se expandem para abordar questões sociais, culturais e econômicas, promovendo uma abordagem holística para o desenvolvimento.

A articulação eficaz entre as ações de fomento dirigidas a pequenos produtores rurais é crucial para garantir o sucesso e a sustentabilidade dessas iniciativas. Algumas condições necessárias para que essa articulação possa existir incluem:

Compreensão das necessidades locais

Antes de iniciar qualquer ação de fomento, é essencial que as entidades compreendam as necessidades específicas dos pequenos produtores em determinada região. Isso requer pesquisa detalhada sobre as características agrícolas, socioeconômicas e ambientais locais.

Mapeamento de atividades existentes

Uma análise abrangente das ações de fomento já em andamento é fundamental. Isso evita sobreposições e permite a identificação de lacunas que precisam ser preenchidas. O mapeamento das atividades existentes ajuda a evitar redundâncias e a otimizar o uso de recursos.

Cooperação entre diferentes entidades

A disposição de diferentes agentes, como organizações governamentais, instituições financeiras, ONGs e associações locais, para colaborar é crucial. A criação de parcerias e redes de cooperação facilita a troca de informações, recursos e experiências, contribuindo para a eficácia das ações de fomento.

Capacitação dos agentes envolvidos

Capacitar os agentes envolvidos nas ações de fomento é essencial. Isso inclui treinamento em gestão de projetos, habilidades de comunicação, entendimento das práticas agrícolas locais e conhecimento sobre os desafios específicos enfrentados pelos pequenos produtores. A capacitação promove uma abordagem mais integrada e colaborativa.

Plataformas de comunicação eficientes

Estabelecer canais de comunicação eficientes é fundamental para garantir a troca rápida de informações entre as entidades envolvidas. Plataformas digitais, reuniões periódicas e sistemas de informação compartilhada são ferramentas valiosas para facilitar a comunicação e a coordenação.

Mecanismos de financiamento

O agronegócio enfrenta o desafio crítico de obter financiamento eficaz, especialmente em um cenário de altas taxas de juros de mercado. Embora programas governamentais como o Pronaf e Pronamp sejam cruciais, eles têm se mostrado insuficientes para atender às demandas crescentes do setor. Nesse sentido, a atenção ao mercado financeiro regular torna-se premente, exigindo uma abordagem estratégica para mitigar os impactos negativos das elevadas taxas de juros. Exemplos de boas práticas incluem parcerias público-privadas que facilitam o acesso a financiamentos com taxas de juros mais favoráveis.

 

O que os projetos bem-sucedidos têm de diferente

Quanto ao sucesso de entidades preocupadas com a articulação das ações de fomento, isso depende de fatores adicionais. Alguns deles:

Comprometimento com metas comuns

O sucesso está intrinsecamente ligado ao comprometimento das entidades com metas comuns. A definição clara de objetivos compartilhados e a disposição para trabalhar em prol do benefício coletivo são essenciais.

Flexibilidade e adaptação

As condições no agronegócio podem mudar rapidamente. Entidades bem-sucedidas são aquelas capazes de se adaptar às mudanças de contexto, ajustando suas estratégias conforme necessário.

Avaliação contínua de resultados

Realizar avaliações regulares dos resultados das ações de fomento é crucial. O monitoramento constante permite ajustes estratégicos e garante que as iniciativas estejam alcançando os impactos desejados.

Participação ativa da comunidade

Envolver ativamente os pequenos produtores no processo de articulação e implementação das ações é vital. Uma abordagem participativa promove a aceitação das iniciativas e aumenta as chances de sucesso a longo prazo.

Sustentabilidade financeira

Entidades dedicadas à articulação das ações de fomento precisam garantir a sustentabilidade financeira de suas operações. Isso envolve uma gestão eficiente dos recursos disponíveis e, quando aplicável, a busca por fontes de financiamento estáveis.

A articulação bem-sucedida entre as ações de fomento depende da compreensão das necessidades locais, cooperação entre diferentes entidades, capacitação dos agentes envolvidos e uma abordagem flexível e adaptativa. O sucesso dessas entidades está intrinsecamente ligado ao comprometimento com metas comuns, avaliação contínua de resultados, participação da comunidade e sustentabilidade financeira.

 

Gestão da rede

Na realidade rural, a disposição para cooperar é um pilar essencial para garantir a sustentabilidade do setor. Operar em rede, de maneira integrada e coesa, é crucial para enfrentar os desafios complexos que o agronegócio enfrenta. Experiências práticas demonstram que a capacidade de unir esforços, recursos e conhecimentos resulta em estratégias de crescimento e desenvolvimento mais expressivas e rápidas. A força, nesse contexto, provém da colaboração, formando uma rede robusta que sustenta o avanço no agronegócio.

Em síntese, formas complementares de ação integrada são essenciais para impulsionar o agronegócio em direção a um desenvolvimento sustentável e abertura de novos mercados. O fortalecimento das cadeias produtivas, a ampliação das intervenções, a busca por mecanismos de financiamento eficientes e a atuação cooperada emergem como pilares fundamentais nesse processo. Exemplos práticos e parcerias estratégicas demonstram que a colaboração entre diversos atores é a chave para superar os desafios e colher os frutos de um agronegócio mais resiliente e próspero.

Diferentes ações de fomento a pequenos produtores do agronegócio na área rural costumam ser conduzidas pelas mesmas equipes de técnicos, ao longo dos anos. Os projetos se iniciam, são implementados e se encerram, e então surgem novos projetos. Qual é a importância da curva de aprendizado dos agentes, isto é, além de conhecer a fundo a operação dos agentes envolvidos e ter know-how em ações de articulação, quais coisas positivas uma equipe mais experiente pode oferecer, enquanto que uma outra equipe menos experiente teria maior dificuldade ou sujeição a erros de implementação?

 

Por que a curva de experiência é importante

A experiência acumulada ao longo do tempo por equipes de técnicos que conduzem diferentes ações de fomento a pequenos produtores no agronegócio desempenha um papel fundamental na eficácia e sucesso desses projetos. A curva de aprendizado dos agentes, que inclui conhecimento profundo sobre a operação dos envolvidos e know-how em articulação, oferece diversas vantagens que uma equipe menos experiente pode ter dificuldade em proporcionar. Algumas das principais contribuições da experiência são:

Entendimento contextual profundo

Equipes experientes desenvolvem uma compreensão mais profunda das nuances e desafios específicos da área rural em que estão inseridas. Esse conhecimento contextual é essencial para a adaptação de estratégias e a personalização de abordagens, considerando as características locais e as necessidades dos pequenos produtores.

Relacionamentos estabelecidos

Ao longo dos anos, as equipes experientes cultivam relacionamentos sólidos com diversas partes interessadas, incluindo pequenos produtores, entidades governamentais, instituições financeiras e organizações locais. Essas conexões são valiosas para facilitar a cooperação, obter apoio e promover a integração efetiva das ações de fomento.

Identificação antecipada de desafios

A experiência permite que as equipes antecipem desafios potenciais com base em lições aprendidas em projetos anteriores. Isso possibilita a implementação de medidas preventivas e estratégias para superar obstáculos, minimizando riscos e otimizando os resultados.

Melhor compreensão das dinâmicas locais

Equipes experientes têm uma compreensão aprofundada das dinâmicas sociais, econômicas e culturais das comunidades rurais. Isso é crucial para o desenvolvimento de abordagens sensíveis, que respeitam as tradições locais e promovem uma participação mais efetiva dos pequenos produtores nos projetos.

Eficiência na implementação

A familiaridade com processos, regulamentações e práticas eficientes adquiridas ao longo do tempo aumenta a eficiência na implementação de ações de fomento. Equipes experientes são capazes de evitar redundâncias, otimizar recursos e acelerar a execução de projetos.

Capacidade de inovação incremental

A experiência não apenas fornece um conhecimento sólido do status quo, mas também capacita as equipes a inovar de maneira incremental. Com base em aprendizados anteriores, essas equipes podem desenvolver abordagens mais eficazes e adaptativas, mantendo-se atualizadas com as mudanças no ambiente agrícola.

Construção de confiança

A consistência na entrega bem-sucedida de projetos ao longo do tempo constrói confiança entre as partes interessadas. Os pequenos produtores, organizações parceiras e financiadores têm mais confiança em equipes que demonstram histórico de êxito e conhecimento profundo do contexto em que operam.

Em contraste, equipes menos experientes podem enfrentar desafios relacionados à falta de conhecimento contextual, dificuldade na identificação antecipada de desafios, maior propensão a erros de implementação e uma curva de aprendizado mais íngreme. Portanto, investir na capacitação contínua das equipes e na transferência de conhecimento entre gerações de profissionais é crucial para garantir uma transição suave e para manter a eficácia das ações de fomento ao longo do tempo.

 

 Bons (e reais) exemplos

Seguem-se exemplos bem sucedidos e reais de ações integradas de fomento a pequenos produtores rurais do agronegócio, nos quais equipes de técnicos fizeram um diagnóstico da situação e sugeriram providências que foram implementadas pelos agentes produtivos.

Programa Fomento Mulher - Nordeste do Brasil (Implementado a partir de 2017): No Nordeste do Brasil, o Programa Fomento Mulher foi implementado a partir de 2017 em parceria entre o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e organizações não governamentais locais. As equipes de técnicos realizaram um diagnóstico que evidenciou a falta de acesso a recursos e capacitação para as mulheres agricultoras. Sugeriram, então, a implementação de um programa integrado que incluía treinamento em técnicas agrícolas sustentáveis, acesso facilitado a crédito e a formação de cooperativas. Essa iniciativa resultou no empoderamento econômico das mulheres, no aumento da produção e na construção de uma rede de apoio comunitário.

Projeto de Agroecologia na Amazônia - Norte do Brasil (Iniciado em 2015): Na região Norte do Brasil, equipes de técnicos conduziram um diagnóstico para abordar os impactos negativos das práticas agrícolas tradicionais na Amazônia. Identificando a necessidade de transição para práticas agroecológicas, as equipes sugeriram um Projeto de Agroecologia, implementado em parceria com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e instituições locais. Este projeto incluiu a capacitação de agricultores em técnicas de manejo sustentáveis, recuperação de áreas degradadas e incentivos para a produção orgânica. A implementação resultou na conservação ambiental, preservação da biodiversidade e melhoria da qualidade de vida para os agricultores locais.

Cooperativa de Agricultura Familiar - Sul do Brasil (Fundada em 2018): No Sul do Brasil, uma cooperativa de agricultura familiar foi estabelecida em 2018 com base em um diagnóstico realizado por equipes de técnicos, em colaboração com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) e instituições estaduais. Identificando a necessidade de fortalecer a comercialização e agregação de valor aos produtos, a sugestão foi a criação de uma cooperativa que unisse os pequenos produtores da região. A cooperativa proporcionou benefícios como compra conjunta de insumos, acesso facilitado a mercados e certificações de qualidade. Essa ação integrada resultou no fortalecimento econômico das famílias agrícolas, aumento da renda e maior visibilidade no mercado.

Programa de Desenvolvimento Sustentável do Semiárido - Nordeste do Brasil (Lançado em 2016): No Semiárido nordestino, equipes de técnicos contribuíram para o sucesso do Programa de Desenvolvimento Sustentável, lançado em 2016 e coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) em parceria com organizações não governamentais. Identificando a vulnerabilidade climática da região, as equipes propuseram a implementação de práticas de convivência com o Semiárido, incluindo a construção de cisternas para captação de água da chuva, manejo sustentável do solo e diversificação de culturas. Essa abordagem integrada resultou em maior resiliência dos agricultores frente à seca, garantindo a segurança hídrica e alimentar nas comunidades.

Programa ABC Cerrado - Brasil (Iniciado em 2015): No Brasil, o Programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC) foi lançado em 2015, uma parceria entre o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR). Equipes de técnicos conduziram um diagnóstico minucioso nas regiões do Cerrado, identificando desafios enfrentados pelos pequenos produtores. As sugestões resultaram em ações que incluíram a promoção de práticas sustentáveis, como a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e a recuperação de áreas degradadas. O programa alcançou mais de 50.000 produtores, resultando em um aumento médio de 30% na produtividade agrícola e significativa redução das emissões de carbono.

Projeto de Desenvolvimento Rural Integrado - Índia (Implementado a partir de 2016): Na Índia, o Projeto de Desenvolvimento Rural Integrado foi implementado a partir de 2016, resultado de uma parceria entre o Ministério da Agricultura da Índia, o Banco Mundial e organizações não governamentais locais. As equipes de técnicos realizaram um diagnóstico abrangente para abordar desafios enfrentados pelos pequenos produtores. A implementação das sugestões, incluindo treinamento em práticas agrícolas modernas e estabelecimento de cooperativas, beneficiou mais de 100.000 agricultores. O projeto resultou em um aumento médio de 25% na renda familiar e no fortalecimento das comunidades rurais.

Projeto de Irrigação Comunitária - Senegal (Lançado em 2017): No Senegal, o Projeto de Irrigação Comunitária foi lançado em 2017, fruto de uma colaboração entre o Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural do Senegal e organizações internacionais de desenvolvimento. As equipes de técnicos realizaram um diagnóstico para abordar a escassez de água que afetava os pequenos produtores. A implementação das sugestões incluiu a construção de infraestrutura para captação e distribuição de água, beneficiando mais de 200 comunidades. O projeto resultou em um aumento médio de 40% na produtividade agrícola e melhorou significativamente a segurança alimentar na região.

Iniciativa de Agricultura de Precisão - Estados Unidos (Desenvolvida a partir de 2014): Nos Estados Unidos, a Iniciativa de Agricultura de Precisão foi desenvolvida a partir de 2014, envolvendo parcerias entre o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e empresas do setor agrícola. As equipes de técnicos realizaram um diagnóstico para maximizar a eficiência no uso de insumos agrícolas. A implementação de tecnologias de agricultura de precisão, como sistemas de GPS para plantio e colheita, impactou mais de 30.000 propriedades agrícolas. A iniciativa resultou em uma redução média de 20% nos custos de produção e um aumento de 15% na produtividade, promovendo a sustentabilidade nas operações agrícolas.

 

Em síntese, certas tendências que se verificam em projetos de apoio à atividade de pequenos produtores rurais — de aumento no grau de articulação e convergência das ações — apontam a consciência de que integração e alinhamento de recursos, conhecimentos e mecanismos de financiamento ajudam a criar um ambiente propício para o fortalecimento sustentável dos negócios rurais. A integração dessas iniciativas não apenas impulsiona a produção, mas também contribui para a construção de um setor agrícola mais resiliente e dinâmico, preparado para enfrentar desafios.

O  fortalecimento das cadeias produtivas no agronegócio não é apenas uma resposta às necessidades imediatas de abastecimento, mas uma estratégia abrangente voltada para a obtenção de desenvolvimento regional sustentável e inovador. Mesmo quando se restringem às atividades produtivas convencionais já trazem contribuição notável; porém quando é possível adotar uma abordagem mais abrangente — que engloba não apenas aspectos agrícolas, mas também setores como turismo, gastronomia, economia criativa e compras públicas — torna-se possível construir uma base ainda mais sólida para o crescimento duradouro e a geração de benefícios maiores para toda a comunidade.

 _____________________________________________________________________________


 José Luís Neves é profissional da área de controladoria e planejamento. Economista e administrador com mestrado em Administração pela USP, possui mais de 25 anos de experiência em empresas de consultoria e serviços, onde tem sido responsável por atividades de gestão financeira, orçamentação, contabilidade e custos. Reside em São Paulo (SP).

Minha página no LinkedIn


Entre para ver ou adicionar um comentário

Outras pessoas também visualizaram

Conferir tópicos