Autossabotagem? Como reconhecer e superar.
Segundo o Dicio, Dicionário Online de Português, autossabotagem, significa:
[Popular] Processo de sabotagem que alguém faz a si mesmo, falando especialmente das ações que uma pessoa faz e que acabam por prejudicá-la de alguma forma, essas ações geralmente são inconscientes. Etimologia (origem da palavra autossabotagem). Auto-, do grego autós, “o próprio” + sabotagem, do francês sabotage.
Durante ciclo online de palestras "Fórum em Roda" realizado pelo Programa Conecta Copersucar* neste mês de março/21, voltado à sua comunidade de alunos e ex-alunos do curso de Empreendedorismo, a convidada Profa. Mestre Silvana Martins** abordou o tema "Como reconhecer e superar a autossabotagem".
Este tema não é novo e, os estudos direcionados a este tipo de comportamento humano, podem ser vastamente encontrados na área da psicologia. Porém, na prática, os efeitos da autossabotagem são sentidos por todos nós. E, sem controle, pode ser devastador em nossas vidas.
Voltar ao passado, nem sempre, é um processo fácil e indolor. Ações geram reações, sejam elas em âmbito pessoal e profissional. Quantas vezes não nos questionamos e até não nos punimos pela forma como agimos e como nos comportamos? Chegamos, em alguns momentos a ser cruéis com nós mesmos sobre as nossas próprias competências, resultados, merecimentos, entre tantas outras coisas.
Em época de pandemia, ficou um pouco mais difícil, financeiramente, para muitas pessoas ter acesso aos profissionais que possam orientar nesta jornada de autoconhecimento, porém, por outro lado, nunca se democratizou tanto a troca de conhecimento. É fundamental, neste processo, aprendermos a buscar por conteúdo que agrega real valor ao nosso desenvolvimento e crescimento humano. Sem dúvida no caso da internet, a mesma proporciona muitas informações, que uma vez selecionadas sem critério, podem nos levar para caminhos de mais dor, depressão, ansiedade e, de novo, à autossabotagem.
Segundo a Profa. Mestre Silvana Martins, fatores como, por exemplo, discriminação, preconceitos, diferenças sociais, de raça e de gênero podem contribuir para "aprisionar nossos destinos, nossas personalidades e possibilidades de futuro". Ela ainda cita Thomas Matiolli Machado*** que em seu livro "Vença sua Mente. Um guia sobre a autossabotagem", traz à luz que a origem da autossabotagem pode ser encontrada em alguns de nossos comportamentos:
- Vitimização: é o caso de pessoas que encontram meios de justificar seus sofrimentos a fim de obter gratificações em troca;
- Negação: nessa modalidade de autossabotagem, o indivíduo nega suas próprias necessidades e desejos a fim de evitar a experimentação do fracasso;
- Culpabilidade: ao se culpar constantemente, a pessoa evita enfrentar os julgamentos alheios, mas entra em um ciclo punitivo e de autocobrança desnecessária;
- Procrastinação: aqui, o autossabotador, deixa tudo para depois. O fato de postergar tarefas funciona como um mecanismo de defesa diante da sensação de incapacidade;
- Inconstância: uma pessoa autossabotadora tem o hábito de não concluir o que começa; assim, ela se protege não só do fracasso, mas também das consequências do sucesso.
Quais são os nossos sonhos? Nossas metas, objetivos, propósitos? Quem os define? Nós ou os outros? Qual é o tamanho das nossas expectativas? Se irreais, geram motivação para autossabotagem. Talvez, a primeira resposta para as nossas indagações seja, justamente, a busca pelo EQUILÍBRIO. Fácil? Não mesmo, porém, possível - se exercitado - de forma consciente e disciplinada.
Ainda durante a palestra, pode ser debatido o tema "Felicidade e Dor". Existe uma corrente filosófica desenvolvida pelos autores Schopenhauer e Nietzsche chamada NIILISMO, o que significa redução ao nada, a não existência. Neste caso, a felicidade simplesmente não é o bastante. Isto posto, temos duas certezas na vida: a dor e o sofrimento. Se aprendermos a lidar e superá-los, isto pode ser um indicativo de que estamos no caminho à felicidade.
Quando, por exemplo, alguma parte de nossos corpos dói, a informação que obtemos é que algo precisa ser feito. A falta de dor também pode ser, inversamente, perigosa, para a nossa saúde.
Se utilizarmos como analogia a caverna, sair dela gera dor e dificuldades, mas também a oportunidade de crescimento. Para que este novo caminho não nos leve à autossabotagem e busca por uma felicidade exacerbada, o EQUILÍBRIO estará no desenvolvimento de nossa sabedoria nesta jornada durante a nossa existência.
Uma mente expandida nunca volta ao seu tamanho original.
Algumas dicas propostas pelo escritor Thomas Matiolli Machado** para dribrarmos a autossabotagem:
- Observe sua própria tristeza e o que ela diz;
- Faça perguntas pequenas sobre coisas das sua vida;
- A partir das respostas mude seus hábitos;
- Saia da sua zona de conforto, tente coisas novas, novos aprendizados;
- Entenda que não existe nada a temer em algo novo;
- Descubra o que realmente quer e que irá te fazer feliz;
- Encontre o seu verdadeiro EU;
- Faça suas próprias escolhas, ou seja, não faça escolhas a partir dos sonhos e metas dos outros;
- Não se prenda ao julgamento dos outros;
- Seja crítico(a) em suas observações quanto ao sem emprego, aos seus relacionamento e a você mesmo(a);
- Não enalteça o que realmente não for bom;
- Observe as pessoas com sabedoria;
- Mude velhos hábitos;
14. Não seja uma pessoa que busque por felicidade, seja uma pessoa que viva a vida;
15. Cuidado com pessoas que usam máscaras;
16. Pare de comprar mentiras;
17. Saia da inércia;
18. Pare de culpar o mundo;
19. Cuidado com a repetição dos mesmos erros;
20. Divida sua vida em pequenas áreas e avalie suas conquistas;
21. Não culpe o mundo por suas derrotas;
22. Valorize pequenas ideias, iniciativas e ações;
23. Orgulhe-se de si mesmo(a) a cada conquista;
24. Seja agradecido(a) e aprenda algo com as perdas;
25. Grandes vitórias são construídas por pequenos tijolos.
Uma dica dada pela Profa. Silvana Martins é: termos um DIÁRIO. Ele poderá contribuir para organizarmos nossas ideias e sentimentos.
E, por fim deste artigo, quanto melhor nos conhecermos, melhor resultados obteremos. Todas as ferramentas externas são importantes para nos auxiliar neste processo, mas as respostas sempre estarão dentro de nós mesmos!
* O Programa Conecta Copersucar é desenvolvido pela Copersucar em parceria com o Instituto Crescer cujo principal objetivo é promover o empreendedorismo por meio da formação cognitiva, comportamental e ferramental para que seus participantes, na sua maioria jovens, criem e implementem seus planos de negócios. Atualmente, o programa acontece nas cidades de Santos, Ribeirão Preto e São José do Rio Preto.
**Mestra em Literatura (UFSC), Graduada no curso de Letras (UEL), Multiartista, realiza pesquisas e oficinas sobre a questão racial, escrita criativa, feminismo negro, literatura negra e africana. Autora de contos e poesias publicados em edições do livro Cadernos Negros.
*** Mestre e Bacharel em Filosofia pela Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (UNESP) FFC- Brasil.
Gestão de Projetos | Curadoria artística |Terceiro Setor | Projetos incentivados |Cultura e Educação |Responsabilidade Social
3 aNossa Erika,tamanha profundidade do seu artigo,parabéns!!!!Fiquei reflexivo sobre o tema que precisamos sempre investigar e olhar pra dentro. Gratidão!
Arquiteta e Decoradora
3 aEu postei somos árvore cada crescimento vemos o mundo diferente de vários ângulos. Uma criança não enchega o mesmo que adulto. Mas o adulto já foi criança e sabe se passa apenas de lá cima ver novas crianças nascerem. Portanto a visão de árvore adulta é enorme ela vê mundo todo lá de cima.
Arquiteta e Decoradora
3 aMuito bom. Li ago sobre assunto mas não tão profundo quanto esse.