BLACK FRIDAY NA TERRA DO TIO SAM
Foto no local por Marcos Andrade

BLACK FRIDAY NA TERRA DO TIO SAM

Enquanto no Brasil estamos discutindo se a ultima Black Friday, deu resultados, se o online cresceu, se as marcas e lojas não reduzem suas margens e prejudicam o Natal, em uma verdadeira terapia freudiana sobre a existência da data, tive a oportunidade de vivenciar a experiência de participar da Black Friday raiz, num templo de consumo americano, o outlet Sawgrass Mills pertinho de Miami.

O que vivi, não me deixa dúvidas, se no Brasil lojistas discutem sobre a data, para os consumidores americanos não há discussão: é um dia de compras, e eles compram mesmo! E muito! Shop till you drop (compre até cair!) é o lema da turma ensandecida.

Lembrando que nos Estados Unidos, a data é algo natural, que surgiu no calendário por um costume, e não uma promoção implantada como foi no Brasil.

A história mais comumente repetida por trás da tradição de compras da Black Friday tem a ver com o comercio. Segundo essa história, após um ano inteiro operando com prejuízo ("no vermelho"), as lojas supostamente obteriam lucro ("entravam no preto") no dia seguinte ao Dia de Ação de Graças, porque os consumidores gastavam tanto dinheiro em mercadorias com desconto. Embora seja verdade que as empresas de varejo costumavam registrar nos livros contábeis as perdas em vermelho e lucros em preto ao fazerem sua contabilidade, essa versão da origem da Black Friday é a história oficialmente sancionada — mas imprecisa — por trás da tradição.

O que é verdade, e eu pude constatar, é que os varejistas de TODOS segmentos, desde salões de beleza, restaurantes e todo tipo de produtos usam fortemente a data nos EUA, mesmo num Outlet que aumenta ainda mais os descontos. E o consumidor não se faz de rogado. Cheguei no outlet por volta de 11 horas, sendo que as lojas abriram a 6 da manha neste dia. As DOZE MIL vagas do complexo estavam lotadas, com carros parados em cima da grama, filas de carros seguindo as pessoas com sacolas na esperança de pegar suas vagas, enfim um prenúncio do que seria o interior do MEGA shopping com 185 mil metros quadrados e centenas de marcas desejadas, desde esportes, populares ao alto luxo. Verdade seja dita, este shopping é a segunda maior atração da Flórida, só perde para a Disney.

Minha expectativa desde o estacionamento foi totalmente preenchida, por pessoas e filas nas portas das marcas mais desejadas, especialmente esportes e marcas premium e luxo, onde as pessoas esperavam pacientemente sua vez de entrar sem saber que ofertas encontrariam, mas com fé de que teriam um bom negocio as esperando. Mas se você pensa que iria ver apenas pessoas abarrotadas de sacolas, pense outra vez! O pessoal é comprador profissional, e parece que vc está num aeroporto! Todos com malas gigantes nas mãos pra acomodar as compras, quem não levou a sua comprou mala ali mesmo, inclusive em maquinas automáticas na qual vc escolhe a mala e passa o cartão, sem vendedor. Mas os realmente master compradores tinham carrinhos para levar as varias malas!!!!

Verdade também que enquanto existem verdadeiras barganhas, também existem marcas que não se esforçam em nada, mas dá pra perceber pela calma das suas lojas que o publico reconhece quem não promove descontos. Eu sou um comprador assíduo das camisas da Brooks Brothers, e ao ver a marca lá fui verificar se havia alguma barganha e percebi que sua promoção era apenas 4 dólares mais barata que o preço da loja convencional, onde a variedade e atendimento cobrem largamente essa pequena diferença. Nenhuma surpresa ao ver a loja desconectada do furor do resto do shopping.

No fim do dia o resultado anunciado, do qual fui testemunha ocular, foi um dia de muitas vendas com crescimento de dois dígitos sobre o ano passado conforme divulgado na imprensa local. Eu não sei como foi o ano passado, mas estou assombrado ate agora com o volume de gente, a quantidade de malas, as filas persistentes durante todo o dia, e a animação dos compradores de todos cantos do mundo. Enfim, enquanto no Brasil discutimos o “ser ou não ser” na terra do Tio Sam a Black Friday é uma consolidada oportunidade de consumo!

Svetlana Ratnikova

CEO @ Immigrant Women In Business | Social Impact Innovator | Global Advocate for Women's Empowerment

1 m

Marcos🙂 Thank you very much for sharing! My colleague will be happy to work with you: https://bit.ly/4f7ZZoc

Antonio Rodrigo Sant'Ana

Conselheiro Certificado pela Board Academy Sócio da área cível do SBCLaw Advogados

11 m

👏👏👏

Marcelo Varela Nina

Assessor de Comunicação Empresarial | Estrategista em Comunicação | Gestor de Crises | Storyteller | Relações Institucionais | Pós-Graduado em Psicologia da Comunicação | ESG | Líder em Desenvolvimento Local

1 a

Muito interessante sua experiência amigo Marcos Andrade. É o que sinto no Brasil, e onde os consumidores já dizem pagar a "metade do dobro", de maneira a dizer que não faz diferença na compra dentro ou fora da Black Friday no Brasil. Sabemos que há empresas com campanhas agressivas e até preços interessantes. Aí você tem uma ferramenta como Reduza (desenvolvida por grande amigos) que verifica durante todo o ano e na Black Friday, um monitoramento de preços em grandes players, para saber a variação dos preços. Enquanto aqui temos de usar mecanismos, lá nos EUA, as coisas são naturais. É vivendo e aprendendo. E temos muito ainda a aprender. Abraços, Varela

Fábio Fogaça

Coordenador Admistrativo no CIESP - Centro das Indústrias do Estado de São Paulo

1 a

Que experiência não!?!? Pelo post deu pra se sentir um pouquinho lá dentro. Imagino as grandes marcas que optam por não aderir, e aí sem entrar no mérito se estão no caminho certo ou não, estejam pensando na manutenção da valorização da marca. Medo de seus produtos virarem "carne de vaca". Será!?!?!

Danilo Almeida de Jesus

Operações Last Mile| First Mile| Line Haul

1 a

Dá uma lida no artigo Angelica do Carmo de Oliveira muito interessante.

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