BRASIL 3º MUNDO E ESTADOS UNIDOS 1º - PRU CAUSA DI QUÊ?
É uma pergunta recorrente para milhares ou milhões de pessoas, brasileiros ou indivíduos de outros países…
Por que será que: o Brasil, de dimensões geográficas parecidas às dos Estados Unidos, com um povo em geral criativo e engenhoso, com imensas reservas e riquezas naturais, água, minérios, solo agricultável, comida, clima (ausências de eventos cataclísmicos), não está sentado ao lado ou até a frente de países de 1º mundo, e desfila demoradamente no pelotão dos BRICS?
Já venho meditando sobre isto há décadas, no contexto de minha atuação como especialista em bancos de atacado (transações estruturadas p/ grandes corporações e multinacionais), onde militei por décadas, pude ter um panorama “macro” dos principais setores econômicos, tais como: siderurgia, indústria, mineração e metalurgia, construção pesada, petroquímico, alimentos, tradings, cooperativas e outros.
E esta observação não foi só no âmbito profissional; também acompanhei os fatos da nação, as vivências que tive em anos de trabalhos voluntários, e todo este amálgama de informações revelou alguns aspectos interessantes. O que eu percebi, vou discorrer através de exemplos/ comparações que, julgo irão dar uma boa pista sobre os motivos que nos impedem de sermos uma potência líder no cenário mundial. Podem parecer episódios bisonhos e menores, mas é apenas uma questão de escala, ou seja, o que se faz em nível “micro” é reproduzido em escala nacional!
Comecemos por observar o comportamento típico em eventos, simpósios campanhas, etc. Tomando como referencial os americanos, que sabem com maestria organizar e executar espetáculos, filmes, eventos, não é? Tomemos um exemplo a “organização” de velórios pelas famílias americanas x brasileiras.
Estados Unidos: Reúnem familiares, vizinhos, amigos, colegas de trabalho, etc. Se for preciso alugam um casarão para acomodar todos os participantes. Todos os convidados levam alimentos preparados, salgados, tortas, bolos, bebidas quentes e frias, etc. Convidados que vêm de longe até pernoitam no local ou na casa dos parentes do defunto (a)! Durante a noite, contratam profissionais para tomar conta do ambiente e receber eventuais visitas fora de hora.
Brasil: Chama a funerária, espalha cadeiras de plástico ao redor do caixão, acendem vela e aparelho de ozônio… e as vezes convocam alguma tia distraída para ficar de guarda na madrugada, se ninguém aceitar, passam a chave na sala e tá resolvido.
Perceberam a distinção de tratamento dado ao acontecimento, o nível de empenho entre um e outro, a organização e o grau de cuidado para com os participantes?
Prossigamos!
Agora vamos falar sobre trabalhos “voluntários,” convocados pela União, Estados, Municípios. Neste tema eu não tenho grande referência de outros países, porém tenho a minha experiencia pessoal aqui, onde atuei como “voluntário” em umas 10 eleições! Para começar, não se trata de voluntariado, recebi uma cartinha de convocação compulsória para o serviço; horário de trabalho, todo o período da votação, ausência de “backup” para horário de almoço (improviso), inexistência de lanche, cafezinho e até água para beber (ao menos na época que eu atuei não tinha).
Justificativa: Falta de recursos? De jeito nenhum! Verbas gordas para toda a estrutura do TRE, TSE, funcionários ganhando hora extra, possivelmente auxílio refeição e os benefícios. Ou seja, apenas os “voluntários” que “amassaram o barro” ficam sem nenhuma compensação, e “ai” deles se faltarem ao serviço “voluntário”!
Sentiram que “o buraco é mais embaixo”? A filosofia brasileira do jeitinho, do improviso, da terceirização de custos e ônus? Será que é assim nos EUA (nosso benchmarking escolhido), e Europa? E nem vou abordar as empresas e seus projetos de “voluntários” nos quais laçam os voluntários dentro do seu time de colaboradores!
Vamos em frente?
Falemos agora sobre doação de sangue e plaquetas!
Novamente vemos uma estrutura apoiada num pilar enorme e confortável composto dos heroicos doadores - ou podemos chamar desafortunados? kkk
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Iniciei minha carreira de cobaia há uns 30 e poucos anos. Logo de cara fiquei estupefato com a folga dos idealizadores do sistema de coleta de sangue… Folga? "Porque você está afirmando tamanha leviandade, Claudio?"
Então vejamos: milhares de indivíduos saem de suas casas, gastam recursos no transporte, perdem horas de trabalho (os autônomos perdem dinheiro também), e até enfrentam a antipatia dos chefes no dia seguinte porque faltaram e apresentaram atestado. Se for doação pra repor transfusões de parente, amigo(a) e então, o hospital “convoca” 10 doadores para repor: (“caraca”, usaram muito sangue hein!). Este é o lado dos desafortunados.
Do outro lado, hospitais / centros cirúrgicos, após utilizarem bolsas de sangue em seus pacientes, apresentam uma “simpática” nota fiscal - eu não encontrei o preço médio atual base 2022, mas um estudo de 2011 de uma especialista, apontava um custo de até R$ 800,00 por bolsa cobrado da família do paciente. Qual seria o valor atual??
Plaquetas, imagino que custe bem mais, porque é uma fração mínima do sangue, coletada por cerca de 2 horas, na qual o doador fica atrelado a uma máquina que faz circular o sangue, filtrando as plaquetas.
Novamente a “Lei de Gérson” está presente, de um lado “voluntários” que arcam com seus custos, de outro lado profissionais que recebem seus justos salários, e hospitais que faturam um pouquinho só na venda das bolsas! E todos acham que está ótimo assim, os estoques sempre baixos e o tempo todo apelando para a população doar (novamente quem carrega o piano) e até a ausência de sangue durante cirurgias, que podem acarretar óbitos.
Apesar desde show de horrores, alguém do lado venturoso quer mudar o sistema? Pra quê? Tem um monte de gente que doa sem reclamar!!
Em várias investidas, o quixotesco escriba que vos fala quis mostrar uma opção que poderia minimizar e até resolver a carência, sem chegar ao sacrilégio (aqui no Brasil, nos EUA, país pragmático e eficiente, é absolutamente normal!) de remunerar o doador.
O Método: Trocar doação de sangue por procedimentos médicos e exames! O que resolveria “2 coelhos numa tacada” e reduziria filas e gastos com exames - que no SUS demoram meses para serem feitos – e aproveitaria os horários ociososs dos equipamentos em clinicas e hospitais, sem prejudicar os usuários pagantes!
E seria bem lucrativo para a rede particular. Funcionaria mais ou menos assim: uma bolsa seria precificada em R$ 50,00; para fazer uma tomografia que custasse 250,00, o doador levaria então mais 4 amigos(as), totalizando os R$ 250,00! Ou tudo poderia ser convertido por uma tabela de referencia de procedimentos, como a AMB, que já existe!
“Nossa Claudio…como você é esperto Mas você sentou em cima da ideia e ficou por isso mesmo né?!”
Infelizmente a notícia não é boa; tentamos, de tempos em tempos interpelar gestores da Colsan e outros órgãos do segmento, tentamos apresentar esta metodologia, resultado: a maioria se esquivou, alguns deletaram e-mails ou msgs sem ler… tá bom assim, pra que mexer no sistema???
À esta altura do artigo, iria acrescentar outros temas / episódios para defender a minha tese, porém já me estendi demais, então fico por aqui, numa outra oportunidade abordaremos os temas que ficaram de fora.
Obvio que é a minha opinião, é apoiada num nível de informações disponíveis, alguns aspectos podem ser refutado por contra argumentos melhor fundamentados; neste sentido, o campo comentários do LinkedIn existe e é para ser usado por quem concorda ou discorda, “so, be my guest”!
Claudio Sartorio - Administrador, Consultor Empresarial
TOTVS S.A. -Analista II Suporte Tecnico CONTÁBIL
2 aKeler Amorim Ferreira ...leia isso