A busca por resultado pesa mesmo mas há uma saída...

A busca por resultado pesa mesmo mas há uma saída...

Será que estamos diante de um grande período de cansaço (que é normal) mas com muito mimimi?  
Será que estamos sucumbindo a era da vitimização?
Será que estamos inseridos em um mindset coletivo tóxico?

 

Converso com executivos todos os dias e parece que mudam as organizações, que mudam os cenários, que mudam as idades, que mudam as localidades mas os problemas são sempre os mesmos...da China ao Chile...

 Mais e mais pessoas tem trazido questões de insatisfação com a posição atual nas organizações, problemas com superiores, problemas com pares, problemas com equipes, falta de velocidade em carreira, sentimento de menos valia e assim por diante...

 Todas as vezes, ouço atentamente todo o cenário daqueles que me procuram e na maior parte das vezes percebo nitidamente que há um abismo entre autoliderança e o que as pessoas almejam para si mesmas, aliás, muitas pessoas não conhecem seu porquê, não entendem a razão de levantar da cama todos os dias e nem como se energizar com a vida cotidiana.

 Neste sentido, nada mais sensato do que promover nestes diálogos onde o fardo da “vida executiva” pesa demais, que sim, somos os grandes responsáveis por aquilo que estamos vivendo e por aquilo que estamos sentindo.

 Aquilo que estamos vivendo nada mais é que o resultado de nossas escolhas, mesmo que a vida tenha nos trazido até aqui, nós decidimos, nós escolhemos os nossos caminhos e dissemos sim por motivos altamente pessoais. Então, pensar a curto, médio e longo prazo em nossa carreira é estratégico e necessário para o fardo não pesar. A gente precisa saber o porquê estamos fazendo o que estamos fazendo, e este porquê deve sim nos energizar todos os dias de nossas vidas.

 Se o status de hoje foge do seu “porquê” pessoal, nada mais justo com a gente mesmo que possamos fazer ajustes em nosso vôo para que tudo faça sentido.

 Outro ponto importante é reconhecer as nossas emoções e então refletir sobre quais são as atitudes derivadas de cada uma delas. As emoções nos levam a caminhos absolutamente obscuros. Não estou fazendo um convite à frieza, mas um convite à consciência e autopercepção sobre o que sentimos e o porquê muitas vezes deixamos que a emoção nos gerencie.

 Por último, porém não mais importante, quando o fardo pesa precisamos estar presente no presente, precisamos de uma atenção plena naquilo que estamos fazendo. Se a cabeça estiver ontem, provavelmente estaremos nos culpando, se a cabeça estiver no futuro, provavelmente estaremos sonhando, então mais uma vez, nada mais justo do que estar com atenção plena no presente.

 Esta atenção nada mais é do que a nossa capacidade de todos os dias levantar da cama entendendo o “porquê” estamos fazendo o que fazemos, ter um sentido para o nosso dia e dia, e que este sentido seja gostoso, cheio de prazer, seja motivador e energizador. Esta atenção ainda refere-se a olharmos para o hoje e termos a certeza que estamos entregando o nosso melhor pois estamos vivendo aquele momento.

 Não há nenhuma desculpa aceitável para não estarmos no nosso 100% de qualidade humana, como sempre pergunto em minhas palestras, aulas e workshops: Por que nós nos economizamos? Veja bem: a máxima de que devemos fazer somente o que gostamos esta errada pois nosso dia a dia é cheio de trabalhos que não gostamos: trata-se de amar o que faz , goste ou não goste pois assim passa mais rápido!

 

O fardo até pode ser pesado, mas a verdade é que sem o conhecimento de seu porquê, pessoal, com baixos níveis de inteligência emocional e sem atenção plena o fardo será realmente difícil de ser carregado.

 Não adianta acreditar que há uma cartola mágica de onde sairá o grande coelho com a solução para que o fardo fique mais leve. O seu grande coelho é você mesmo! Aliás, se há alguém que pode realmente fazer diferença em seu bem-estar, este alguém chama-se Senhor Protagonismo.


Andresa Borges

Consultora & Mentora em Cultura Organizacional e Gestão Estratégica Humanizada

1 a

Excelente reflexão! O filósofo Nietzsche, em pleno séc XIX, já dizia que "quem tem um por quê pode suportar QUASE qualquer como '!. Atento para o quase pois considero o contemporâneo Byung Chul Hang bastante assertivo em sua "sociedade do cansaço". É um livrinho curtinho, intenso e provocativo. Nesta sociedade da performance em que medimos tudo e creditamos ao sucesso um crescimento ilimitado, invertendo valor com valores e não consideramos nossa vulnerabilidade, haja fôlego para maratonar a vida! Penso que, em última instância, o propósito humano é SER HUMANO. Isto perpassa pelo trabalho...e transcende! Bjo grande

Acredito que o grande problema da sociedade hoje é a preocupação excessiva de ser o outro, de estar no lugar do outro, sem autoconhecimento e esforço sem foco no seu propósito principal, sem conquistas por merecimento e reconhecimento, nada sem conhecimento é possível. Estacionar e esperar a vida passar, é fingir que está tudo bem, fazendo com que todos a sua volta sofram apenas por que você não está satisfeito, isso é egoísmo e não leva a lugar algum. Se todos almejarem alguma coisa e conhecerem seus pontos fortes e fracos, bastará apenas focar no objetivo e adquirir conhecimento, e você perceberá que toda a sociedade sairá ganhando.

Cristiane Nunes Cardoso

Gerente de Meio Ambiente na Vale | Sustentabilidade | Segurança | Riscos

5 a

A chave para o fardo leve e uma vida feliz é o alinhamento com o propósito!

Silvia Ohara

General Manager South America na Bertschi AG

5 a

Reflexao importante para a lideranca!!

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