Caráter, civilidade e cocô de cachorro.
Os que leem meus conteúdos a mais tempo já estão familiarizados com o fato de que tenho duas cachorras. Mesmo não morando mais na mesma casa, continua a rotina diária de passear com elas, afinal cachorro ou qualquer outro bicho de estimação é como filho, tem que ser responsável e cuidar, haja o que houver. É uma questão de compromisso.
Em geral saio uma vez por dia com as peludas e pela manhã. Faço isso a pelo menos 13 anos, idade da mais velha, que na contabilidade canina beira então os 91 ... juro que se chegar nessa idade, o que espero não aconteça, chegue como ela. Pensa em um ser feliz! Mesmo meio ceguinha, desdentada, levemente gorducha, com verrugas e outras mazelas do longo tempo de vida, por vezes parece um filhote. O rabo balança incansavelmente e é inacreditável a alegria de cumprimentar as pessoas na rua pedindo afago. Ela é muito popular entre os porteiros, seguranças e manobristas do quarteirão onde passeamos regularmente. Essa gosta mais de gente do que de outros seres de sua espécie, mal sabe ela coitada....
Durante todo esse tempo algo sempre me intrigou. O que leva uma pessoa a passear com seu animal e não limpar o espaço público quando seu bichano defeca? Todo santo dia tem cocô novo no pedaço. Será que essas mesmas pessoas deixam de limpar as fezes dos animais feitas dentro de suas residências? Certamente não, daí concluo que além de total desrespeito com o espaço público e com o próximo, ou seja, falta de civilidade, essas pessoas também têm sério problema de caráter.
Certamente estamos aqui tratando de uma minoria, mas que tem a capacidade de incomodar um bocado. Neste mesmo grupo eu incluiria aqueles que jogam bitucas de cigarro ou qualquer outro tipo de objeto pela janela do apartamento, do carro ou mesmo na rua enquanto andam. Acredito inclusive que parte deste grupão se cruze, ou seja, muitos não cometem apenas uma das ações mencionadas, mas algumas delas se não todas.
Isso me remete ao refrão de uma música do Capital Inicial cujo título é Quatro vezes você e que diz:
O que você faz quando,
Ninguém te vê fazendo,
Ou que você queria fazer,
Se ninguém pudesse te ver...
Muito bem, mas o que tudo isso tem a ver com o mundo corporativo e com o Linked In? Simples! O sujeito principal. O que você acha que este mesmo ser que não recolhe as necessidades de seu animal na rua faz dentro da empresa? Exceto caso extremo de psicopatia contumaz, as pessoas são o que são. Não dá para desvencilhar a pessoa física na sua intimidade da pessoa física que atua dentro da pessoa jurídica, faz sentido?
Tenho diálogo semelhante com todos os potenciais Coachees que me procuram em busca de ajuda exclusivamente profissional. Explico que só posso entrar na seara profissional depois que trilharmos um mínimo de quem aquele profissional realmente é em sua essência. Já perdi clientes por isso, mas não me arrependo, afinal tratamos aqui de convicções e valores.
Voltando ao nosso tema principal, alguns poderiam sugerir que quem leva o cachorro para passear é um empregado e não o dono, pior ainda, afinal de quem é a responsabilidade de treinar o colaborador? Na empresa de quem é a culpa quando um colaborador faz uma bobagem? Via de regra seu chefe ou responsável imediato.
De uma coisa tenho certeza, seria ainda mais prazeroso passear com as peludas se todos que fazem o mesmo, recolhessem o cocô da rua. Consequentemente, penso que as empresas em geral estariam melhor se essa minoria da qual falamos, fosse mais civilizada e de caráter menos duvidoso.
Boa semana, bons passeios e até a próxima.
Jo Achim Liebert
Elementa Advisory & Coaching
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