Causa e efeito: a importância de atuar no que gera mais impacto

Seja bem-vindo(a) à 9ª edição dessa newsletter preparada com todo o carinho para trazer aquela dose mensal de conhecimento que vai ajudar você e as pessoas que você lidera a trilhar o caminho da excelência e gerar resultados acima da média.

Durante parte da minha trajetória profissional, liderei projetos de melhoria contínua. Nessa época, uma das ferramentas que mais usava era o Diagrama de Ishikawa, também conhecido como Diagrama de Causa e Efeito ou Espinha de Peixe.

A ideia era simples: a partir de um problema (ou objetivo a ser atingido), precisávamos identificar as possíveis causas, desdobrando até chegar à causa raiz. Essa prática torna o processo de resolução de problemas mais eficiente e eficaz, afinal, evita que fiquemos investindo em tratar questões que não garantem a solução do problema no longo prazo.

O que isso tem a ver com líderes e sucesso organizacional?

Tudo!

Eu explico...

Muita gente fala que ter líderes excepcionais (nos diferentes níveis da organização) é fundamental para que os objetivos de crescimento sejam atingidos e para que a empresa seja bem-sucedida ao longo do tempo.

O que poucas pessoas falam é como essas variáveis se relacionam. Afinal, de que forma o comportamento humano afeta os resultados de negócio?

Para jogar luz nesse tema, a Gallup conduziu estudos ao longo de 25 anos e chegou ao The Gallup Path: uma forma simplificada de mostrar como questões comportamentais impactam faturamento, lucros e valor de ações.

O melhor jeito de digerir esse conceito é começar de trás pra frente, do efeito para a causa.

• Valor das ações – Para ser sustentável no longo prazo é preciso que o valor das ações de uma empresa siga aumentando.
• Lucro – Embora exista uma série de outros fatores, lucratividade é a variável que mais impacta no preço das ações.
• Faturamento – Quando se trata de aumentar lucros, existem dois caminhos: reduzir custos e aumentar faturamento. A primeira funciona muito bem, mas, depois de algum tempo, chega a um limite. Por isso, as empresas que desejam continuar lucrando precisam também trabalhar na segunda opção. Sem aumento nas vendas, sem lucro no longo prazo.
• Clientes engajados – O aumento consistente da receita está ligado à capacidade da empresa de adquirir novos clientes e, principalmente, de manter os atuais. Afinal, é mais barato fidelizar do que conquistar clientes. Portanto, o indicador mais confiável para prever aumento de receita é engajamento de clientes. Pode-se dizer que um cliente está engajado quando existe um sentimento de que a empresa é um parceiro de confiança, que gera valor e que se preocupa com o sucesso dele. Atenção: é aqui nesse ponto que, de uma forma mais clara, sentimentos e comportamentos humanos começam a afetar os resultados econômicos.
• Funcionários engajados – O que dá origem a clientes engajados? Funcionários engajados! As interações cliente - funcionário têm o poder de afetar vendas mais do que qualquer outra variável, em qualquer setor, em qualquer lugar do mundo. A queda no engajamento coloca a perder as ações de cultura centrada no cliente e os resultados de experiência do cliente. Com o passar do tempo, afeta receita, lucro e preços das ações.
• Pessoa certa na posição certa – Uma das principais descobertas sobre como aumentar o engajamento das pessoas no trabalho é colocar a pessoa certa no lugar certo. Este único ponto é essencial para o sucesso nos negócios, na ciência, na educação, nos esportes ou em qualquer outra atividade. Pessoas com o talento certo pra função fazem seu trabalho “com gosto”, dão o seu melhor, entregam excelência e se conectam com os clientes de forma muito mais genuína.
• Gerentes excelentes – Existem líderes que têm um instinto natural para encaixar a pessoa com os talentos adequados para determinada função. Para quem não tem, sempre é possível desenvolver essa competência a um nível mínimo desejável. Ter gerentes capazes de fazer isso é o que mais impacta o engajamento dos times. Quanto? 70%. Sim, 70% da variação no engajamento se deve à pessoa que gerencia o time diretamente.

Recapitulando:

Gerentes excepcionais, que são capazes de colocar as pessoas certas nos lugares certos, elevam o engajamento dos funcionários, que gera clientes engajados, que colaboram fortemente para aumento da receita, que impacta o aumento dos lucros, que eleva o preço das ações.

Beleza, e agora que entendi tudo isso... o que fazer?

Algumas ideias para sair da teoria para a prática:

Se você é CEO ou conselheiro(a), já percebeu que a qualidade dos gerentes é a “low hanging fruit” que precisa ser endereçada para garantir uma empresa sustentável no longo prazo?  Que ação você precisa tomar dentro da realidade da sua empresa?

Se você é líder de qualquer área de negócio, responda honestamente: sou excelente na minha função? Sei quais são os pontos fortes de cada pessoa que reporta pra mim? Coloquei as pessoas certas nas posições certas?

Se você é responsável por definir a estratégia de pessoas, já implementou ações para apoiar os gestores a montar equipes com as pessoas certas nas posições corretas?

Pra finalizar, uma coisa do fundo meu coração: dediquei toda essa edição para clarear esse link entre como as pessoas se sentem e o resultado do negócio porque eu acredito que as empresas têm que dar lucro sim! E que isso não só pode ser combinado com pessoas felizes e engajadas no trabalho como depende de pessoas felizes e engajadas.

Pra quem teve paciência de ler até aqui, me conta nos comentários como esse conhecimento vai ser útil pra você.

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Até mês que vem!