Celular nas escolas

Celular nas escolas

Entre as principais discussões que o tema vem gerando está a interferência dos telefones celulares na concentração e aprendizado


Não é novidade a discussão em torno do uso de telefones celulares em ambiente escolar, mas nos últimos meses o tema ganhou repercussão após a Assembleia Legislativa de São Paulo aprovar um projeto de lei que proíbe o uso desses aparelhos nas escolas públicas e privadas do estado vizinho.

Na quarta-feira (11) foi a vez da Câmara dos Deputados aprovar projeto de lei proibindo o uso de celulares nas escolas públicas e privadas, durante a educação básica, que vai do ensino infantil ao médio.

O texto tramitou de forma conclusiva na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara e não precisa passar pelo plenário da casa, seguindo agora para o Senado.

A proposta veda o uso "aparelhos eletrônicos portáteis", como celulares ou semelhantes, não só durante as aulas, mas mesmo no intervalo entre aulas e nos recreios. Há a permissão de uso dos eletrônicos por motivos pedagógicos, de acessibilidade, inclusão ou razões médicas.

O deputado Renan Ferreirinha (PSD-RJ), relator da proposta, decidiu permitir que crianças de até dez anos pudessem ao menos portar aparelhos celulares - antes, a proposta não permitia isso.

Ferreirinha também incluiu trechos que ampliaram o rol de exceções para o uso dos eletrônicos. Como exemplo estão "situações de estado de perigo, estado de necessidade ou caso de força maior".

Entre as principais discussões que o tema vem gerando está a interferência dos telefones celulares na concentração e aprendizado dos estudantes, para evitar o cyberbullying e a exposição dos alunos a conteúdos que não são apropriados à faixa etária. A medida ainda deve ajudar a evitar que as crianças e adolescentes desenvolvam a dependência digital, fator extremamente preocupante quando pensamos em saúde mental.

Ao impedir o uso dos aparelhos no recreio, as escolas estimularão ainda a socialização e a criatividade.

Por outro lado, a proibição do celular pode ser negativa quando se pensa que as escolas precisam trabalhar a inclusão digital de forma responsável, proporcionando aprendizado sobre educação midiática e como se defender de golpes e outros crimes praticados na internet.

Lembrando ainda que promover o uso consciente e disciplinado do celular também é atribuição das famílias em suas casas. E mais do que uma proibição, a medida deve apresentar aos alunos uma visão crítica das novas tecnologias, de seus males e suas vantagens.

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