CEO E O NEGÓCIO
O empreendedor/empresário deve pensar em dois níveis na hora de definir qual será seu papel no organograma da empresa.
Em nível organizacional, avaliar se a empresa comporta cargos C-Level.
Em nível pessoal, entender o papel do CEO e se ele é talhado para a função, o que exige humildade e autoconhecimento. Ter a ideia não quer dizer que você sabe tudo sobre o negócio, um engano comum dos adeptos da filosofia “eu criei”, “eu faço”, “eu decido”, “eu sou o dono”.
É muito mais fácil a empresa ter problemas se faltar a “tia do cafezinho” ou o “tio da portaria” do que o CEO. Sem você, a empresa funciona normalmente se o planejamento estratégico for claro e público, os princípios definidos e a cultura for sólida.
Tenho uma máxima que o tempo tem provado que é válida e atual: o time faz pelo produto, o CEO faz pelo negócio.
Ele deve sair do operacional, porque sendo o último escalão, seu poder é decisivo. Sua função é ser acionado apenas para resolver grandes conflitos, delegar tarefas, lançar ideias e decidir baseado nos relatórios e propostas apresentadas por seus executivos.
A constante presença no operacional pode criar problemas hierárquicos para gestores setoriais, diminuir o poder dos líderes e criar focos de atrito com subordinados diretos ou não.
Você contrata profissionais com competência técnica, poder de decisão, liberdade, autonomia, criatividade e proatividade para que resolvam problemas, encontrem soluções e foquem no operacional. Não faça o trabalho dos outros porque no insucesso, além de responsável, você também será o culpado.
O CEO é o gestor dos grandes temas como visão de futuro, responsabilidade social, gestão ESG, contatos com investidores, relacionamento com o mercado, porta-voz dos princípios e valores e imagem institucional da empresa.
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É dele a visão de longo prazo, se dedicando a analisar a concorrência, provocar pesquisas e estudar o mercado, desenhar cenários e visualizar como será o mundo futuro para que possa adequar o planejamento estratégico e colocar a empresa em condições de sobreviver e competir nele.
E para chegar lá, é seu papel captar recursos com investidores, uma busca criteriosa baseada na finalidade do investimento.
Se é para implantar um projeto definido, avaliado, mensurado, orçado, planejado e com pessoal preparado e operação madura, você pode buscar em instituições financeiras tradicionais ou fundos de investimento.
Se é para desenvolvimento da empresa com horizonte de longo prazo, aconselho que você busque um investidor que possa contribuir não só financeiramente, mas com networking, conhecimento em gestão, expertise financeira, competência técnica e novas ideias. Esse tipo de investidor, provavelmente, já operou em diferentes setores, tem múltiplos conhecimentos, outra visão de mundo, novas oportunidades e entendimento mais amplo de mercado.
Óbvio que esse alinhamento deve estar de acordo com os princípios e valores da empresa.
E um assunto que deve ter a atenção do CEO, no mínimo cinco anos antes de acontecer, é sua sucessão.
Mas esse é outro papo.
Consultor de Finanças Estratégicas e Gestão Empresarial
1 aO grande problema que atualmente algumas empresas apresentam um organograma muito horizontal e muitas vezes realmente o CEO termina criando conflitos no operacional. Organograma vertical está ultrapassado, realmente a utilização é um Organograma horizontal mas o CEO realmente deve ficar com a visão mencionada, porém muito ligado com os indicadores de resultados da empresa e no negócio e novos projetos!