ChatGPT EDU: vai ajudar a revolucionar a educação?
Imagem gerado pelo Dall-E

ChatGPT EDU: vai ajudar a revolucionar a educação?

As universidades já entenderam – e não é de hoje – que a Inteligência Artificial vai impactar muito os processos acadêmicos. Mas será possível integrar a inteligência artificial (IA) à educação de forma ética e dialogada? A expectativa começou a ficar favorável com o anúncio do ChatGPT EDU, uma versão educacional do famoso modelo de linguagem desenvolvido pela OpenAI. Esse recurso cria conteúdo educacional, auxilia em pesquisas, realiza monitoramento e avaliações. Mas será tão simples assim?

Educadores e administradores estão preocupados com o uso inadequado da IA pelos estudantes e acreditam que ferramentas de IA podem facilitar o plágio ou substituir o pensamento crítico essencial para o desenvolvimento acadêmico. Contra isso, as universidades estão elaborando políticas rigorosas para assegurar que a IA seja usada de forma ética, incentivando os alunos a utilizarem essas ferramentas como apoio, e não como substituição do aprendizado em sala de aula.

O uso da IA pelos professores é fundamental no preparo dos estudantes para o futuro. Segundo o Fórum Econômico Mundial, estima-se que a IA vai impactar 40% dos empregos em âmbito global e a transformação do mercado de trabalho está exigindo novas habilidades e competências. Jaime Barrera, Rafael Bautista e Gustavo González, no estudo Business Schools and Universities - Interdisciplinary Collaboration for Better AI, apontam que a universidade atualmente organizada em escolas e departamentos de acordo com ciências, disciplinas, áreas etc visam uma experiência muito mais intelectual e de experiência de vida que abrange toda a educação. Isto exigirá, então, uma organização e currículos flexíveis que se adaptem às necessidades de uma formação contínua e ininterrupta ao longo da vida dos seus estudantes e também dos próprios professores. A partir do primeiro ano de estudo o estudante precisa estar em um modelo "aprender e ganhar", e não investir inicialmente quatro anos fora do mercado de trabalho até conquistar um diploma que poderá estar obsoleto quando se formarem."

Esse pensamento ressalta a necessidade de currículos adaptáveis, alinhados à realidade de uma educação continuada. Ao invés de manter os alunos fora do mercado de trabalho por vários anos, os programas educacionais devem permitir que eles adquiram conhecimentos e habilidades que sejam imediatamente aplicáveis. A flexibilidade curricular e a interdisciplinaridade são essenciais nesse novo paradigma educacional.

A IA, como a do ChatGPT EDU, pode ser instrumentalizada para criar ambientes de aprendizagem dinâmicos, onde os alunos possam explorar diversas disciplinas e desenvolver competências transversais. Essa abordagem não apenas ajuda a prevenir o uso inadequado da tecnologia, mas também prepara os alunos para um mercado de trabalho em constante evolução.

As universidades precisam abraçar a IA como uma ferramenta poderosa para a educação, implementando políticas adequadas para garantir seu uso ético e produtivo. Ao fazer isso, elas não apenas adaptam suas metodologias de ensino, mas também cumprem sua missão de preparar os alunos para os desafios e oportunidades do futuro-presente.

A Inteligência Artificial representa tanto uma oportunidade quanto um desafio para a educação no Brasil e o segredo está em encontrar o equilíbrio certo entre inovação tecnológica e os valores fundamentais do aprendizado, garantindo que os estudantes estejam equipados para um futuro onde a IA é uma parte integrante da vida.

Reformulação de currículos mais flexíveis e adaptáveis às necessidades de formação contínua vai preparar melhor nossos estudantes para um futuro cada vez mais incerto, completo, volátil e ambiguo.

A transformação digital na educação é inevitável e necessária. O papel do professor evolui de um mero transmissor de conhecimento para um facilitador do aprendizado capaz de personalizar o ensino e atender às necessidades individuais de cada aluno. O desafio é grande, mas as oportunidades são ainda maiores. Você está preparado?

Um estudante que se limita a absorver passivamente o conhecimento transmitido pelos educadores corre o risco de se tornar obsoleto devido à constante evolução das informações e tecnologias. Em contrapartida, aqueles que adotam uma postura proativa na busca pelo conhecimento, explorando recursos adicionais e mantendo-se engajados com as últimas tendências e descobertas em suas áreas de interesse, tendem a permanecer atualizados e competitivos no ambiente acadêmico e profissional. Essa abordagem proativa não apenas amplia a compreensão e a capacidade crítica, mas também prepara o estudante para adaptar-se de maneira eficiente às dinâmicas e exigências do mercado contemporâneo.

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