CHEGA DO ÓBVIO

CHEGA DO ÓBVIO

A comunicação e os processos envolvidos nela me surpreendem diariamente, me fazem questionar um monte de coisas que vejo por aí e observar as práticas de meus colegas. Acredito que quando temos o poder de pensar estrategicamente aquilo que será dito para as massas, temos nossa responsabilidade exponencialmente aumentada. Toda cautela é necessária, pois nossa mensagem pode ter impacto transformador em nossa audiência, negativa ou positivamente.

Claro que neste momento, alguns de vocês já estão me vendo como um comunicador jovem, idealista e questionador, e eu não nego estas alcunhas. Ao contrário, assumo que enquanto jovens, temos a obrigação de idealizar algo melhor do que vemos em tudo, principalmente em nossa área de atuação. Quanto a ser questionador, espero que você, independentemente de sua idade, ainda tenha orgulho de se chamar assim.

Quando nos expressamos, pessoalmente ou por meio das marcas onde atuamos, o fazemos enquanto educadores. Sim, todo comunicador é um pouco educador. Falamos para muitas pessoas e também tentamos perceber o que elas estão sentindo e quais são as suas necessidades. Isto é, tanto na educação quanto na comunicação, as famigeradas “duas vias” são essenciais para que ambas sejam transformadoras das realidades dos envolvidos.


Temos de parar de supor conhecimento em nossos públicos. Tratar algum assunto como obviedade distorce sua complexidade e diminui sua compreensão. Ao fazê-lo, jogamos a empatia no lixo e pensamos “esta pessoa tem as mesmas vivências que eu”. Em tempos de valorização da diversidade, isto não faz sentido algum. Além disso, a expectativa gerada com essa pretensão de saber tem pouquíssimas chances de se concretizar, pois o desencontro dos conceitos vai minar a eficiência do seu discurso.


Não é eficaz, também, pensar na audiência como caixa vazia, a quem tudo precisa ser explicado “mastigadamente”. Para temas conhecidos por serem complexos ou muito inovadores, basta uma conversa franca, de igual para igual, sem arrogâncias ou tecnicidades desnecessárias. As pessoas percebem quando são olhadas nos olhos ou realmente ouvidas durante um diálogo e, se quisermos que nossas peças de comunicação sejam entendidas como parte de um, temos de olhar nossos públicos nos olhos, ainda que metaforicamente. Só assim teremos uma comunicação eficiente não só nas métricas estabelecidas anteriormente, mas na transformação dos mundos de nossos públicos.

Jéssica Alves

Roteirista | Especialista de Conteúdo | Branding | Comunicação 360°

8 a

Amei!! Perfeito

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