Como chegaremos a dezembro? Desafios & Oportunidades
Mesmo em épocas de recessão-retração econômica, como por exemplo 2015 e 2016, quando o PIB caiu em media 3.4% (o pior resultado dos últimos dez anos), a aproximação do final do ano geralmente produz nas pessoas um sentimento de “esperança e renovação”, na expectativa de – dias melhores – que virão. Na minha experiência e de muitas pessoas com as quais eu convivo, o ambiente do final do ano sempre foi marcado por “superações e expectativas positivas”.
Caminhando para o final do primeiro mês deste segundo semestre, alguns destes meus interlocutores começaram a indagar a mim e a si próprios, como chegaremos ao final de 2020? Por mais que eu seja otimista, penso que este ano será diferente... A semana que passou foi “pródiga” em notícias desalentadoras:
- Mais de 1.3 milhão de empresas estavam com as portas fechadas na primeira quinzena de junho. Destas, 76 mil pararam as atividades em definitivo, segundo estudos divulgados pelo IBGE;
- O mês de junho registrou um aumento de 71.3% no número de falências decretadas em comparação com o mesmo período de 2019, segundo a Boa Vista SCPC, com cenários de deterioração nos próximos meses;
- 2020 terminará com 15 a 20% menos empresas de serviços do que começou, diz o vice-presidente da CNS – Confederação Nacional de Serviços –, em entrevista recente a revista Dinheiro.
Alguém pode perguntar:
§ Não há notícias boas?
§ Não é possível ser “otimista”?
Sim, claro que existem “notícias boas”. E não são poucas. Uma delas é que há muitas empresas e organizações, sejam grandes, medias ou pequenas, que estão conseguindo superar este momento “ímpar” da nossa existência. Ajustaram ou continuam ajustando os seus modelos de negócios, potencializaram suas competências essenciais e revisitaram a forma de execução dos seus processos, priorizando a geração de caixa e aumento da eficiência da operação. O embarque inteligente de tecnologia também faz parte das ações necessárias para uma execução qualificada.
Assim como na vida privada, quando as pessoas portadoras de – comorbidades – foram mais afetadas pelo impacto do Covid 19, levando-as em vários casos a “óbitos”, por analogia, na vida empresarial não é diferente. Empresas e organizações portadoras de – comorbidades gerenciais – foram severamente afetadas pela “paralização dos negócios”. Ineficiências operacionais, desperdícios visíveis e invisíveis, inexistência ou deficiência na geração de caixa, produtos e modelos de negócios – vencidos –, drivers deficientes, pessoas desmotivadas e com baixa qualificação, dependência econômica de governos e ou poucos clientes, centralização de poderes são algumas das comorbidades que encontramos quando analisamos as causas de “óbitos e sofrimentos” empresariais.
“Ser otimista” ou “pessimista”? Pesquisadores da London School of Economics and Political Sciense, e da Universidade de Bath, pesquisaram 1.6 mil pessoas que se dividiram em três grupos: otimistas, pessimistas e realistas. Acompanharam a trajetória financeira dos três perfis e notaram que o grupo que mais se destacou foi o dos – realistas –, aqueles que tomam decisões com base em avaliações precisas, também conhecidas como realidades. Pensadores excessivamente otimistas podem experimentar níveis destrutivos de decepção quando as expectativas não dão certo.
So... What should be done?
A nosso ver, doravante, a dinâmica empresarial passará a ser vivenciada em quatro perspectivas. 1. Negócios que deixarão de existir, pelo menos nos modelos atuais. 2. Negócios que poderão ser revitalizados e continuarão produzindo riquezas ao longo do tempo. 3. Negócios que promoverão saltos de eficiência e ganhos de riquezas por terem sido revitalizados mesmo que o impacto dos “tempos atuais” não tenha sido tão severo. 4. Negócios que serão criados a partir das oportunidades que surgirão decorrentes das demandas do mercado.
Portanto, os próximos meses deverão se tornar “cruciais” para as nossas perspectivas, não somente até dezembro, mas para o futuro do nosso negócio e das nossas vidas. Nossa experiência indica que “criar uma cultura de Diagnóstico Dinâmico (Dynamic Diagnósis), refletindo permanentemente sobre todas as variáveis do negócio, atuando de forma rápida e pragmática, para eventuais correções e adequações, mitigará de maneira exponencial os riscos de insucessos e mortalidades.
Certamente, esta discussão não se encerra com as breves abordagens aqui apresentadas. Cada leitor deve ter o seu valor de juízo acerca do tema, mais ou menos aprimorado. O nosso propósito, como de costume, é submeter o assunto para reflexão, e nos colocarmos a disposição de quem eventualmente desejar avançar sobre ele. Nós estamos seguros de que “juntos” poderemos ampliar o debate e encontrar o caminho mais adequado e factível para a realidade de cada um.
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Ao seu lado para superar desafios...
Raimundo Sousa
antenas fredy at diretor comercial
4 aDr. RaimundoSousa, nosso companheiro do GRAI Sul o 1o com as notícias econômicas no nosso grupo
Especialista em Auditoria Interna e Compliance | Liderança em ESG, LGPD e Governança Corporativa
4 aBoa reflexão