Como escapar da "Matrix"?
Não estou exagerando, não! O título está correto!
Mas, afinal, que tipo de loucura estou falando, desta vez?
Antes de explicar o final da história, permita-me explicar como chegamos neste ponto:
(Quase) todo mundo já viu o filme “Matrix”, ou qualquer das inúmeras Ficções Científicas que a precederam ou sucederam.
Poderia citar aqui, a imperdível série de publicações de Isaac Asimov; Sucessos como 2001; 2010; a saga fantástica de “Hyperion”, seguida de “Endymion”, de Dan Simmons; Fahrenheit 451, Neuromancer, Dune, 1994, O Jogo de Ender, A Máquina da Verdade, El Retorno de Los Hackers, A Máquina do Tempo, BladeRunner, e mais uma lista, realmente interminável de livros imperdíveis que tratam da relação do ser humano em relação ao seu futuro, às máquinas, ou à si mesmo. Por favor, se o seu FC preferido não está na lista, não se irrite. São milhares de boas obras, e seria impossível citados-los, a todos.
Obs-1 - Fica a dica para os livros aqui citados, como excelente relação de FC merecedores de uma boa leitura.
Obs-2 - O leitor mais experiente já se deu conta que fiz um pequeno “merchandising” ali no meio.
Agora prossigo: Estes livros, alguns tendo a honra (nem sempre - alguns dirão), de terem suas histórias transformadas em filmes, outros que permaneceram em um ensurdecedor silêncio, conhecidos apenas por pequenos e seletos grupos de uma certa elite cultural, são obras maravilhosas de cérebros que, em seu momento, sonharam com um futuro ou com um passado diferente, e resolveram plasmar no papel (originalmente), suas inspirações.
Pois Matrix é um filme que sofre visível influência de muitos dos livros aqui citados, até de muitos não relacionados. Também é evidente que algumas obras influenciam nas outras. Então chegaríamos a ter uma especie de “universo cruzado” de livros de Ficção Científica, onde alguns assuntos são comuns e explorados indistintamente por autores diferentes, em tempos diferentes, el lugares diferentes, com diferentes contextos.
Então, Matrix é um convite à reflexão, onde a humanidade vive em um mundo de faz de conta, pensando que segue uma determinada realidade, quando, na verdade, está apenas cumprindo um papel para uma realidade completamente diferente, e de interesse exclusivo de outrem.
Este tipo de abordagem é bastante reincidente, e muita gente já expressou, pelos mais diversos meios, que, realmente, estamos todos vivendo em uma Matrix.
Mas como é a Matrix na qual vivemos? Quem nos controla? Como vivemos? De onde viemos? Para onde vamos? “Quo vadis”?
No filme, alguns personagens conseguem sair da realidade forjada por máquinas, e tratam de conseguir a difícil tarefa de permitir que outros se libertem das limitações de realidade impostas pelas máquinas. Pessoas conseguem absorver qualquer conhecimento através de conexões especiais, onde os dados são , instantaneamente, transferidos para seu cérebro. Assim, podem aprender de forma espetacular, Jiu Jitsu, Engenharia atômica e como pilotar um helicóptero, em um piscar de olhos.
Mas nem todos podem fazer isto. Apenas alguns poucos “escolhidos” estão preparados para tais processos. Assim como o processo de ensinar algo não cabe a qualquer um, senão, a personagens realmente marcantes.
Ah! Você está se perguntando onde eu vou chegar com isto? E quando vou falar sobre a fórmula para escapar da “nossa” matrix?
Calma!
Por favor, calma!
Preciso realizar este longo ato introdutório, para que o leitor possa situar-se dentro de meu ponto de vista sobre nossa realidade, possa identificar-se com a humanidade de “minha forma de ver o mundo”, e possa estar, concordando ou não, disposto a seguir os conceitos e chegar às fórmulas finais. Talvez não seja uma leitura para uma só vez. Talvez não seja simples. Talvez não seja para todos. Talvez você tenha mais o que fazer e prefira cortar aqui sua leitura. Eu compreenderei, não tenha dúvidas. Cada um deve escolher a pastilha que tomará, não é assim? E os que se sentirem cômodos e felizes com a vida atual, podem seguir lendo outra coisa, e, amanhã, nem lembrarão deste humilde artigo. Sem rancores! Vida que segue!
Agora, se você escolheu seguir lendo, vamos tentar entender algumas pessoas e algumas dúvidas existenciais que nos acompanham desde sempre.
Primeiro, Pense em de onde viemos e para onde vamos. Claro que eu não tenho a resposta!
Seria muita pretensão minha pensar em explicar qualquer destas questões. Não sei e creio que ninguém o sabe.
Mas, pensemos… Todos vivemos tratando de oferecer, àqueles que nos sucedem, um mundo melhor, certo? Seja para nossos filhos ou netos, ou mesmo para nossos semelhantes, em geral, buscamos (não são todos, não, eu sei) trazer melhorias ao mundo.
Mas como fazemos isto? Como você pode melhorar o mundo? Muitas respostas surgirão ai. Sem esgotar as alternativas, talvez sejam válidas as hipóteses de que você tenha pensado em melhorar o mundo trabalhando, estudando, dando exemplos, ensinando pessoas, criando coisas, criando máquinas, fazendo dinheiro, educando, entre tantas possibilidades.
Vamos ver se você encaixa em um ou em mais de um destes perfis:
1- Nasceu em berço humilde, família enfrentando dificuldades, lutou muito, e está no caminho do triunfo esperado (a grande maioria).
2 - Nasceu em berço privilegiado, lutou muito, e está sentindo que pode contribuir para a humanidade (não são muitos, não).
3 - Teve facilidade de aprender “coisas” e conceitos (muito especialmente aqueles que desenvolveram a habilidade de ser auto-didatas).
4 - Possui facilidade para transmitir conhecimentos (não é necessário ser professor para transmitir conhecimento).
5 - Vê o mundo de forma distinta da grande maioria das pessoas.
6 - Possui um monte de idéias geniais, mas ninguém dá bola para elas, e você não consegue colocá-las em prática (falta tempo, gente, dinheiro, motivação, conhecimento, etc).
7 - Já entendeu o conceito de “mortalidade”. Somos mortais, e, a qualquer momento, você vai deixar de existir (sabía?).
Encaixou o seu perfil com uma ou mais das anteriores alternativas?
Todos chegamos a possuir, em algum momento, algum conhecimento exclusivo
Até aqui, poderíamos ter um pequeno conjunto de conclusões simples, mas profundas e reais:
1 - Todos absorvemos conhecimentos.
2 - Todos vivemos experiências diferentes.
3 - Todos criamos conhecimentos novos, resultantes de uma miríade de fatores que incluem os dois fatores anteriores.
4 - Todos chegamos, em algum momento da vida, a possuir, pelo menos um grande conhecimento, que é limitado a uma pequena parcela da população, senão exclusiva apenas de uma pessoa.
Volte no tempo… Quem possuía estas características?
Se você pesquisar um pouco, descobrirá que nomes muito conhecidos, como Newton, Gutenberg, Pasteur, Einstein, Colombo, Aristóteles, Galileu, Darwin, Lavoisier, Watt, Faraday, Platão, Descartes, Tesla, Steve Jobs, (vendo desde o lado da criação ou da descoberta), e famosas referencias da fé e da filosofia (das mas diversas religiões e crenças), como Jesus, Maomé, Confúcio, Buda, Moisés, Lutero, entre tantos outros, formam uma fila de indivíduos que atingiram uma espécie de “imortalidade” dados os seus atos e ideias.
Os que não escreviam tiveram quem escrevesse, mesmo post mortem.
Observe com cuidado, e verá que todos tinham como fatores comuns, a transmissão do conhecimento, e a perpetuação de suas idéias, ou de sua colaboração para a humanidade, de forma escrita. Os que não escreviam tiveram quem escrevesse, mesmo post mortem.
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Então, aqui, ampliamos os conceitos utilizados em relação a nossa “Matrix”:
Conhecimento
Idéias
Transmissão
Imortalidade
Os três primeiros já tinham sido tocados mais especificamente, mas a imortalidade chega aqui como um punho cerrado no nosso peito.
- Não tinhas dito que somos mortais e nos vamos a qualquer momento?
Certamente! Isto não muda! Pelo menos, por enquanto, a ciência ainda não pode nos oferecer uma imortalidade física, e a religião ainda não apresenta algo como o cruciforme de Hyperion, para que possamos utilizar.
Mas, não me referia a esta imortalidade. Se observares os nomes citados, eles não ficaram imortais como seres, mas como disseminadores de conhecimento. Não foram eles que se eternizaram, senão suas ideias, atos, ideais, descobertas, ensinamentos, que se eternizaram, e, com com eles, arrastaram os autores.
As ideias são boas, ruins, pobres ou geniais, dependendo apenas do contexto em que estejam inseridas. Os chamados gênios aqui citados foram homens dotados de ideias necessárias em um determinado contexto. Tão necessárias, que seguem vigentes até hoje. Tão importantes, que o próprio contexto se ajusta a elas, em alguns casos (não vem ao caso, e o artigo ficaria ainda mais longo se entramos neste viés).
Observe que a própria capacidade de ler e escrever só sobrevive porque alguém manteve os métodos para tal, uma vez criados e aprimorados, sob registro. É o processo de guardar um backup sobre como podemos manter o backup. Quase recursividade!
Mas devemos diferenciar as ideias, do conhecimento, já que este último é adquirido e aquelas são espontâneas. Sem dúvida maior conhecimento facilitará com a geração de ideias. Mas são dois conceitos.
Os vários conceitos sobre qualquer coisa passam a estar, cada vez mais disponíveis, mas, ao mesmo tempo, cada vez mais inatingíveis, pela quantidade abrumadora de novas informações somadas a cada dia, em nossas vidas.
Aprender tudo é impossível! E a grande maioria vai pelo superficial, aprendendo, sempre, o mais simples, o mais básico.
OK! Onde vamos com isto?
Você acaba de responder-se, ao ler os últimos parágrafos!
Se fizermos nova analogia “matrixeana” (não existe, eu sei), poderíamos reformular nossas existências, como seres humanos, dizendo que a grande maioria dos seres estão conectados a uma máquina gigante de produzir “algo”, vivem, morrem, e (com todo o respeito), suas miseráveis vidas não mudam em nada a estrutura geral da “máquina” em que estamos inseridos.
São pessoas que possuem os mais variados estilos de vida. Vivem, fazem, acontecem, mas, quando morrem, simplesmente estão desconectando um terminal da grande máquina, e, a exceção dos parentes, amigos, etc, sua vida não muda nada do mecanismo.
E, observe, que muitos deles, sim, possuíam grandes ideias. Com certeza você conhece alguém que morreu levando consigo um conhecimento inestimável, seja em qual setor se aplique.
Na verdade, se você pensar sobre seus conhecimentos, e, voltando ao início deste artigo, verá que muitos de seus conhecimentos são absolutamente exclusivos. São seus, e ninguém mais os sabe. Você, ao longo da vida, armazenou e aprendeu coisas, que, absolutamente nenhum outro ser humano, aprendeu.
No entanto, alguns escolhidos fizeram a máquina mudar. E fizeram mudar porque tiveram ideias que foram difundidas, que foram conhecidas pelos demais.
Este artigo talvez termine transformando-se em um livro. É possível. Mas, por enquanto, é só um longo artigo que quer fazer algumas pessoas com características especiais, que coloquem seus conhecimentos à disposição. Que não deixem que sua vida seja em vão, “apenas” para um período de uma vida.
O que estou dizendo?
Que você é especial (não duvide disto, em nenhum momento. Muita gente só leu o título, e muita gente abandonou no caminho). Quando você escuta alguém reclamar que o texto é muito longo, ou dizer que “vai esperar sair em vídeo”, você pode estar seguro de que esta pessoa toma, diariamente, a pastilha para seguir na mesma realidade.
Você escolheu a pastilha vermelha, e está aqui, sofrendo com o texto, até o final.
Se suas idéias não estão sendo notadas, é porque elas não estão visíveis para quem quer vê-las. Estão presas nesta realidade, e você "passará", assim como um monte de outros humanos!
Então prepare sua saída da Matrix, e ajude quem quiser ser ajudado!
Escreva!
Escreva suas ideias. Seja em artigos, em livros, em revistas, em blogs, seja onde for. Se não for adepto da escrita mas puder criar vídeos, faça. O importante é fazer backup dos conhecimentos. Esta é a forma atual de digitalizar nossos cérebros. É uma forma manual, mas concederá, a algumas de nossas ideias, a imortalidade, no conhecimento de outros seres que escolham tomar a mesma pastilha e respirar fora da máquina.
A possibilidade de publicar textos, hoje, os enormes repositórios, as grandes estruturas de “nuvens”, é a própria imortalidade se revelando.
Claro que haverão os que não aceitem as ideias apresentadas. E claro que haverão ideias absurdas e inúteis.
Mas você poderá clonar parte de você, para o mundo digital. E outros poderão aprender dali.
Olho, hein? Eu não estou dizendo que disponibilize seu conhecimento de graça. Estou dizendo que o compartilhe. Se quiser cobrar, cobre. Escreva livros e cobre por eles. Quem quiser comprar, compre, quem não tiver interesse, não o buscará. Mas uma parte de você estará ali, digitalizado e imortalizado em bits, que poderão transformar-se em papel, em vídeo, em hologramas, em qualquer outra forma de transmissão de conhecimento.
Tive um grande e admirável amigo que sempre me dizia que seu grande medo era de que o conhecimento que ele tinha acumulado por décadas, seria comido pelas minhocas, e ninguém saberia o que ele soube. Ele acabou, como temia, levando seus longos anos de estudo e dedicação ao conhecimento, ao túmulo.
Eu olhei para minhas ideias, para meus estudos, e vi, ali, a mesma preocupação. Anos de estudo e de absorção de conhecimentos, para serem transformados em adubo orgânico.
Hoje não precisa ser assim! Se tivermos tempo de acionar nossos backups e guardar lá, pelo menos parte de nossos cérebros, esta parte poderá ajudar a levar adiante uma humanidade que tanto necessita de conhecimentos genuínos e de qualidade.
Grato pelo esforço da leitura.
Comentários e críticas serão sempre muito bem-vindos!
Obs: Este é um artigo "off topic", um artigo que não está diretamente relacionado com a LGPD. Mas considero que a relevância do mesmo cabe nesta newsletter, e justifica a oportunidade de apresentar esta humilde pastilha, para os que acreditarem ser possível...
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2 aMuito bom Sergio Pohlmann !!!!