Como executivas são impactadas pelos estereótipos no ambiente corporativo?

Como executivas são impactadas pelos estereótipos no ambiente corporativo?

Por muitos anos, a força de trabalho foi ocupada prioritariamente por homens e, mesmo com todas as transformações na sociedade, ainda existem alguns resquícios do passado. Estima-se que as mulheres representem quase metade da força de trabalho mundial, mas apenas 27% ocupam cargos de gestão e liderança. Isso mostra que, embora as oportunidades para as mulheres venham crescendo, muitas ainda encontram dificuldade para atingir níveis mais altos no ambiente corporativo.

               Mas e as mulheres que atingem cargos executivos? Como elas são vistas e tratadas em locais ainda tão masculinos? Quais são seus desafios quando passam a ocupar posições de liderança?

  Uma pesquisa realizada pela consultoria KPMG com 50 executivas brasileiras mostrou que 86% delas já sofreram algum tipo de discriminação e estereotipagem na carreira, seja por meio de comportamentos gerais (32%), pela forma de comunicação (24%) ou pelo favoritismo (24%).

Crenças sobre a capacidade feminina e estereótipos de gênero, muitas vezes inconscientes, podem se manifestar por meio de atitudes e comportamentos críticos relacionados a como as mulheres agem, falam e se vestem, dificultando todo o seu trabalho de gestão e liderança.

Além disso, líderes femininas precisam lidar com expectativas mais baixas do que as de seus pares masculinos, ou seja, acabam tendo que provar que conseguem superar as expectativas e lidar com pressões injustas para ganharem autoridade no local de trabalho.

  Ter um mentor para se desenvolver e atingir os cargos mais alto de uma empresa é muito comum entre os homens, mas, entre as mulheres, segundo pesquisa da Harvard Business Review, as chances de encontrar um mentor são bem pequenas. 

Como podemos ver, chegar ao topo da escada corporativa não é fácil para as nós, quanto mais avançamos, mais riscos corremos de sofrer preconceito em geral, discriminação, assédio moral e sexual, comentários ofensivos, entre outros.

Como mulher e executiva, posso afirmar que sei que o caminho é longo e nem sempre fácil, e que ainda precisamos dar sempre nossos 110% para sermos reconhecidas. Mas isso não é motivo para desistir, afinal a melhor maneira de promover o avanço na carreira para as mulheres é garantir igualdade de acesso a promoções e novos cargos de liderança. Nesse sentido, cabe às empresas não só promover programas de orientação, implementar treinamento antidiscriminação, melhorar práticas de equidade e criar estratégias de desenvolvimento profissional para expandir oportunidades, mas também promover uma cultura que reconheça e empodere as colaboradoras, dando a elas oportunidades de provar que são líderes ou têm perfil para isso por meio de promoções e atribuições adequadas.

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