Como a gestão comportamental pode
ajudar em tempos de home office?

Como a gestão comportamental pode ajudar em tempos de home office?

Tudo aconteceu muito rápido. Da noite para o dia, a quarentena foi decretada e as empresas entraram numa corrida frenética de adaptação ao home office. Para cada organização, a forma de lidar com esse novo momento é um desafio diferente. Se não fôssemos brasileiros, provavelmente teríamos nos alertado às notícias do que estava acontecendo em outros países e teríamos nos preparado. Mas, como um país de maioria comunicadora, otimista e relacional, deixamos tudo, vocês já sabem, para última hora.

É óbvio que não queríamos nem pensar na possibilidade de nos afastar das pessoas, muito menos por motivos tão delicados. Agora já aconteceu, está acontecendo e ainda irá perdurar por, no mínimo e pensando do nosso jeitinho otimista brasileiro de ser, algumas semanas.

A situação é séria e a recomendação é clara: ficar em casa o máximo que puder. A boa notícia é que muitos negócios têm condições de seguir rodando a distância, o que não significa que não possamos continuar nossa jornada bem juntinhos, conectados. Já imaginou o que seria de nós sem a tal da Internet? Mas, para dar certo e não perdermos a direção, é preciso se adaptar à nova realidade de cada um produzindo da sua casa, respeitando as individualidades e sabendo extrair o melhor de cada colaborador.

Mas então, como gerenciar colaboradores e manter a motivação considerando seus perfis comportamentais?

Os 4 perfis comportamentais – Executor, Comunicador, Planejador e Analista – suas definições e como identificar cada um deles já abordamos anteriormente aqui. Neste artigo, vamos analisar como reagem em cenários adversos como o que estamos enfrentando agora e como os líderes devem se relacionar com cada um, levando em conta suas habilidades técnicas e socioemocionais, enquanto não é possível retornar à rotina dos escritórios.

Antes de mais nada, é bom que saiba e como já deve ter percebido, há profissionais que se adaptam rapidamente ao home office e entregam até melhor, enquanto outros se sentem completamente perdidos e estão angustiados com a nova rotina. 

Seja lá como for, todos precisam contar com uma liderança capaz de entender como se sentem e como ajudar para que administrem melhor a vida pessoal e profissional sem sair de casa, com esposa, marido, filhos, tarefas domésticas, todas as preocupações com o futuro que a pandemia nos trouxe e uma infinidade de razões para perder o foco.

Executores são multitarefas e velozes. Em casa, devem ser lembrados de separar trabalho e descanso, pois não sabem a hora de parar, pulam refeições, continuam pós-expediente. Buscam sempre novos desafios e são focados em resultado. São competitivos, principalmente consigo mesmos, e toda essa energia se acumula caso fiquem muito tempo parados. Atividades físicas são fundamentais para queimar toda essa energia e ajudar a focar nas demandas de uma forma estruturada, organizada. Para garantir a agilidade dos processos, preferem tarefas e metas centralizadas e estipuladas. E de alguém que seja um ponto de apoio no caso de trabalhos em equipe.

Comunicadores são otimistas e relacionais. Se conectam muito facilmente aos estímulos e podem se distrair. Portanto, necessitam de uma rotina bem planejada com listas de atividades organizadas por ordem de prioridade. As reuniões de equipe os mantêm motivados, engajados com o coletivo, principalmente quando reconhecidos publicamente e, por isso, as videoconferências os ajudam bastante a não se sentir tão isolados e perdidos. Também podem assumir o papel de divulgar informações, aproveitando seu perfil influenciador e motivador. As lideranças devem estar disponíveis para situações que exijam uma gestão de um para um.

Planejadores são organizados e precisam seguir processos bem estruturados. Ficam inseguros perante mudanças e, por isso, é aconselhável definir rotina e regras claras desde o início para garantir estabilidade. Além de metas diárias e semanais. Prezam pela coletividade, interações e trabalho em equipe. Gostam de trocar informações e repassar as tarefas com o time com maior frequência. Também necessitam de apoio e reconhecimento do que agregam ao grupo, pois se preocupam muito com o que os outros pensam sobre eles. Um acompanhamento de perto recorrente os ajudará a entregar com disciplina, constância e muito mais segurança.

Analistas são detalhistas e obstinados por qualidade. Seguem horários à risca e não têm problemas de concentração, porém podem desviar das urgências e preferir prazos maiores para uma execução com máxima cautela e assertividade. Cabe definir quais são as entregas diárias e semanais e mantê-los empolgados com feedbacks frequentes, pois sentem-se inseguros com processos pouco definidos e falhas de comunicação. Enxergam riscos com facilidade, então é válido perguntar o que estão pensando sobre o momento. Também precisam de ajuda para interagir e correlacionar atividades com os outros, visto que tendem a se isolar.

Vale lembrar que todos temos os 4 perfis em diferentes proporções e nenhum é melhor ou pior do que o outro. Apenas há perfis que se encaixam mais em determinada posição, mas todos têm seu papel e lugar nas empresas.

Geralmente, dois se destacam em cada um de nós a depender de nossa história, formação, fase de vida, novas competências. E é de suma importância sabermos quais são para que nós mesmos possamos nos questionar e autoavaliar.

Se como líder souber identificar a combinação de perfis que os tornam únicos, irá notar as diferenças que os tornam valiosos. Afinal, são essas misturas que fazem cada um ser tão único, especial e essencial. Cada um do seu jeito.

Em casa ou no escritório. Quando tudo isso passar, certamente a distância irá nos tornar ainda mais humanos. E não vejo a hora de encontrar cada um para um enorme abraço coletivo. Por enquanto, sintam-se todos virtualmente beijados.

Elisabethe Figueiredo

Gestao de Pessoas | Pós graduada em gestão estratégica de pessoas e psicologia organizacional | Pedagoga | Gestão e Liderança Escolar .

4 a

Adorei o artigo mônica, pois nos mostra que cada um tendo seu perfil e unindo todos eles traz um equipe bem formada 👏👏.. Um vai completando o outro e no fim atingem o objetivo comum ☺️

Muito interessante, Mônica. Este texto proporcionou a importante reflexão acerca das nossas próprias também ao sermos conduzidos pelo nosso líder. 👏🏻👏🏻

Parabéns pelo artigo, Mônica! Identificar o comportamento de cada integrante do time e aplicar esse conhecimento no dia a dia contribui para que as relações sejam melhores, as tarefas mais bem executadas e para que o feedback seja mais assertivo. Com certeza gerenciar e motivar com base nesses perfis é ainda mais importante agora, em tempos de home office e quarentena. 

Nicodemus Vasconcelos

Consultor Pedagógico | Gestor Educacional | Professor

4 a

Mônica Hauck, Boa Noite! Li seu artigo e a medida que fui vendo as características destacadas de cada perfil me veio a memória que já tinha visto isso, não obstante me recordo que foi num teste de perfil comportamental que fazia alegoria a animais: Águia (Planejadores), Golfinho (Comunicadores), Lobo (Analistas) e Tubarão (Executor). Considero que uma tratativa no ambiente organizacional que direciona para resultados positivos é que sobre a temática de perfil comportamental, seja, uma via de mão dupla (Feedback), visto que tanto o gestor conhece o perfil de sua equipe quanto a equipe conheça o perfil do seu líder (Autocrático, Democrático, Laissez Faire, Situacional ou Servidor) - uma dúvida no perfil da liderança também predomina dois mais frequantes? - esse entrosamento quebra barreiras e acredito que equipe, será equipe presencial ou no cenário on-line, posto que isso já foi construído e conquistado. Salvo exceção óbvio dos fatores físicos e de recursos que cada membro da equipe têm a sua disposição na sua casa. Obrigado pela oportunidade de reflexão.

Flavia Chaves

Consultora na F. Chaves Consultoria em Recursos Humanos | Treinamento e Desenvolvimento | HR Manager |

4 a

Que fantástico seu artigo Mônica Hauck! Para as lideranças essa análise comportamental é de suma importância. Sou especialista na ferramenta e já presenciei perfis contraditórios na mesma pessoa que se encontrava em cenários diferentes. Ela saiu de PA para CE. Por isso, acredito que todos os gestores precisam ter essas questões em mente e ter muita cautela e atenção com sua equipe para não deixar a produtividade e nem a qualidade cair nesse momento. Talvez repetir os estes em época de home office será uma ferramenta riquíssima para ajudar na Gestão Comportamental.

Entre para ver ou adicionar um comentário

Outros artigos de Mônica Hauck

Outras pessoas também visualizaram

Conferir tópicos