Como implementar novas tecnologias de maneira sustentável?
No cenário atual, investir em tecnologia faz toda a diferença na competitividade do negócio. Por isso, é fundamental que ela seja uma solução e não um problema.
Ela melhora uma série de processos e de experiências, fazendo uma enorme diferença para clientes e parceiros, já que grande parte dessa transformação passa, essencialmente, pelas pessoas. Os engenheiros são fundamentais para tornar as soluções aplicáveis e reais, é verdade, mas há uma série de ferramentas e métodos que podem ajudar muito no processo.
Independentemente do método escolhido, sempre digo que o ponto inicial deve ser promover a reputação e os resultados da companhia, ao mesmo tempo em que protegemos nossos consumidores. A questão é que, quando lidamos com tecnologia, qualquer falha pode ser desastrosa e assumir proporções difíceis de controlar.
Um erro na nuvem ou um bug na automação pode significar paralisação no pipeline de produtos ou perda de informações importantes. Por isso, ao implementar qualquer estratégia tecnológica, é preciso planejamento, atenção aos detalhes e, principalmente, manter um plano adequado para quando qualquer coisa der errado. Quanto mais rápido agimos e mais preparados estivermos para lidar com o problema, menores serão as consequências para todos e os resultados da companhia não serão afetados.
Isso leva a outras qualidades essenciais para o sucesso da transformação digital e para criar uma estratégia sólida de produto.
Quando menos é mais
Uma vez que respondemos com agilidade e eficiência a possíveis falhas, mostramos que estamos no controle. Isso é importante, pois cria a base para um dos pilares da boa transformação digital: criar confiança. As pessoas entendem que poderão ocorrer problemas, mas que a marca está apta a lidar com isso, sem interrupções.
Nas grandes companhias isso é administrado por um departamento de TI bem estruturado e por ferramentas e planos de contenção altamente especializados. Mas a boa notícia é que organizações de todos os tamanhos podem conquistar o valioso ativo da confiança.
Uma boa maneira de fazer isso é aplicar a estratégia de testes. Sempre que um novo recurso é implementado, deve ser testado para garantir que funcionará como esperado, evitando falhas cruciais. Além disso, qualquer alteração feita para absorver esse novo recurso deve ser revista, de modo a não impactar outras estruturas que já estão funcionando bem.
Isso é chamado de teste de regressão e é uma das maiores lutas dos engenheiros de software. São centenas deles trabalhando por muito tempo, criando dezenas de milhares de interações, para garantir que um produto complexo não dê um passo para trás quando uma nova capacidade é introduzida.
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Um bom modo de fazer alcançar um bom resultado é implantar alterações menores e mais frequentes. Isso permite um controle mais preciso de todo o processo, garantindo que as coisas funcionem sem implicar em regressões.
E claro, introduções menores e frequentes garantem mais rapidez na solução de um problema caso ele seja introduzido, uma vez que permite identificar com maior rapidez e facilidade a causa. Já que poucas coisas foram alteradas, basta focar em revisar estes pontos e logo tudo passa a funcionar corretamente.
Infelizmente, a rotina de muitos negócios não permite adotar a abordagem de pequenas e frequentes mudanças. Essas companhias trabalham com algumas centenas de alterações que são periodicamente integradas e então testadas conjuntamente, para averiguar se tudo funciona como deveria. O problema é quando surgem os erros e é preciso uma revisão extensa e demorada de todas as etapas, resultando nos já conhecidos atrasos de semanas dos grandes lançamentos.
O que acaba ocorrendo nesses casos é uma solução “paliativa” que permita que a solução funcione, porém, afeta a experiência do cliente. Ele passa a se deparar com erros constantes e acaba por abandonar a ferramenta. Sem contar que essa estratégia leva a necessidade de treinamentos e re-certificações para que os times estejam aptos a lidar com a imensa quantidade de alterações.
Automaticamente, o cliente entende que esse modo de trabalhar está afetando os resultados e vai pressionar por outro jeito de lidar com as mudanças. Isso, combinado com a incapacidade da organização em lidar com agilidade e eficiência com problemas críticos, pode transformar em pó a mais sólida das estratégias de vendas e fazer com que a confiança do cliente no negócio vire pó.
No entanto, vale a pena ressaltar outro tópico importante, que é a diferença entre ser ágil no trabalho e ter pressa de finalizar. Enquanto um preza pela eficiência, pelo foco e pela criatividade, o outro possui uma busca incessante por finalizar, sem olhar aos padrões de qualidade mínimos exigidos. Na aplicação de novas tecnologias, a pressa pode levar a criação do ‘software zumbi’, um nível tão grande de complexidade e coisas atropeladas que acaba se tornando literalmente um ‘peso morto’.
Qual a resposta para ter agilidade e qualidade simultaneamente? Talentos! A busca deles no mercado de trabalho é indispensável para a implementação de tecnologias com qualidade, a medida de que você monte uma equipe e melhore a adaptação deles e melhore a eficiência dos processos, fazendo planos, revisando-os constantemente, coletando e analisando dados e eliminando desperdícios.
Quanto ao software, se ele será simples ou elaborado vai depender da qualidade do próprio profissional responsável pela implementação. De qualquer forma, ele precisa ser funcional e atender as necessidades da organização e precisa ser agradável a todos que a utilizarem otimizar o máximo de tempo possível. Por isso, a importância da agilidade, e não da pressa. É melhor desacelerar para depois acelerar novamente.
Ágeis sim, mas sem abrir mão da qualidade.
CEO & Co-Founder at Bamble 🌎| Empowering Women in Tech 👩🏽💻| Mentor KAI 🚀| HRTech & Product Strategy Expert | Leadership Advocate
1 aAmei o artigo! 🙏🏽