Como NÃO se comunicar com as pessoas
"Words As Weapons - Sharron Little Burnett"

Como NÃO se comunicar com as pessoas

Por: Henrique de Freitas Mariz

Não foi fornecido texto alternativo para esta imagem

Olá pessoal!

Resolvi escrever esse artigo para expor um tema delicado e com a pandemia nos fez refletir ainda mais.


Aproveite a leitura!

O tema é: como JAMAIS devemos nos comunicar.

Elenquei alguns pontos antes de citar o conceito de Marshall Bertram Rosenberg:

  • Jamais responda algo com a cabeça quente. Prefira entender ambos os pontos que levaram a chegar em alguma discussão.
  • Jamais procure o embate. A conversa saudável sempre será a melhor forma de resolver as pendências.
  • Jamais ESQUEÇA de EDUCAÇÃO e CORDIALIDADES.
  • Jamais ESQUEÇA de AGRADECER.

Afinal, ao agradecermos, emanamos ao Universo, que por si só, encarrega-se de devolver a gratidão com abundância. Agradecer em um momento conturbado? Sim! Por que não? Você pode estar em um momento delicado ou uma negociação complexa e por que não agradecer no final? Vai te cansar mais, ao final de tudo, ou até mesmo de uma discussão, dizer um “obrigado por tentar ajudar” ou “obrigado por ao menos me ouvir”? Pelo contrário. Por mais complicada que seja uma negociação, você deve agradecer sim, pois, vivenciando situações difíceis, isso proporcionará aprendizados únicos, construindo conhecimentos práticos sobre como lidar perante cenários similares posteriormente.

O livro COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA desenvolvido pelo psicólogo Marshall Bertram Rosenberg, denotou uma pesquisa, cuja metodologia tem como objetivo aprimorar os relacionamentos interpessoais, sem usar a violência. Pois bem, essa violência, às vezes, pode estar disfarçada com palavras sutis. O que aparentemente para alguns, possa parecer um simples e-mail ou mensagem, quem o recebe, pode interpretar como uma agressão. Estou sendo radical? Talvez! Mas, infelizmente é a mais dura realidade.

Portanto, a COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA, vai além das habilidades de falar e ouvir, ela envolve a conexão, a compaixão e a bondade.

Ou seja, a cada dia que passa, seja no mundo corporativo, familiar ou entre amigos, ao invés de nos condicionarmos a respostas automáticas, repetitivas e agressivas, que possamos responder com alto nível de consciência e percepção do momento, observando possíveis comportamentos de nossa influência sobre o outro, bem como seus efeitos colaterais. Quantas vezes não nos comunicamos, sem nos perguntar.: Como o outro vai reagir se eu responder dessa forma? Qual a minha responsabilidade no impacto de minha comunicação? Quais são os sentimentos intrínsecos, colocando-me no lugar do ouvinte?

Dessa forma, podemos observar um termo bastante usado na comunicação: a escuta ativa. Esta, permitirá o envolvimento das pessoas e JAMAIS DEVEMOS NOS ESQUECER do RESPEITO, da ATENÇÃO e da EMPATIA. Não há como discordarmos de Rosemberg, não é mesmo? Impossível! E ainda adiciono como premissa básica para qualquer comunicação: a EDUCAÇÃO. Pasmem... isso mesmo que vocês leram: EDUCAÇÃO. E muitas vezes, ela está fora do dicionário de muitas pessoas, infelizmente.

Em algumas ocasiões, seja no mundo corporativo ou pessoal, podemos observar a AUSÊNCIA desses aspectos.

Rosemberg também nomeia a comunicação não violenta, como: “comunicação empática”. E faz todo sentido!

E por falar em comunicação empática, vamos citar os seus pilares:

1.      Observar: Sempre buscar algo positivo de uma comunicação, ainda que esta esteja repleta de informações negativas. É enxergar sempre o copo mais cheio, sem tentar ser o juiz da verdade, compreendendo os motivos que levaram àqueles aspectos iniciais da comunicação. Extrair algo positivo pode ser um aprendizado diante de uma comunicação, como por exemplo: (ao notarmos que uma pessoa está com um tom agressivo na conversa servirá como aprendizado sobre como JAMAIS devemos agir ou nos comunicar apesar das CIRCUNSTÂNCIAS ou “teor violento”). A observação nos permite enxergar em como transformar uma COMUNICAÇÃO “PESADA” e DESTRUTIVA em um aprendizado contínuo. Ao observar, podemos perceber, em como transformar um ponto negativo em um positivo e, o MELHOR: ao nosso favor. Ao recebermos uma COMUNICAÇÃO DESTRUTIVA, a lição que podemos absorver é: JAMAIS FAZER O MESMO. Trabalharmos internamente com inteligência emocional para sair desse círculo vicioso prejudicial já será um grande desafio!

2.      Sentir: Depois de observar, como nos sentimos? Como o outro vai se sentir se eu responder dessa forma? Sentiremos raiva, desprezo, mágoa? Ou podemos sentir admiração, empatia e respeito? Vai depender do que você “arremessa”. O que você está arremessando? O que prefere arremessar? É mais ou menos aquilo... você arremessa ignorância e quer receber o que? O universo e a física quântica cobram caro, podem ter certeza! Com o sentimento, é importante nos permitirmos viver a VULNERABILIDADE, o que pode contribuir com soluções diante dos imbróglios e reconhecer as diferenças entre o que SENTIMOS, PENSAMOS ou INTERPRETAMOS. E lembre-se: a nossa interpretação pode ser totalmente oposta e não há problema algum nisso! E como equilibrar ou conhecer os sinais para a interpretação adequada? Ah, vamos deixar para a próxima citação de Rosemberg (compreensão das necessidades):

3.      Entender as necessidades: toda a comunicação envolverá uma necessidade. Seja ela de acolhimento, seja de uma negociação relevante ou até mesmo de gratidão e reconhecimento. Ao observarmos e sentirmos, o próximo passo estará vinculado às necessidades daquela comunicação. Entender a necessidade do outro, de forma clara e honesta, por mais difícil que seja a demanda, contribuirá para uma conversa madura e com nível de consciência elevada. Todos nós PRECISAMOS de algo, não é mesmo? E como tratar as nossas necessidades e a dos próximos sem gerar efeitos colaterais destrutivos? Está aí o grande desafio!

4.      Fazer um pedido: depois de seguir os aspectos iniciais e cumprir à risca as etapas iniciais da COMUNICAÇÃO EMPÁTICA, conseguimos chegar no PEDIDO OFICIAL. Ou seja, o real motivo para determinada comunicação. O pedido é a solicitação específica, formal ou informal, voltada à realidade da ação, de forma OBJETIVA! Rosemberg pontua muito bem em seus estudos, que o PEDIDO tem maiores chances de SUCESSO entre as partes, quando utilizamos uma LINGUAGEM repleta de POSITIVIDADE, em forma de AFIRMAÇÕES, ainda que seja algo negativo em sua essência. Bem complexo, não é? Evitar frases ABSTRATAS, VAGAS ou AMBÍGUAS, de maneira leve e assertiva, contribuirá para a etapa “FAZER UM PEDIDO”. Lembrando, que podemos ter um pedido para ambas as partes, é importante que ambos entendam os pontos de vista por meio do prisma alheio. É a famosa empatia, que citaremos mais a frente.

O método desenvolvido pelo ROSEMBERG, pode ser aplicado em relacionamentos pessoais, organizacionais, ou até mesmo em conflitos... O objetivo é criar afetividade, relacionamento profundo e empatia. Às vezes, uma comunicação que aparentemente inicia-se com a característica de NÃO VIOLENTA, pode tornar-se AGRESSIVA à medida que avança para outras etapas. Dessa forma, é nosso papel nos mantermos equilibrados emocionalmente, de maneira ANTI-FRÁGIL, buscando sempre a solução de problemas e tentar trazer a comunicação para o modo empático o mais rápido possível. E quando a outra parte insistir em utilizar a COMUNICAÇÃO VIOLENTA? Resposta simples e direta: FAÇA SUA PARTE, utilize a COMUNICAÇÃO EMPÁTICA. Afinal, se insistirem com a comunicação agressiva, o problema não estará em você e sim no outro! Concorda? Então... fique tranquilo em fazer a sua lição de casa!

E por aqui, finalizo esse artigo depois de vários assuntos levantados pelo Rosemberg, trazendo novamente uma palavrinha que admiro: CORDIALIDADE ... infelizmente está em falta hoje em dia. Alguns dirão que esta vem do berço ou da família. Não entrei na etimologia da palavra, mas que esta deve ser a base da COMUNICAÇÃO, disso eu tenho certeza.

Afinal, a vida é uma via de mão dupla e cheia de ciclos e mudanças. Simples assim... hoje você arremessa um boomerang da comunicação violenta para atingir alguém, amanhã você poderá ser atingido de outra forma. Hoje você aponta uma arma com palavras, amanhã, a arma estará apontada para você. Vivemos em um grande looping, e não sabemos onde estaremos lá na frente. As posições podem se inverter... Então, por que não nos comunicarmos melhor? Por que não sermos cordiais e empáticos?

 Portanto... é nosso DEVER SIM procurarmos a COMUNICAÇÃO EMPÁTICA. E nunca esqueça de saudações simples, mágicas e básicas como: Bom dia, boa tarde, boa noite, tudo bem e obrigado! Parece bobagem né?

Sucesso a todos, mais gentileza e cordialidade com as pessoas e...:

Obrigado pela leitura.

Não foi fornecido texto alternativo para esta imagem

Referências: Livro: Comunicação não-violenta: Técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais

Marshall Rosenberg

Não foi fornecido texto alternativo para esta imagem

[1] HENRIQUE DE FREITAS MARIZ

[1] E-mail – henrique@grupoht.com.br; telefone para contato: (11) 9.6501-6760. Coordenador Comercial de Mineração, empresa GHT. Pós-graduado em Gestão Estratégica de Vendas (Universidade Municipal de São Caetano do Sul) e Pós-Graduado em Gestão Estratégica de Negócios (Universidade São Judas Tadeu).


Luiza Murbach

Business Partner @ Mcassab | Psicóloga Organizacional | HRBP

3 a

Muito bom Henrique!!! Com a comunicação não violenta podemos ser mais empáticos, assertivos, efetivos e evitar uma série de conflitos sem necessidade. Obrigada por compartilhar sua contribuição sobre o tema 🙏🏼

Perfeita reflexão e artigo, ainda mais nos dias de hoje. É escassa essa empatia e também tentar manter sempre o pensamento positivo em situações violentas com as pessoas. Parabéns...

Maurício Agostinho Freitas

Gerente de Manutenção Industrial - Mineração Serra Grande - AngloGold Ashanti Brasil

3 a

Que bela abordagem Henrique, parabéns meu amigo,trata se de um tema bastante pertinente principalmente no ambiente organizacional e nem sempre praticado lamentavelmente.

Rafael Doroteu

Analista Sênior de PCM| Gestão de Custos na Kinross Brasil Mineração

3 a

Muito bom artigo! Obrigado pela contribuição!

Amaro Fonseca Junior

Cadeirante em busca de oportunidades.

3 a

Na grande maioria das vezes as pessoas não param nem para escutar, a resposta e automática e agressiva .

Entre para ver ou adicionar um comentário

Outros artigos de Henrique Freitas

  • Celebrar e cuidar...

    Celebrar e cuidar...

    Hoje é um dia de celebração. Celebramos a saúde, a vida, o trabalho árduo e uma equipe verdadeiramente vitoriosa…

    23 comentários
  • A montanha-russa de vendas

    A montanha-russa de vendas

    Quem daqui já parou para pensar em quantos altos e baixos o profissional de vendas vive durante suas jornadas, sejam…

    18 comentários
  • A palavra “colaborador” vai além de seu significado em tempos de pandemia!

    A palavra “colaborador” vai além de seu significado em tempos de pandemia!

    20/04/2020 Segundo o dicionário Aurélio: “colaborador é aquele que colabora; aquele que ajuda, coopera e que se dá por…

    15 comentários

Outras pessoas também visualizaram

Conferir tópicos