Recomendações para proteger sua família contra choques elétricos

Recomendações para proteger sua família contra choques elétricos

O número de acidentes com eletricidade vem crescendo a cada ano e muitas ocorrências estão relacionadas à desinformação ou imprudência dos usuários.

Além disso, as instalações elétricas irregulares e sem os componentes de proteção adequados prescritos nas normas vigentes também aumentam o risco de choque elétrico e contribuem para acidentes envolvendo energia elétrica.


Abaixo apresento 3 itens relevantes para a proteção e redução dos riscos com eletricidade. Dessa forma é possível aproveitar de maneira segura o conforto que ela nos proporciona.


Aterramento das partes metálicas

O aterramento é indispensável para que uma instalação elétrica possa oferecer segurança. Segundo a NBR 5410, norma que trata das instalações elétricas de baixa tensão,

"Todas as massas de uma instalação devem estar ligadas a condutores de proteção"


É de extrema importância que itens como as carcaças metálicas das geladeiras e de aparelhos de ar-condicionado, por exemplo, estejam aterradas, pois, caso haja uma corrente de fuga por um cabo mal isolado que deixe a lataria energizada, o aterramento terá a função de escoar essa corrente parra a terra evitando que um usuário sofra choque elétrico ao tocá-la.

Uma prática básica como esta poderia ter evitado ou reduzido os danos em situações como as das notícias abaixo;


Uso do dispositivo diferencial-residual (DR)

Este dispositivo é reconhecido pela NBR 5410 como uma proteção adicional de alta sensibilidade contra choques elétricos. Conhecido pela sigla DR, ele é um equipamento comparador de correntes que atua quando há uma fuga de 30 mA para instalações residências.

Na imagem abaixo estão valores de corrente e os efeitos no corpo humano.

Tabela de correntes de fuga e efeitos no corpo humano

Fonte: Catálogo Siemens Dispositivos DR 5SV, 5SM e 5SU (2017)


As zonas destacadas indicam os níveis de corrente de fuga e a duração e os efeitos estão descritos a seguir.

"AC-1 | Até 0,5 mA - Curva a Percepção possível, mas geralmente não causa reação;

AC-2 | 0,5 mA até curva b - Provável percepção e contrações musculares involuntárias, porém sem causar efeitos fisiológicos;

AC-3 | A partir da curva b para cima - Fortes contrações musculares involuntárias, dificuldade respiratória e disfunções cardíacas reversíveis. Podem ocorrer imobilizações e os efeitos aumentam com o crescimento da corrente elétrica, normalmente os efeitos prejudiciais podem ser revertidos;

AC-4 | Acima da curva c1 - Efeitos patológicos graves podem ocorrer, inclusive paradas cardíacas, paradas respiratórias e queimaduras ou outros danos nas células. A probabilidade de fibrilação ventricular aumenta com a intensidade da corrente e do tempo;

AC-4 | c1-c2 - AC-4.1 - Probabilidade de fibrilação ventricular aumentada até aproximadamente 5%;

AC-4 | c2-c3 - AC-4.2 - Probabilidade de fibrilação ventricular de aproximadamente 50%;

AC-4 | Além da curva c3 - AC-4.3 - Probabilidade de fibrilação ventricular acima de 50%"

O DR é responsável por fazer a abertura do circuito no caso de detecção de um desvio de corrente que, na "interpretação" do equipamento, pode estar sendo causada por uma pessoa sendo eletrocutada. Ele também irá atuar no caso de fugas de corrente em partes metálicas como nas notícias citadas anteriormente.

A utilização destes dispositivos é obrigatória nos seguintes casos, segundo a NBR 5410:

  1. circuitos localizados em locais com banheira ou chuveiro;
  2. circuitos de tomadas em áreas externas à edificação;
  3. circuitos de tomadas em áreas internas à edificação, mas que possam alimentar equipamentos na parte externa;
  4. circuitos em residências que alimentem pontos em cozinhas, lavanderias, áreas de serviço, garagens e demais dependências internas sujeitas à umidade em uso normal ou com possibilidade de lavagem;
  5. circuitos em ambientes comerciais ou industriais que alimentem pontos em cozinhas, lavanderias, áreas de serviço, garagens e demais dependências internas sujeitas à umidade em uso normal ou com possibilidade de lavagem.


Apesar de não ser um equipamento caro considerando o valor total de uma instalação elétrica de qualidade, muitos profissionais do setor e usuários optam por não fazer a instalação seja porque querem economizar ou pelo fato de desconhecerem sua importância, formas corretas de instalação e obrigatoriedade segundo a norma vigente. Com isso, há uma contribuição para o aumento contínuo no número de acidentes com eletricidade.


Saiba como está a situação das instalações elétricas da sua residência

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Na imagem acima vemos uma situação comum, infelizmente, em instalações de tomadas. Além da falta de aterramento, é possível notar que os cabos não foram conectados aos pinos da tomada de forma correta.

Situações assim podem gerar excesso de aquecimento e danos aos cabos e tomadas. Com o uso contínuo, o problema poderá evoluir ao ponto de ocorrer um curto-circuito e, sem as proteções adequadas, tornar-se um princípio de incêndio.

Para evitar cenários como esse é importante que você saiba como está a saúde das instalações elétricas da sua residência, ambiente de trabalho ou condomínio. O recomendado é ter o parecer técnico de um profissional qualificado para inspecionar e emitir um laudo que demonstre os pontos de risco e desconformidades com as normas, assim como a forma de corrigi-los. A partir desse documento será possível efetuar as ações de prevenção e correção que irão estabelecer os requisitos de segurança das instalações elétricas, proporcionando bem-estar à sua família e tranquilidade para você.


Há riscos com eletricidade que podem ser reduzidos a partir da conscientização sobre itens de segurança, boas práticas e ações de prevenção nas instalações elétricas.

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