Comunicação Interna e o diálogo nas organizações

Eu sou formado em Publicidade e Propaganda, mas sempre tive muita curiosidade pela dimensão corporativa que envolve o trabalho da pessoa de Relações Públicas no que tange a comunicação dentro das organizações. Alguns colegas dizem que eu deveria ter feito RP e não PP. Quem sabe um dia, não é mesmo?

Enquanto estava na faculdade, tive uma disciplina chamada "Comunicação Integrada" e dentre as várias referências bibliográficas, uma me chamou a atenção ao ponto de eu querer ter o livro físico e me aprofundar mais no assunto.

Hoje, trago algumas citações aqui e apontamentos do que eu acredito ser um modelo interessante para que as empresas sigam no que diz respeito à comunicação organizacional.

Citação: “Mas, para além do capital, sem que aqueles que têm o poder de decisão assumam a visão da empresa do século XXI, continuaremos a falar de um tipo ideal de organização que dificilmente será encontrado em nossa sociedade. Mais importante que o investimento financeiro é a necessidade urgente de mudança de visão que os detentores do poder insistem em defender acerca das organizações, negando a importância do diálogo nos programas que desenvolvem seus empregados.”

A mudança dentro de uma empresa sempre vai precisar começar da ponta mais alta até descer para as demais esferas dentro da organização. Se os decisores não entenderem que é necessário criar um diálogo aberto com os colaboradores, estabelecendo um lugar seguro para uma discussão saudável sobre os processos, então nenhum projeto será inovador o bastante para ser posto em prática.

Um colaborador está interessado não apenas no retorno financeiro do seu trabalho, mas em saber que o local onde ele trabalha está aberto à conversação honesta, sincera, sem julgamentos, onde ele pode colocar os pontos positivos e a desenvolver que ele enxerga no dia a dia de trabalho.

Citação: “O diálogo é uma prática de comunicação que transforma os que nela se envolvem e que, quando as organizações começarem a integrar essa prática a suas operações, serão alteradas as formas de trabalho no século XXI.”

Entende-se que diálogo é diferente de ouvir somente um líder ou alguém em posição de liderança falar. Na verdade, isso é um monólogo, certo? Se envolver no diálogo é, antes de tudo, escutar ativamente e falar com sabedoria. Uma empresa, organização, marca, que entende a importância de estabelecer diálogos “de peito aberto” (parafraseando o Mamilos Podcast ), estará à frente no que diz respeito ao cuidado com a fala do outro, com o posicionamento em determinadas situações, etc.

Citação: “A prática do diálogo exige conversação que cria significados compartilhados enquanto fonte de ação coletiva. Nas organizações, por mais que seus discursos sejam convincentes e seus programas de comunicação, bem elaborados, sentimos que a realidade não acompanha o discurso e, como vivemos em tempo de mudança, o fator de resistência às mudanças faz com que nos agarremos ao que serviu e deu certo. Torna-se mais seguro repetir as velhas práticas.”

Não adianta bater no peito e gritar para todo mundo que sua empresa é isso ou aquilo, se na prática esse discurso é completamente desconhecido do restante da organização. Esse tipo de atitude, com o tempo, se desgasta e acaba por desmoronar.

O discurso não deve ser bonito e bem estruturado apenas no papel. Ele deve ser vivido no dia a dia da organização, principalmente por aqueles que ajudam a construir a reputação da marca, a saber, os colaboradores.